O Senado Federal elegu neste sábado (1º) a nova composição da Mesa, com a escolheu o novo presidente, dois vices-presidentes, quatro secretários titulares e quatro secretários suplentes para mandato de dois anos. Com 73 votos, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito o novo presidente do Senado.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
A escolha do novo presidente do Senado foi feita de forma exclusiva em uma primeira reunião. Os senadores se candidatam por escrito, na Secretaria-Geral da Mesa, e tiveram 15 minutos para a defesa das candidaturas. Além dos candidatos, nenhum outro senador teve direito ao uso da palavra.
Todos os 81 parlamentares que integram o Senado registraram presença no Plenário e votaram. A reunião preparatória para a eleição da nova Presidência foi aberta às 10h36 pelo até então presidente, Rodrigo Pacheco, e o resultado oficial foi anunciado às 15h19.
— Vocês me conhecem, sabem do meu compromisso verdadeiro com essa instituição e com o Brasil. Acima de tudo, com a população que confia em cada um de nós para representar os seus sonhos e as suas esperanças. Para mim, governar é ouvir e liderar é servir. É disso que o nosso país precisa agora. Uma liderança que una e não que divida — disse Davi Alcolumbre durante o seu discurso.
Continua depois da publicidade
Na disputa, Davi derrotou outros dois candidatos: o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e senador Eduardo Girão (Novo-CE), que obtiveram quatro votos cada um. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), antes inscritos como candidatos, retiraram as candidaturas durante a reunião preparatória, em seus discursos de apresentação das propostas.
Como funciona as eleições no Senado
A votação começa após os discursos, de forma secreta. Em caso de duas ou mais candidaturas, a escolha é feita em uma cédula única, com os nomes dos candidatos. Os votos são apurados pelo atual presidente da mesa. É ele que anuncia a quantidade de votos e quem foi o vencedor.
Para ser eleito, é preciso que o candidato receba ao menos 41 votos, equivalente à maioria absoluta do Senado (mais que a metade dos senadores). Caso contrário, um novo turno de votação é feito com os dois candidatos mais bem votados. Também neste caso, é eleito quem tiver a maioria absoluta da Casa.
Os demais cargos da Mesa são eleitos em uma segunda sessão, prevista para as 11h. Esse é o horário limite para a formalização das candidaturas pela Secretaria-Geral da Mesa para os cargos de primeiro e segundo-vice-presidentes, primeiro a quarto-secretários e suplentes.
Continua depois da publicidade
Neste caso, já é o novo presidente eleito que anuncia os demais vencedores da eleição, que é feita nos mesmos moldes do pleito anterior.
Acompanhe a eleição ao vivo
Quem são os candidatos à presidência do Senado
Davi Alcolumbre (União-AP)
O senador Davi Alcolumbre é o favorito para vencer a disputa pela sucessão de Rodrigo Pacheco no Senado. Ele já foi presidente da Casa entre 2019 e 2021 e chegou a ser presidente da República interinamente, durante viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Davi tem 47 anos e foi vereador de Macapá e deputado federal por três mandatos. Chegou ao Senado em 2014 e foi reeleito para a função em 2022. A nova candidatura à presidência do Senado tem o apoio de partidos apoiadores do governo Lula e também do PL, de Jair Bolsonaro.
Continua depois da publicidade
Eduardo Girão (Novo-CE)
Eduardo Girão é conhecido pelo discurso conservador e por defesas religiosas e críticas à corrupção. Ele lançou a candidatura para tentar atrair senadores insatisfeitos com o projeto de Alcolumbre, mas não conseguiu grande adesão até o momento. Participou da CPI da Pandemia, onde foi um dos defensores do governo de Bolsonaro.
Empresário, Girão atuou nas áreas de hotelaria e segurança privada. Também foi presidente do clube de futebol Fortaleza Esporte Clube. Foi eleito senador em 2018, na primeira vez em que disputou um cargo público.
Marcos Pontes (PL-SP)
O astronauta e ex-ministro da Ciência e Tecnologia na gestão Bolsonaro, Marcos Pontes (PL), também lançou candidatura à presidência do Senado. Ele entrou na disputa sem o aval do partido, que anunciou apoio a Davi Alcolumbre.
A insistência de Marcos Pontes em manter a candidatura rendeu críticas de alas mais bolsonaristas do PL pelo entendimento de que poderia prejudicar a imagem de apoio do partido ao candidato favorito.
Continua depois da publicidade
Pontes está no primeiro mandato como senador e é conhecido por ter sido o primeiro astronauta brasileiro.
Marcos do Val (Podemos-ES)
O senador Marcos do Val chegou a lançar candidatura à presidência do Senado, mas, após o pronunciamento oficial, parte do rito da eleição, decidiu retirar a candidatura.
Com 53 anos, Marcos do Val é ex-militar e tem atuação mais concentrada na segurança pública, tendo sido consultor nesta área e fonte de entrevistas na imprensa. Está no primeiro mandato como senador. Já se envolveu em desentendimentos com o deputado Eduardo Bolsonaro e em discussões com o atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.
Soraya Thronicke (Podemos-MS)
A senadora Soraya Thronicke incluiu o nome na lista de candidatos de última hora, no momento da reunião preparatória. A advogada tomou posse no Senado em 2019 e, em 2022, chegou a se candidatar à presidência da república. Durante o momento destinado ao pronunciamento dos candidatos, no entanto, ela recuou da candidatura.
Continua depois da publicidade
*Com informarções da Agência Senado e da Agência Brasil.
Leia também
Justiça Eleitoral cassa mandato da deputada Carla Zambelli por abuso de poder
Entidade de SC é contra aumento do número de deputados federais: “Não é hora de aumentar gasto”