Sem conseguir fechar aliança com outros partidos, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, anunciou nesta sexta-feira (5) a vice-prefeita de Salvador (BA), Ana Paula Matos, como vice em sua chapa, no último dia para formalizar o nome que vai disputar ao seu lado as eleições de outubro.

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Ana Paula tem 44 anos e é servidora concursada da Petrobras. Ela iniciou a trajetória na gestão municipal como diretora-geral de Educação da Prefeitura de Salvador, em 2013. A candidata a vice foi cogitada como vice de ACM Neto (União Brasil) na disputa pelo governo da Bahia. Em 2020, declarou ter R$ 1,08 milhão em bens.

A decisão de concorrer com uma chapa pura refletiu a dificuldade de Ciro de atrair partidos para sua candidatura. Na noite de quinta-feira (4), na convenção do PDT em Brasília que confirmou a senadora Leila na disputa ao governo do Distrito Federal, o presidenciável já havia sinalizado que não vislumbrava qualquer aliança.

Nesta quinta-feira (4), o PDT formalizou a candidatura de outra mulher ao cargo de vice de Elvis Cezar ao governo de São Paulo. Gleides Sodré foi candidata a vice pelo partido na disputa pelo governo paulista na eleição de 2018 na chapa de Marcelo Cândido, que acabou indeferida pela Justiça eleitoral porque o candidato não cumpriu requisitos da lei da Ficha Limpa.

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Perguntado se ainda esperava alguma aliança de última hora com outros partidos, como a União Brasil, respondeu não ser muito provável. 

— Você tem candidaturas que, com 1%, recebem alianças. E a minha, que frequenta o terceiro consistente e incontrastável lugar, não recebe. Não é um acidente”, disse. “Pergunta ao [Luciano] Bivar [da União Brasil], por exemplo. O Bivar é um cara honesto, diz que ‘o problema do Ciro não é ele, são as ideias dele —.

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Segundo o pedetista, sua defesa por mudar o modelo econômico e na governança política afastam alianças. — Evidentemente você não pode esperar que uma fração do sistema comprometida com o modelo econômico que eu quero revogar e com o modelo de governança política que eu quero revogar venham em meu socorro. É preciso ter humildade diante disso —. 

O PDT de Ciro tem enfrentado ofensiva do PT em alguns estados. Em São Paulo, o candidato petista ao governo do estado, Fernando Haddad, citou o partido durante coletiva de imprensa na quarta-feira (3).

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— Está faltando o PDT nesse palanque. O PDT me apoiou em 2016 para prefeito, com altos elogios do Ciro Gomes à minha gestão — disse Haddad após se encontrar com empresários na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.

Luiz Marinho, presidente estadual do PT, ligou para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, nesta quarta para discutir uma possível participação do partido na chapa petista. — Gosto do Haddad, mas a [nossa] questão é [ter] palanque nacional — disse o presidente do PDT, Carlos Lupi.

Ciro aparece com 8% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, divulgada no final de julho. O ex-presidente Lula (PT) lidera com 47% e o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 29%.

Em discurso durante a convenção que formalizou sua candidatura, Ciro Gomes afirmou que o “lulismo pariu Bolsonaro” e que o país chegou à atual situação porque esquerda e direita são “cúmplices do mesmo modelo” e incapazes de propor uma saída.

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Neste momento, a prioridade do PDT é conquistar palanques nos estados do Sudeste, de preferência, de candidatos do PSDB. Por enquanto, apenas Marcos Pestana, postulante tucano ao governo de Minas Gerais, declarou apoio a Ciro.

Houve conversas com Rodrigo Garcia, que disputa a reeleição em São Paulo, mas que esbarraram no apoio nacional dos tucanos à candidatura de Simone Tebet (MDB). Na terça-feira (2), Ciro anunciou em live, ao lado da mulher Giselle Bezerra, que decidiu morar em São Paulo nos próximos meses de campanha. Um dos filhos do candidato mora na capital paulista.

—A sede da crise brasileira é em São Paulo, mas a saída da crise também passa pela gente valorosa e trabalhadora de São Paulo — disse.

Em outro estado-chave para a campanha, o Rio de Janeiro, Ciro teria palanque com o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT). O estado é palco de outra disputa partidária entre PT e PSB. O diretório fluminense do PT aprovou na terça (2) resolução em que defende a retirada do apoio do partido à candidatura de Freixo ao governo estadual. A definição sobre a aliança, porém, ainda depende de aprovação pela convenção do partido.

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No Ceará, onde Ciro Gomes fez a carreira política, o PDT conquistou apoio do senador tucano Tasso Jereissati ao ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio na disputa pelo governo do estado na última segunda-feira (1º).

Tasso foi alvo de investidas da campanha do ex-presidente Lula e também chegou a ser cotado para vice-presidente na chapa liderada por Simone Tebet (MDB).  

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