O aposentado Delaudino Correia Junior, de 73 anos, pode ficar assim, deitado na rede, curtindo seu jornal, só na folga no dia 7 de outubro, data das eleições municipais. Por causa da idade, não tem mais obrigação de votar.
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Mas nada disso: ele faz questão de ir até a seção eleitoral em uma escola perto de casa e, até que a saúde lhe permitir, não pretende mudar de hábito. Sente-se útil e importante como cidadão por isso. E se não for votar, aí sim que é capaz de ficar doente, brincam os filhos.
A faixa etária de Delaudino, de pessoas com 60 anos ou mais, que não precisam mais votar, mas fazem questão de ter o título, foi a que mais cresceu entre as eleições de 2008 e as deste ano, segundo dados de maio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O salto foi de 29,59%.
Eram 37,7 mil eleitores idosos em 2008 e são 48,8 mil neste ano. O aumento segue tendência observada no perfil da população de Joinville, que está envelhecendo.
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Em comparação, a proporção de eleitores com menos de 18 anos, a quem o voto é facultativo, caiu 13,51% e a quantidade de eleitores de 18 a 24 anos cresceu menos que 1%. Os idosos somam hoje 13,19% dos dos 370 mil eleitores joinvilenses.
Delaudino ou apenas “Dino”, como é conhecido no bairro Iririú, na zona Leste de Joinville, onde mora, é leitor assíduo das páginas de política dos jornais e gosta de conversar tanto sobre a disputa às urnas quanto sobre os rumos da cidade. Considera a eleição um momento especial na vida de um município ou do País.
– Na apuração dos resultados, no dia da eleição, é difícil desgrudar o ouvido do rádio. A gente fica ansioso. Pior era na época que era que se votava com cédula e demorava dias para saber o resultado, era uma agonia -, diz o aposentado.
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Nos 48 anos em que mora em Joinville – veio de Tijucas, na Grande Florianópolis, para trabalhar na fundição Tupy em 1964 -, Dino conta que viu a política e a cidade mudarem muito.
– Antigamente, era mais informal. Os candidatos andavam mais nas ?vendas? (bares). Era também mais pegado, mais nervoso, o pessoal saía no soco por causa de política. Passei apuros na Curva do Nereu por isso, uma vez. Hoje, é bem mais comportado, a exposição conta muito para os candidatos -, analisa.
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Se for levado em conta o sexo, além da idade, mulheres acima de 79 anos formam o perfil do eleitorado que mais cresceu (3,59%). A faixa etária de homens que mais cresceu, em comparação, foi a de jovens entre 21 a 24 anos (1,79%).
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