Aos 18 anos e com apenas 10 meses de carreira, a catarinense Raphaella Witkowsky Tratsk Lancini já desponta no universo das modelos plus size: ela acaba de ganhar o concurso A Mais Bela Gordinha do Brasil, entre mais de 300 candidatas com idades entre 18 e 36 anos e manequins do 44 ao 54.
Continua depois da publicidade
A vitória garantiu a Raphaella, que há seis meses é agenciada pela Faro Models, uma vaga na final do Miss Brasil Plus Size 2014 em dezembro. Nascida em Joaçaba e morando atualmente em Florianópolis, ela falou ao Donna sobre o novo trabalho, que pretende conciliar com a faculdade de arquitetura.
Em que momento você decidiu investir na carreira de modelo plus size?
Foi por causa do meu avô, no ano passado. Ele leu uma reportagem sobre a Cleo Fernandes, uma modelo plus size conhecida, e comentou que eu tinha um rosto maravilhoso e um corpo que se encaixava no perfil. Foi ele quem falou pra eu tentar entrar nessa carreira.
Continua depois da publicidade
Você logo gostou da ideia?
Adorei, que mulher não sonha em ser modelo? Meu primeiro passo foi pesquisar bastante pra entender como funcionava. Por exemplo, não são todas as pessoas que me chamam de gordinha. Eu me assumo gordinha, meu padrão é gordinha. Mas algumas pessoas acham que não, perguntam que tamanho eu uso. No mundo plus size não existe um padrão só, como ser magra e pronto. Existem vários biotipos.
Como ficou sabendo do concurso?
Me inscrevi pela internet. Fiz um vídeo para a Flaminga, loja de São Paulo, que deu uma repercussão legal e foi parar em um blog. A escritora do blog foi quem me disse que eu tinha potencial.
Você esperava ganhar?
Não, eu sabia que tinha chance como todas. Mas minha intenção era mesmo participar, porque eu tinha um sonho de subir na passarela em um concurso de beleza. Como várias pessoas me incentivaram, falaram que eu realmente deveria ir, que eu estava nos padrões, eu fui pra participar. Não fui pra ganhar, mas busquei dar meu melhor.
Continua depois da publicidade
O que acha que contribuiu para a vitória?
Todas as candidatas tinham potencial, eram lindas maravilhosas. Acredito que foi minha força de vontade porque, assim que descobri que ia participar, comecei a treinar andar de salto, procurei tratar cabelo e unhas, buscar a perfeição do meu corpo. Não adianta ser uma modelo plus size e não cuidar do seu corpo.
Você já sofreu discriminação por ser gordinha?
Quando eu era pequena sofria bastante bullying. É uma vitória poder mostrar que a menina que era feia cresceu e virou um mulherão. Toda a minha família me apoiou…
O que você diria para as meninas que sofrem esse tipo de preconceito?
São fases, existem vários momentos. Se perder o amor próprio, perde tudo. Não pode deixar de ter autoestima, autoconfiança, acreditar em si mesma. A melhor coisa é o amor próprio e ter força. Se quiser alguma coisa, corre atrás que todo mundo tem chance.
Continua depois da publicidade
Você pretende conciliar a faculdade com a carreira de modelo?
Estou ainda no 3º ano do Ensino Médio e pretendo prestar vestibular para arquitetura. Dá tranquilamente pra conciliar meu trabalho de modelo, que ainda não é bem um trabalho mas já considero, com os estudos. Sem estudo não se chega a lugar nenhum.