Desde sexta-feira (9), o jornal A Notícia publica uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Joinville com temas que devem nortear a discussão e a campanha eleitoral.

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O quarto tema a ser abordado é a mobilidade urbana. A reportagem fez duas perguntas aos 15 candidatos:

Na sua opinião, qual é o maior problema na mobilidade de Joinville? Como pretende resolvê-lo?

A construção de pontes (Adhemar Garcia, Nacar, Anêmonas e Aubé) e a requalificação das ruas por meio do PAC Mobilidade são obras previstas pelo atual governo que não saíram do papel ou não serão finalizadas até o fim do mandato. A candidata pretende manter essas obras no seu governo ou elas serão descartadas?

Leia as outras matérias da série: 

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Saúde

Educação

Desenvolvimento Econômico

Confira o que respondeu cada candidato, com as respostas em ordem alfabética:

Adriano Silva (Novo)

1. Não será uma ação isolada que resolverá essa questão. Somente com um conjunto de ações será possível melhorar a mobilidade em Joinville. O problema começou há muitos anos quando a administração municipal decidiu concentrar as indústrias na zona norte e a população morar na zona sul. Hoje, todos residem na zona sul e atravessam a cidade todos os dia para trabalhar.

A solução começa em criar alternativas para reduzir a necessidade de deslocamento do cidadão, através da promoção de negócios na Zona Sul. Nossa ideia é também, integrar ônibus e bicicletas, implantando bicicletários seguros nos terminais de ônibus, bem como, estudar a possibilidade de reservar um espaço para a bicicleta dentro do ônibus. Precisamos liberar concessões para promover o serviço de aluguel de bicicletas e patinetes.

Precisamos trabalhar para manter a liberdade e fomentar o uso dos aplicativos de transporte e mobilidade urbana, inclusive para transportar servidores públicos em serviço. Outra alternativa é permitir o uso das marginais da BR 101 para criar a Linha Expressa 101 entre terminais Sul-Norte e avaliar o sistema de linha direta entre terminais com tarifa reduzida. Fazer uso da tecnologia para implantar a localização em tempo real do ônibus, o que facilita a vida dos usuários.

Propomos também, estudar a implementação de faixa reversível (3° faixa) em ruas que geram gargalos de trânsito, como a Guanabara, a XV de Novembro e a Monsenhor Gercino, permitindo que as faixas centrais mudem de sentido conforme necessidade do horário.

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Nossas ideias abrangem, inclusive, avaliar e fomentar os modais alternativos de transporte como ferrovias, veículo leve sobre trilhos, BRT, teleféricos e hidrovias. Além de promover as mudanças, realizaremos testes rápidos para avaliar a efetividade das mudanças nos grandes gargalos de mobilidade.

2. Nosso plano de governo inclui a retomada dos projetos de pontes urbanas Adhemar Garcia, Anêmonas e Nacar. Mais do que isso, buscar uma solução efetiva para duplicar os principais eixos, como a Marquês de Olinda, Ottokar Doerffel, Dona Francisca e Almirante Jaceguay, retirando os entraves e identificando parceiros em todas as esferas. Além disso, criar um binário próximo ao terminal Itaum, entre as ruas Monsenhor Gercino e Florianópolis.

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Anelísio da Assessoritec (Avante)

1. Vejo como um grande problema na mobilidade, a falta de planejamento ouvindo o povo. Não acredito em um modelo de gestão aonde pessoas da elite e que moram em regiões centrais, decidam o fluxo das pessoas e dos veículos pela cidade inteira. Joinville tem uma característica aonde cada bairro é uma “pequena cidade”. Por isso, pretendo aproximar os técnicos, os conselhos e o povo dos bairros na tomada de decisões acerca dos planos de mobilidade. Também pretendo estimular muito a questão da acessibilidade e do novo sistema de transporte público, que deverá ser mais barato e próximo a casa das pessoas.

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2. Sou apartidário. Projetos bons, que tenham um plano viável e que tenham o aval das pessoas diretamente afetadas serão mantidos sim! Temos que olhar acima de tudo que o nosso dinheiro público já foi investido nesses projetos. O desafio agora é avaliar qual será a ação mais econômica. Sobre pontes, muito se escuta e pouco se vê. Tenho conversado bastante com engenheiros que me apontaram uma solução com viés de empreendedorismo, pensando “fora da caixa”. Muitos gargalos podem ser resolvidos com investimentos que custam as vezes 90% a menos que a construção de uma ponte, por exemplo, simplesmente desapropriando imóveis e construindo novos binários nos bairros.

> Quem são os candidatos a prefeito de Joinville

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Assis (PT/ Coligação Joinville que Cuida da sua Gente)

1. Resolver o problema de mobilidade em Joinville demanda, antes de tudo, planejamento. Nosso governo vai reunir equipe técnica e população para identificar gargalos atuais e futuros e construir soluções. Vamos buscar soluções que levem em consideração a acessibilidade, a sustentabilidade, a segurança de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres e, é claro, dar mais tempo às pessoas para aproveitarem suas vidas com quem elas mais gostam. Nosso governo vai retomar o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (IPPUJ), garantindo um crescimento ordenado da cidade e definindo políticas públicas voltadas ao meio ambiente natural e construído, e resgatar o Estatuto da Cidade, estabelecendo diretrizes para nortear a elaboração de políticas públicas urbanas.

Vamos retomar as ações de implantação de acessibilidade nas calçadas e praças da cidade e demais equipamentos públicos; expandir e qualificar as ciclovias e ciclo faixas, considerando o entorno escolar, centro tradicional e bairros; priorizar asfaltamento nas vias públicas das escolas e CEIs; implantar novos binários, rotatórias e duplicações nas principais vias de alto tráfego, assim como nos bairros; concluir a abertura da avenida Almirante Jaceguay, ligando o bairro Santo Antônio à BR-101; retomar a duplicação da avenida Santos Dumont da Univille até a rua Blumenau, normalizando o tráfego interno do bairro e o acesso ao aeroporto.

Nosso governo vai atuar para reduzir a necessidade de utilização do transporte individual motorizado e promover a utilização de meios de transportes coletivos e alternativos acessíveis a todos. Para isso, vamos promover a licitação do Transporte Coletivo, avançando para o Passe Social, garantindo qualidade, eficiência e acessibilidade, além de implementar o Passe Livre aos fins de semana, subsidiados pelo estacionamento rotativo; e municipalizar a venda de passes de ônibus, barateando as passagens.

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2. Nós vamos facilitar a mobilidade urbana em Joinville com a construção de pontes de ligação: entre os bairros Bucarein e o Boa Vista; entre as ruas Nacar e Coronel Francisco Gomes (bairros Guanabara e Bucarein) e entre os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista.

Vamos desenvolver um amplo projeto de recuperação das nossas vias asfálticas, atualizando o plano de mobilidade urbana e utilizando os programas em nível estadual e federal já disponíveis.

Em Joinville, é comum ruas receberem asfalto quase todos os anos, enquanto outras nunca tiveram. Vamos mudar isso. Com o Programa Rua Nova, vamos levar pavimentação para todos os bairros da cidade, começando por aquelas ruas que mais precisam. Vamos pôr fim ao pó e a lama diária. E o morador não terá que pagar por isso. Para implementar este programa, vamos fortalecer a Fábrica Municipal de Tubos e Artefatos de Concreto e criar parcerias com empresas e instituições. A definição da pavimentação será feita a partir do Orçamento Participativo, que será retomado pelo nosso governo.

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Comandante Nelson Coelho (Patriota/ Joinville Acima de Tudo)

1. O maior problema é a mobilidade de Joinville ser planejada por pessoas que não vivem e não conhecem a cidade. Antigamente ela era administrada ideologicamente, hoje é por aplicativo. A mobilidade precisa ser tratada por profissionais qualificados que morem na cidade e que entendam de engenharia de tráfego.

2. Todas as obras já previstas e planejadas serão mantidas, até porque não queremos ser o prefeito que vai destruir o que já foi feito. Se dentro do nosso planejamento de mobilidade essas obras são necessárias e já estão com edital adiantado, ela serão realizadas. É o caso da ponte do Adhemar Garcia, que teve um processo longo e demorado, e não podemos simplesmente dizer que não será feita. Mas vamos adequar todo o planejamento da cidade. Vamos tratar com engenheiros de tráfego, pessoas que vivem a cidade, para tirarmos o melhor resultado do investimento que for feito. Fazer investimento apenas por fazer, sem que traga retorno de qualidade de vida, maior mobilidade, é botar dinheiro fora.

Darci de Matos (PSD/ Coligação Joinville é Agora)

1. A mobilidade de Joinville é um grande problema. Nós vamos fazer obras importantes, como a abertura e duplicação da avenida Almirante Jaceguay e a duplicação da rua Ottokar Doerffel. Já temos recursos, pois estarei destinando R$ 7,5 milhões de minhas emendas coletivas, enquanto deputado federal, para esta obra. Outro montante igual virá do deputado federal Rodrigo Coelho. Como prefeito farei a obra. Também iremos pavimentar a Estrada dos Suíços. Na rua Ottokar Doerffel, faremos a duplicação para que haja uma entrada bonita e duplicada. Serão R$ 8 milhões de minhas emendas individuais, outros R$ 8 milhões das emendas de Rodrigo Coelho. E o deputado federal Ricardo Guidi colocará outros R$ 4 milhões nesta obra. Daremos sequência às obras de ciclovias, que sejam interligadas, com rotas definidas. Também faremos alguns binários nos bairros, como o da rua das Gaivotas com a Cegonhas, o binário da Anêmonas com a Guanabara, e outros. Vamos melhorar a mobilidade do Centro retirando o terminal urbano e os ônibus passarão por fora do anel central. Faremos também a licitação do transporte coletivo, para termos um ônibus com preço mais acessível, mais confortável e com mais linhas para o joinvilense utilizar mais. Isso significa melhoria na mobilidade urbana.

2. O PAC da Mobilidade são R$ 100 milhões e é preciso tocar essas obras, apenas andaram a rua São Paulo e a rua Blumenau. E temos ainda, parada, as obras da Helmuth Fallgatter, Albano Schmidt, a abertura da Urussanga, e as pontes. Sobre as pontes, nem os projetos foram entregues na Caixa Econômica Federal. As pontes são fundamentais para melhorar a mobilidade na Aubé, que liga o Bucarein ao Boa Vita, a Nacar que liga o Guanabara com o Bucarein. Também a ponte da rua Anêmonas, que vai formar binário com a rua Guanabara. São obras fundamentais que melhoram toda a mobilidade. Nós vamos tocar, tem que mandar os projetos, os recursos estão garantidos, mas precisamos agilizar os projetos.

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Doutor Dalmo (PSL)

1. O maior problema de mobilidade de Joinville é a falta de dinheiro, e de agilidade para realizar obras. Não as obras faraônicas, como a Ponte do Adhemar Garcia, que é um sonho que se vê distante. Com muito menos do que se prevê para esta ponte, é possível fazer intervenções menores e muito mais práticas para a vida do cidadão que sofre em congestionamentos. O dinheiro vamos obter reduzindo custos da máquina pública, melhorando a arrecadação com fiscalização e desburocratização dos processos, e claro, batendo na porta de Brasília e Florianópolis. Joinville tem que receber o que lhe é devido pelo que contribui para o país e estado. Vamos levar projetos sérios, e conquistar verbas, sem descanso. Joinville precisa sair deste marasmo.

2. Obras no papel são somente sonhos. Portanto, ainda não são realidade. Vamos retomar obras paralisadas pela atual gestão, recuperar as ruas da cidade, pavimentar ruas que não tem pavimentação alguma, que são centenas. Vamos saber, ao assumir a Prefeitura em janeiro, quais destas citadas na pergunta realmente estão garantidas, tem verba, projeto, e vamos fazê-las. Mas vamos implementar outras mais simples e com maior ganho para a população dos bairros.

Drico do PSTU (PSTU)

O candidato não respondeu a questão até a publicação da matéria.

Eduardo Zimmermann (PTC)

1. O problema número um de mobilidade urbana é a ausência dos elevados, trincheiras e pontes, necessários para o trânsito fluir.

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2. Nos comprometemos no plano de governo a implementar o que foi prometido e não cumprido, inclusive a ponte entre Adhemar Garcia e Boa Vista, que é uma obra fundamental para deslocamento na cidade.

Fernando Krelling (MDB/ Coligação Vamos pra Frente, Vamos com Fé)

1. Joinville cresceu muito nas últimas décadas e infelizmente o planejamento urbano da cidade não acompanhou esse crescimento. Para melhorar a mobilidade, especialmente no fluxo de veículos entre Centro e bairros, vou investir nos eixos de maior movimento, fazer o binário da Monsenhor Gercino com a Rua Florianópolis, cobrar do Estado a construção do Eixo K no Distrito Industrial, colocar em prática o novo plano viário de Joinville, implementar a Avenida Beira Mangue no Boa Vista e, principalmente, investir em inovação e tecnologia, com semáforos inteligentes e novos projetos que deem agilidade ao tráfego de veículos.

2. As zonas Leste e Sul concentram o maior número de moradores em Joinville, e precisam de uma atenção especial na mobilidade. Vou construir as pontes das ruas Nacar, Anêmonas e Aubé, conforme o PAC, além de criar outras alternativas para melhorar o fluxo de veículos nas regiões do Boa Vista e Guanabara. Quanto a ponte do Adhemar Garcia, prometida por prefeitos anteriores, vou assumir o compromisso de lutar para acelerar as questões ambientais, já que a ponte atingiria área de preservação, e fazer o possível para dar início a execução da obra.

Ivandro de Souza (Podemos/ Coligação Aliança por Joinville)

O candidato não respondeu a questão até a publicação da matéria.

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James Schroeder (PDT)

O candidato não respondeu a questão até a publicação da matéria.

Levi (DC)

1. Um dos graves problemas da mobilidade urbana em Joinville, são os congestionamentos, causados quase sempre por falta vontade política na realização de obras nas vias públicas. Vamos construir com urgência elevados nas principais avenidas e ruas nos quatro cantos da cidade. Construir eixos viários alternativos para desafogar o trânsito. Construir novas ciclovias e segurança para pedestres e motociclistas.

2. Com absoluta certeza vamos executar o que não foi feito, referente à mobilidade urbana.

Marcucci (Republicanos)

Nossa proposta é levar aos moradores e comerciantes de cada bairro a definição do trânsito e não deixar para um pequeno grupo do centro da cidade essa tarefa; também reavaliar o transporte público, exceto se houver entrave judicial; incentivar o uso de bicicleta com ciclovias seguras também nos bairros; se houver recursos, a construção de elevados, especialmente na zona Sul.

Mayara Colzani (PSOL)

1. A primeira coisa é que temos um serviço de transporte público precário, concedido há décadas à iniciativa privada. Como sabemos, além de precário é um dos mais caros do país, o que inviabiliza a mobilidade da esmagadora maioria da população.

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Além disso, a cidade conhecida como “cidade das bicicletas” não tem infra-estrutura para que as milhares de pessoas que se utilizam desse meio de transporte se locomovam com segurança.

Para o problema dos crescentes engarrafamentos, a solução também passa pelo transporte coletivo. Com a precariedade do serviço, mais e mais as pessoas optam por utilizar seus meios de transporte particular para o trabalho, o que só agrava o problema do trânsito.

Ou seja, é impossível resolver o problema da mobilidade urbana sem que as prioridades sejam a estatização do transporte público,a implementação da tarifa zero e a construção de ciclovias.

2. Todas as obras serão avaliadas e aquelas que atendam aos interesses da comunidade serão não só finalizadas como melhoradas. A ponte do Adhemar Garcia, por exemplo, coincidentemente, do bairro onde moro, é um projeto histórico reivindicado pela comunidade, mas nunca saiu do papel, porque as prioridades dos governantes não são as da comunidade.

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Num governo onde estejamos, a prioridade será o povo trabalhador e os jovens, portanto, obras como essas serão prioridade.

Tânia Eberhardt (Cidadania/ Coligação Joinville é o que nos Move)

1. Sem dúvida falta um planejamento coordenado. Joinville tem diversos gargalos de trânsito e em alguns locais isto é algo que permanece sem solução efetiva há décadas. Um exemplo é o acesso do Centro ao Bairro Boa Vista, que passa essencialmente pelo Mercado Municipal. Já foram feitas dezenas de mudanças no trânsito do local, mas sem um resultado efetivo. O Plano 23 elenca uma série de pontos cruciais a serem trabalhados. Vamos atualizar o sistema viário de Joinville, implementando intervenções nos principais eixos de deslocamento. Para atender às demandas de mobilidade, temos que investir em logística muito mais do que em infraestruturas de alto custo.

Concomitante vamos trabalhar novamente a educação para o trânsito, com campanhas visando segurança, humanização, integração e respeito. Também vamos estimular a oferta de serviços, compras e lazer nos bairros, de modo que o cidadão encontre na região onde mora tudo que precisa. Isto é uma tendência natural de Joinville, uma vez que é uma cidade horizontal. Menos necessidade de deslocamentos têm impacto direto no trânsito.

2. É dever de todo gestor público que se preze dar prosseguimento aos projetos viáveis e cujos trâmites de execução já estão em curso, corrigindo as falhas e buscando novas alternativas para garantir os resultados propostos. Defendo a gestão continuada dos municípios. Isto é crucial para não haver fragmentações. Elas são um empecilho – muitas vezes até um retrocesso – para o desenvolvimento de uma cidade. Entendo que enquanto nova prefeita de Joinville tenho que assumir os ônus das administrações anteriores e encontrar soluções para os erros cometidos. Os bônus pertencem aos cidadãos, devem ser mantidos e aprimorados.

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