Apenas Joinville e Blumenau terão segundo turno nas Eleições de 2020 em Santa Catarina. Em Joinville, os candidatos que disputam a vaga para assumir a prefeitura são Adriano Silva (Novo) e Darci de Matos (PSD). O candidato pelo PSD recebeu 66.838 votos, enquanto o candidato do Novo obteve 60.728 votos. As informações são do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC).
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Na manhã desta terça-feira (17), os candidatos concederam entrevista ao Bom Dia Santa Catarina. Eles falaram sobre propostas, apontaram problemas sobre a atual gestão e o momento que estão vivenciando atualmente na campanha. Confira a entrevista completa:
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Adriano Silva (Novo)
NSC – Por que o joinvilense deve confiar no seu trabalho e nesta mudança? caso eleito, esta mudança vai acontecer de que forma?
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Adriano Silva – Estou preparado. Eu estudei para ser prefeito. Fiz a Escola Renova BR e, de 1,4 mil alunos, fiquei entre os cinco alunos que foram homenageados na formatura. O nosso sistema político do Novo é um sistema diferente. Isso é forte. Você ter candidatos e ideias novas, além de um sistema político que faz uma política diferente, isso é uma mudança de verdade. É isso que sentimos que Joinville realmente está querendo.
NSC – o senhor é da área da indústria. Sabemos o quanto a indústria é importante para Joinville. Geração de renda para a população, para o trabalhador. Qual é a linha do seu mandato, caso eleito, para melhorar as finanças da família de Joinville?
Adriano Silva – essa vai ser a nossa primeira atividade. Eu vou liderar pessoalmente o mutirão da desburocratização. Joinville vem sofrendo demais com a burocracia. Perdemos muitas empresas para cidades vizinhas, até para outros estados, onde diminuiu a geração de empregos. Por isso é importante que seja o primeiro ato do prefeito para que mais empresas e empreendedores possam abrir seus negócios na nossa cidade.
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NSC- o Novo bate na tecla da questão dos recursos públicos, economia. Como reduzir os recursos e gastos da máquina pública em Joinville?
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Adriano Silva – Nossos políticos abrem mão de todos os privilégios. Nossos deputados não usam auxílio mudança, carro, apartamento, auxílio terno, plano especial de saúde, previdência. Só isso já é uma grande economia que fazemos no país. Na cidade a gente vai fazer a contratação para todos os cargos comissionados com processo de seleção e recrutamento. Isso é muito bom porque valoriza os servidores e também aqueles que são necessários. Então vamos fazer uma gestão com eficiência. Buscar eficiência do governo é fundamental para Joinville poder continuar fazendo investimentos, principalmente na área da infraestrutura que hoje está precário.
NSC – Macrodrenagem do rio Mathias, transporte público, mobilidade e trânsito. Isso também está na linha de governo?
Adriano Silva – Realmente o joinvilense está cansado de ver obras que começaram e não terminaram. A do rio Mathias é emblemática e é uma herança que ninguém gostaria de receber. Afinal, não foi terminada e ninguém sabe em que passo ela está. Terá de ser feito uma análise técnica aprofundada sobre essa obra para tomar a decisão correta. Quanto à mobilidade, Joinville precisa de investimentos de infraestrutura de forma urgente, Faz anos que a cidade não recebe esses investimentos. Vamos ter de escrever projetos e buscar parcerias com governo do estado e Federal.
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NSC – pandemia: qual a sua opinião com relação às estratégias de combate à pandemia?
Adriano Silva – Nós temos que cuidar da Saúde, olhar a infraestrutura da Saúde para dar o atendimento necessário para quem está doente, principalmente em leitos de UTI. Evitar o lockdown, que ja se mostrou não eficaz. Ele gera um problema econômico drástico. O que nós temos é que trabalhar com distanciamento social, higiene, máscara. Manter informada a população. O prefeito tem que estar todos os dias liderando este passo a ponto de a população saber exatamente o que está acontecendo.
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NSC – buraco nas ruas: há algum plano de asfaltamento de manutenção das vias da cidade no seu plano de governo?
Adriano Silva – Sim. Nós vamos fazer um plano constante. O que o atual governo fez foi aglutinar todo o investimento de pavimentação nesse último ano. Primeiro, trava a cidade. É muita obra ao mesmo tempo. Nós ficamos quase oito anos com as ruas degradadas. Isso tem que acontecer de forma gradual e normal. Isso é um investimento diário na cidade.
NSC – como será a campanha até o dia 29 de novembro?
Adriano Silva – Continuar mobilizando os voluntários. Não contratamos ninguém para ir aos sinaleiros. Temos mais tempo de televisão, antes eram só 13 segundos. O que nos ajuda a explicar os projetos. Montamos o plano de governo com mais de 70 voluntários há um ano e meio, estudamos muito esse projeto, temos muitas ideias e como executá-las.
Darci de Matos (PSD)
NSC – o que pretende fazer para conseguir ser eleito na cidade mais populosa de SC?
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Darci de Matos – Não vou fazer coligação com nenhum partido. Minha coligação é com as pessoas. Agora no segundo turno nós vamos poder aprofundar o debate. O que diferencia a minha candidatura do meu concorrente é que eu sou um homem do bairro, do povo, a minha história da roça que me trouxe até deputado federal demonstra isso. O outro candidato é um milionário que pertence a um grupo que sempre dividiu Joinville, que não conhece o bairro, que nunca andou de ônibus. Essa é a grande diferença. E o preparo, o conhecimento que tenho na vida pública como vereador, deputado estadual, federal. O concorrente não tem nenhuma experiência na vida pública. A empresa é diferente. Prefeitura não é que nem a empresa do pai. Prefeitura tem problemas, tem pessoas que sofrem, que morrem na fila porque não tem cirurgia, problema de asfalto, falta de educação infantil. Nós de Joinville estamos saindo de uma experiência muito ruim do empresário. A cidade está devastada do Centro aos bairros. A cidade travou, as empresas estão indo embora. A experiência de um empresário milionário que não tem conhecimento da vida pública foi muito ruim.
NSC – no seu plano de governo foi falado sobre enxugar a máquina pública. Como fazer isso na prática?
Darci de Matos – Vou cortar 16 secretarias de 23, ficando somente sete com secretários que têm experiência e sabem o que fazer. e vou cortar 50% dos cargos comissionados. Isso é necessário para que tenhamos mais recursos nas áreas fundamentais. Vou utilizar minha relação com senadores e deputados, com Florianópolis, ministros e o presidente Bolsonaro para buscar mais recursos a fundo perdido, de emendas e financiamentos a longo prazo para reconstruir Joinville.
NSC – quais secretarias serão cortadas?
Darci de Matos – Vou deixar secretarias: a de infraestrutura, alojando as subprefeituras que têm status de secretaria nos bairros; cidadania com habitação e segurança; meio ambiente com agricultura e sustentabilidade; fazenda, recursos humanos e administração; desenvolvimento urbano, planejamento econômico, turismo e inovação; e saúde e educação. Vou cortar o cabide de emprego das secretarias. Não vou cortar os programas, mas vou dar orçamentos e aquilo que os programas precisam.
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NSC – infraestrutura: qual seu plano para o setor?
Darci de Matos – A mobilidade é fundamental. Primeiro: fazer aquilo que prometeram e não fizeram. Vou fazer a licitação do transporte coletivo que ajuda na mobilidade. Vamos ter um preço acessível ao trabalhador, ônibus mais confortável, sistema mais moderno e mais linhas. Vamos levar os trabalhadores a deixar o carro em casa e usar o transporte coletivo que melhora a mobilidade. Precisamos fazer mais ciclovias. perdemos o título da Cidade das Bicicletas, e algumas obras que vamos buscar financiamento em Brasília, financiamento a longo prazo, e parceria com ministérios. Na Ottokar , que é uma entrada bonita que vou fazer para Joinville, eu já tenho praticamente todo o dinheiro de emendas minhas e dos deputados federais Rodrigo Coelho e Ricardo Guidi. Uma obra importante apra a zona Norte, já temos parte do dinheiro. Não vou prometer obras faraônicas porque a atual gestão prometeu uma ponte do Adhemar Garcia com R$200 milhões e passaram-se os anos e a obra não existe.
NSC – quais os projetos sobre buracos das ruas?
Darci de Matos – A pauta de Joinville durante sete anos foi tapa buraco. Eu vou fazer usina de asfalto, já tivemos em Joinville, como tem em outros municípios. Para que o asfalto seja mais barato, e aí chega na ponta, nos bairros. Os buracos é uma tarefa a ser feita nos dois primeiros meses de governo. O asfaltamento é fundamental. Vamos continuar com o projeto de lajotas nos bairros. Vou dar atenção a toda a cidade, mas principalmente para trabalhadores e bairros, onde estão os grandes problemas – cirurgia que não vem e tem gente morrendo na fila, déficit na educação infantil, saneamento que não anda com apenas 39% do esgoto tratado, e empresas, vou destravar a cidade.
NSC- e sobre o enfrentamento à pandemia?
Darci de Matos – Eu tenho uma posição mais liberal: isolar os idosos e pessoas doentes, mas os mais novos têm que trabalhar tomando o devido cuidado. Como prefeito, não vou cuidar só da pandemia. 80% dos casos de dengue estão concentrados em Joinville absurdamente. Vou ter atenção com a saúde, aos leitos de UTI, respiradores e valorização do servidor público. Joinville não é empresa do pai. Joinville tem problemas e não vai suportar mais uma gestão de um milionário que queira se perpetuar nesse grupo. É preciso mais energia, alegria e desenvolvimento na maior cidade de SC.