O segundo turno da eleição presidencial da França será disputado entre Emmanuel Macron, 44, e Marine Le Pen, 53. A disputa é a mesma que já ocorreu há cinco anos. Neste domingo (10), os dois despontaram na apuração como os mais votados entre 12 candidatos e, assim, voltarão a se enfrentar em 24 de abril.

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Com 96% dos votos contados, o presidente centrista tinha 27,4%, ante 24% da candidata da ultradireita. Em terceiro lugar, vinha o ultraesquerdista Jean-Luc Mélenchon, com 21,6%.

No primeiro turno de 2017, Macron obteve 8,6 milhões de votos, com 24% dos válidos, enquanto Le Pen somou 7,7 milhões, com 21%. Pesquisa divulgada neste domingo, da Ipsos, aponta vitória de Macron por 54% a 46% no segundo turno. Em 2017, ele derrotou Le Pen por 66% a 34%. A última vez que um presidente francês conseguiu a reeleição foi há 20 anos, com o conservador Jacques Chirac.

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Cerca de 49 milhões de eleitores estavam habilitados a ir às urnas, mas a abstenção, estimada em 26%, é mais alta do que há cinco anos, quando atingiu 22,2% -na França, o voto não é obrigatório. A abstenção neste domingo só não é maior que a de 2002, quando a taxa foi de 28,4%.

Os principais candidatos votaram pouco antes da hora do almoço. Por volta das 11h, Mélenchon foi à urna na cidade de Marseille. Pouco depois foi a vez de Le Pen comparecer à sua seção, em Hénin-Beaumont, no norte do país. Acompanhado da mulher, Macron votou pouco antes das 13h em Le Touquet, também ao norte da França. Os três se dirigiram depois para Paris, onde vão acompanhar a apuração.

Logo após a divulgação dos primeiros números, as candidatas Valérie Pécresse e Anne Hidalgo anunciaram apoio a Macron. Elas representam os partidos mais tradicionais do país, que, nesta eleição, obtiveram números ínfimos -a republicana Pécresse tinha 4,7%; a socialista, prefeita de Paris, 1,7%. O verde Yannick Jadot (4,4%) e o comunista Fabien Roussel (2,3%) também se posicionaram a favor do presidente.

O resultado do primeiro turno reflete em parte as pesquisas divulgadas na véspera da votação, que davam 26,5% para Macron, 3,5 pontos à frente de Le Pen. A diferença entre os dois, que chegou a ser de 16 pontos no começo de março, foi diminuindo de forma constante na reta final da campanha. No final, os pouco mais de 27% do incumbente surpreenderam quem esperava uma disputa muito parelha.

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Candidatos falaram logo após resultados

Foi só às 21h45, no horário local, que Macron subiu ao palco para se dirigir a uma entusiasmada plateia no centro de exposições Porte de Versailles, em Paris. Em uma fala de 15 minutos, disse que, se eleito, vai levar adiante o projeto de uma França independente, numa Europa forte, sem populismo nem xenofobia.

Agradeceu a todos os candidatos derrotados, menos sua adversária, e afirmou que o único projeto crível sobre o poder de compra, que virou o tema central desta campanha, é o seu. “Sei que alguns votarão em mim para barrar a extrema direita, não para apoiar meu projeto. Eu respeito isso.”

Antes, por volta das 20h30, Le Pen subiu ao palco do pavilhão Chesnaie du Roy, no parque Floral, em Paris, onde seus apoiadores comemoravam, para agradecer aos eleitores que viram ela como a mais qualificada para derrotar Macron. “O segundo turno será uma escolha fundamental entre duas visões opostas: divisão e desordem ou a mobilização do povo francês em torno da justiça social”, disse.

Resultados do 1º turno da eleição da França, com 96% das urnas apuradas

Macron 27,4%

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Le Pen 24%

Mélenchon 21,6%

Zemmour 6,9%

Pécresse 4,7%

Jadot 4,4%

Lassale 3,2%

Roussel 2,3%

Dupont-Aignan 2,1%

Hidalgo 1,7%

Fonte: Instituto Ipsos

* Por Michele Oliveira

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