Desde o início de outubro, o jornal A Notícia publica uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Joinville com temas que devem nortear a discussão e a campanha eleitoral. O quinto tema a ser abordado é a infraestrutura urbana. A reportagem fez duas perguntas aos 15 candidatos:
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– Qual é a sua principal proposta para a infraestrutura de Joinville?
– As obras de macrodrenagem do Rio Mathias, no Centro de Joinville, estão atrasadas e foram paralisadas. O que o candidato pretende fazer a respeito deste projeto?
Leia as outras matérias da série:
Saúde
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Educação
Confira o que respondeu cada candidato, com as respostas em ordem alfabética:
Adriano Silva (Novo)
1. Nossa proposta é implantar o programa Asfalto Transparente para acabar com a interferência política nesse processo. Vamos adotar transparência na pavimentação dos bairros, disponibilizando na internet a lista de fornecedores homologados de pavimento, os valores referenciais do serviço por metro e o cronograma das obras de preparação.
Aumentaremos o número de ruas a serem asfaltadas por meio da utilização do asfalto reciclado, que é um dos mais modernos e eficientes sistemas de pavimentação.
Faremos uma ação para melhorar o calçamento comunitário, agilizando e regularizando a parceria público-privada para pavimentação.
A nossa atuação será pautada também, em simplificar e modernizar a ouvidoria da Prefeitura, para dar retorno rápido à população, implantando o Joinville Fácil, um aplicativo de gestão de serviços públicos e zeladoria.
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Teremos ainda, uma equipe focada em desenvolvimento de projetos e de frentes de busca de recursos junto aos Governos Federal e Estadual. Especificamente para as obras, defendo a importância de elencar as prioridades para o município. Hoje isso não existe. A pavimentação em Joinville não tem uma política e não tem transparência. Precisamos tratar as obras com planejamento.
2. Infelizmente a obra do Rio Mathias é uma caixa preta que o próximo prefeito terá que abrir. Não tem como fugir. Terá que ser feito uma avaliação técnica, uma nova licitação e busca de recursos para que seja concluída, caso contrário o município corre o risco de precisar devolver os recursos para a União, vindos a fundo perdido. Isso seria ainda mais trágico para a cidade.
A diferença é que antes de iniciar a conclusão das obras, faremos um planejamento com data de início e fim para cada etapa. Comerciantes e cidadãos já foram penalizados tempo demais com o descaso, abandono e gestão ineficiente dessa obra. Será necessário concluir, mas com planejamento, eficiência e velocidade.
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Anelísio da Assessoritec (Avante)
1. Entendo que precisamos planejar a valorização da cultura cidade de Joinville, promovendo estudos e definindo estímulos para a revitalização urbana, de praças e jardins, para implantação de sinal Wi-Fi público nos diversos pontos turísticos da cidade, inclusive através de parceria público privada, estimulando as empresas locais a assumirem uma postura proativa em relação à conservação dos equipamentos municipais.
2. Sobre o abandono das obras do rio Mathias, antes de qualquer ação irei abrir a “caixa preta” e ouvir o posicionamento dos técnicos sobre o assunto. Se alguém errou, a conta será cobrada dessa pessoa responsável, inclusive diretamente do seu patrimônio. Eu sou formado técnico em Mecânica, estudei Engenharia Mecânica e quando eu vi eles fazendo o projeto, eu acho inadmissível o erro que se cometeu ao começar as obras do rio Mathias. O rio Mathias não vai resolver problemas de enchentes em Joinville: por mais que você faça a sucção da água dali e jogue pro rio Cachoeira, este rio transborda quando tem maré e enchente. E vai transbordar onde? Em outro bairro? Eu vou tirar água do Centro e jogar em outro bairro da cidade? Pra mim, é um erro absurdo. A elite do centro não pode prevalecer sobre o nosso povo dos bairros. Mas tem que se fazer um estudo, pegar engenheiros especialistas nesse tipo de atividade pra verificar se agora que o estrago já esta feito, e o dinheiro público já está enterrado, se é mais viável continuar desse jeito ou rever o processo inteiro de outra forma. Reconstruir Joinville é a minha missão, deixar para meus filhos e netos uma cidade linda, limpa e segura, para todos os bairros sem distinção.
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Assis (PT/ Coligação Joinville que Cuida da sua Gente)
1. Queremos que Joinville volte a ser motivo de orgulho e satisfação para o seu povo. Isto passa por garantir as condições de infraestrutura necessárias para a qualidade de vida da população. Aqui em nossa cidade, vemos, todos os anos, as mesmas ruas recebendo manutenção, enquanto outras permanecem sem qualquer atenção da prefeitura. Com o Programa Rua Nova, iremos levar pavimentação para todos os bairros de Joinville, começando pelos locais que mais necessitam de cuidado. E o morador não terá que pagar por isso: este recurso estará previsto no orçamento da prefeitura. Para implementar este projeto, iremos fortalecer a Fábrica Municipal de Tubos e Artefatos de Concreto e criar parcerias com empresas e instituições. A definição da pavimentação será feita a partir do Orçamento Participativo, que será retomado pelo nosso governo.
2. Temos o compromisso de concluir não só as obras do Rio Mathias, como também todas as obras inacabadas da atual gestão. Pretendemos, ainda, retomar outros projetos, como a implantação da rede de esgoto e a conclusão das estações de tratamento no Jardim Paraíso, Aventureiro, Boa Vista, Vila Nova, Jarivatuba e em Pirabeiraba. Porém, queremos fazer isso com o menor impacto possível no dia-a-dia do joinvilense. Vamos realizar obras integradas e que facilitem o acesso da população ao trabalho e ao lazer com segurança, agilidade e inclusão. Trabalhar para cuidar das pessoas é nosso principal compromisso. Seja na saúde, na educação, na concessão de crédito e microcrédito para empreendedores, em uma rede de proteção social com a garantia de uma renda mínima e cursos de capacitação profissional. Vamos cuidar das pessoas do portão para dentro e do portão para fora de suas casas. Da porta para dentro e da porta para fora dos seus negócios.
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Comandante Nelson Coelho (Patriota/ Joinville Acima de Tudo)
1. Inicialmente, vamos trabalhar Joinville dentro de um conceito que chamamos de acupuntura urbana — resolver pontos/problemas específicos e momentâneos. Temos obras previstas em todas as regiões da cidade. Mas as que consideramos de grande impacto são a conclusão da avenida Almirante Jaceguay, que ligará a BR-101 ao aeroporto e ajudará a desafogar o trânsito da zona norte, e o eixo ecológico leste. É um projeto antigo, com uma boa parte dele aproveitável, que ligará o Espinheiros ao aeroporto, margeando o mangue e prevendo áreas de bem estar, caminhadas e contemplação para a baía da Babitonga.
2. Já no dia 1º de janeiro vamos chamar os técnicos da Seinfra, que lá atrás já alertaram para os problemas da obra e não foram ouvidos, para fazerem uma análise do que é preciso para concluí-la. Isso tem que ser feito. Uma coisa que nunca gostei é alguém assumir uma prefeitura e ficar reclamando do passado. Quem assume precisa ter a visão de que precisa resolver os problemas.
Darci de Matos (PSD/ Coligação Joinville é Agora)
1. Vamos reduzir o número de secretarias para apenas 7, e a de Infraestrutura irá coordenar as subprefeituras que serão superintendências regionais. Colocaremos um secretário técnico, que conheça do assunto, pois não temos tempo a perder. Vamos fabricar nosso asfalto para tapar todos os buracos da cidade e enfrentar esses 600 quilômetros de chão, que é um abuso. Vamos buscar recursos de emendas parlamentares de deputados e senadores. E junto com Rodrigo Coelho, vou bater na porta de ministros, deputados, senadores e do Presidente da República para trazer recurso, tocar a pavimentação e fazer obras importantes. Vamos duplicar a rua Ottokar Doerffel, abrir e duplicar a avenida Almirante Jaceguay. Me comprometo em fazer o projeto e buscar recursos para viabilizar a duplicação da rua Dona Francisca. Se não houver recuso para duplicar, me comprometo em ir atrás de recursos e, pelo menos, revitalizar a via. Vamos dar continuidade às obras do PAC, pontes do Adhemar Garcia, Nacar, Anêmonas e Aubé. Também a abertura e revitalização da rua Urussanga, e a pavimentação da rua dos Suíços.
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2. A obra do Rio Mathias é um absurdo. Gastaram quase R$ 30 milhões em uma obra que temos dúvidas se irá funcionar tecnicamente. Contrataram uma empresa sem condições de tocar a obra. Uma obra mal feita, inacabada e que encerrou no meio do caminho. Assumindo a prefeitura, vou chamar os engenheiros, técnicos, comerciantes e a comunidade atingida pela obra. Vamos discutir, verificar se há recursos garantidos e se a obra é viável tecnicamente. Não posso tomar essa decisão antes de assumir a prefeitura. Só saberemos se vamos tocar a obra ou não depois de ouvir técnicos e todos os envolvidos.
Doutor Dalmo (PSL)
1. Acredito que serão várias obras, não apenas uma principal. Joinville precisa de várias intervenções em várias regiões. Vou dar alguns exemplos. A construção de pontes, como uma que liga a rua das Anêmonas, no Fátima, aos fundos do terminal do Guanabara, o que reduziria muito o engarrafamento de todos os dias para quem vem do Adhemar Garcia, Jarivatuba, Fátima e outros. Na zona norte, ligar as ruas Papa João Paulo I à Rua Tucano, e aí poder implantar um binário com a Cegonhas, desafogando aquela via. Começar de uma vez por todas a Almirante Jaceguay, que está lá pedindo para ser feita e ajudar na mobilidade. São várias pequenas, e maiores, intervenções que são absolutamente necessárias. Sem contar a pavimentação das ruas cheias de buracos nos bairros, e cuidar da cidade, zelar por ela, deixá-la bonita.
2. Vamos imediatamente reunir especialistas em engenharia para avaliar e analisar o projeto. Sabemos que há falhas graves no projeto e na execução, mas precisamos que especialistas digam o que fazer. Aliás, seis anos e milhões depois, o fato é que a área central de Joinville ficou destruída e desconfigurada, gerando desemprego, fechamento de empresas, obra deste governo atual. Vamos portanto retomar com base em avaliações técnicas, de pessoas qualificadas, e terminar a obra que consumiu milhões da prefeitura sem dar resultado, somente prejuízos a Joinville.
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Drico do PSTU (PSTU)
O candidato não respondeu a questão até a publicação da matéria.
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Eduardo Zimmermann (PTC)
1. A nossa principal proposta de infraestrutura é a ponte entre Vigorelli e Vila da Glória.
2. No tocante às obras do rio Mathias, se não for aprovada uma CPI pela nova Câmara de Vereadores, nos comprometemos enquanto Poder Executivo a, no prazo de 30 dias, apresentar no site da prefeitura os responsáveis pelas obras, pessoas e empresas, o valor gasto, e uma previsão do que pretendemos fazer e quando.
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Fernando Krelling (MDB/ Coligação Vamos pra Frente, Vamos com Fé)
1. Vou criar, já no primeiro dia de governo, a Secretaria de Pavimentação e Zeladoria, investindo em pavimentação, principalmente, nas Zonas Leste e Sul da cidade, e realizar mutirões permanentes de zeladorias nos bairros, para cuidar de nossas praças, jardins, parques e espaços públicos, além de revisar e ampliar programas de requalificação da infraestrutura urbana.
2. Precisamos imediatamente deixar a região do Centro ativa novamente, transitável e bem cuidada, isso dará fôlego aos comerciantes da área, atraindo a comunidade e dando vida para a região. A obra é importante. E, agora, ela tem que andar pra frente. Até para que o recurso que foi colocado lá não seja perdido. É fundamental avaliar com uma equipe técnica e altamente qualificada, para planejar melhor. Assim iremos garantir mais agilidade para revitalizar a região.
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Ivandro de Souza (Podemos/ Coligação Aliança por Joinville)
1. Joinville precisa avançar em obras de infraestrutura e isso vai desde a novas pontes, duplicações, abertura de ruas, pavimentação, sinalização. Vou abrir o escritório que a Prefeitura de Joinville tinha em Brasília e foi fechado para captar recursos junto aos ministérios. Com projetos em mãos vamos conseguir captar dinheiro. Penso que nos próximos quatro anos é preciso avançar com a abertura da Almirante Jaceguay, executar projetos e captar dinheiro para a duplicação da Ottokar Doerffel, entre outras importantes obras que merece conversa com o Governo do Estado, por exemplo. O que acredito que realmente será possível de prometer e executar, porque o dinheiro existe e entra todo mês no caixa do município, é avançar em 4% no saneamento a cada ano de governo, ou seja, em quatro anos avanço de 16% em rede de coleta e tratamento de esgoto.
2. Vou solicitar um laudo técnico que apresente a realidade da obra. Um documento que integre a equipe técnica da Prefeitura de Joinville, em uma parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), banco financiador como a Caixa Econômica Federal (CEF), entre outros envolvidos. Também penso que a população afetada precisa voltar a usufruir dos espaços que foram danificados e, as pessoas diretamente afetadas com prejuízos econômicos, decorrente da falta de planejamento da obra pelo não cumprimento do prazo e questões técnicas de execução, entendo que é preciso encontrar uma forma de indenizá-los, por exemplo, com um bônus no IPTU. O laudo técnico vai dizer se a obra deve ocorrer e de qual forma e o que se faz necessário em termos de investimento financeiro.
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James Schroeder (PDT)
1. Investir na criação do Joinville On-line, um aplicativo (APP) que permitirá aos munícipes relacionarem-se diretamente com a Prefeitura para encaminhamento de demandas, desde marcação de consultas médicas até solicitações de zeladoria da cidade, passando pelo acesso remoto à outros serviços públicos e permitindo ao cidadão ser colaborativo na governança de Joinville.
2. A obra de Macrodrenagem do Rio Mathias estava prevista e tecnicamente definida no Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) de Joinville, embora houvessem outras bacias hidrográficas com maior prioridade para receberem intervenções para o controle de cheias. Agora nos resta concluir as obras para não desperdiçar os recursos já investidos. Para isso será necessário fazer novo projeto de engenharia, tendo em conta que é uma obra complexa em sua execução pois impacta vias de grande circulação em locais com muitas interferências (rede de drenagem, esgoto, abastecimento de água, rede de gás, rede de energia, …). A seguir virão as fases de alocação de recursos, licenciamento ambiental, licitação, contratação e execução da obra. Certamente este processo levará ainda alguns anos para ser concluído e, neste meio tempo, teremos que revitalizar as ruas centrais para que possam ser devolvidas aos munícipes.
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Levi (DC)
1. A infraestrutura é uma das prioridades em caráter de urgência em nosso governo. Vamos celebrar parcerias pública privada para pavimentação e saneamento básico. Vamos quebrar paradigmas da continuidade e fazermos.
2. A obra do Rio Mathias devem continuar e se resolver dentro de uma ordem criteriosa, com parecer de profissionais. Ouvindo a todos os empresários, moradores e fazer uma auditoria severa sobre os gastos milionários até agora.
Marcucci (Republicanos)
1. Lembro mais uma vez que minha promessa é segurança pública. Em relação à infraestrutura, a cidade ficou focada no centro. Nossa administração irá primeiro avaliar e depois reorganizar todas as obras, criando eixos viários .
2. Sobre a obra do rio Mathias, será investigado cada centavo e penalizado os responsáveis, seja quem for. Em relação à continuidade ou não, terá que ser avaliada mediante auditoria e parecer do tribunal de contas.
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Mayara Colzani (PSOL)
A infraestrutura da cidade passa por investimento em serviços públicos. Não só a obra do Rio Matias, mas como as outras obras da cidade são importantes e cheia de vícios como em outras centenas, o que precisa é chamar o corpo técnico que a prefeitura dispõe e colocar isso nos eixos, para isso é preciso romper com a promiscuidade entre público e privado. Defendemos a planificação da economia, obras como essa seriam simples de ser resolvidas.
Tânia Eberhardt (Cidadania/ Coligação Joinville é o que nos Move)
1. Nosso Plano de Governo tem como característica a integração entre as várias secretarias e órgãos da Prefeitura. Nesta linha, uma de nossas metas em termos de infraestrutura é o “Programa Circular Seguro”, cujo propósito é priorizar a circulação e o acesso aos equipamentos públicos (escolas, Unidades de Saúde, CEIs, órgãos de atendimento ao cidadão e centros de comércio, entre outros). Isto envolve obras condicionantes de segurança e acessibilidade associadas ao transporte público, bem como abertura e manutenção de vias de integração, tanto do ponto de vista da pavimentação como da sinalização.
2. Precisamos delinear com transparência absoluta o que de fato foi feito e onde estão os erros. Nosso primeiro ato em relação às obras do Rio Mathias será convocar os técnicos da PMJ (Seinfra, Administração, Procuradoria, etc.) e aqueles que participaram do processo direta ou indiretamente. Queremos ter uma visão exata do estado em que se encontra para definir uma solução comerciantes locais e a população no geral. Houve problemas gravíssimos na condução desse projeto, sabemos que teremos um grande nó a desatar, mas vamos fazer isso de maneira inteligente e com responsabilidade.