Desde sexta-feira (9), o jornal A Notícia publica uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Joinville com temas que devem nortear a discussão e a campanha eleitoral. 

Continua depois da publicidade

O segundo tema a ser abordado é a educação. A reportagem fez duas perguntas aos 15 candidatos:

Qual é sua prioridade na educação?

A falta de vagas em CEIs, em especial para crianças de 0 a 3 anos, é um problema que cresce em Joinville. Como pretende solucioná-lo?

Confira o que respondeu cada candidato, com as respostas em ordem alfabética:

Continua depois da publicidade

> Quem são os candidatos a prefeito de Joinville

> Em site especial, saiba tudo sobre as Eleições 2020 em SC

Adriano Silva (Novo)

1. É preciso gerar um salto de qualidade na educação básica através da gestão profissionalizada, do diálogo público-privado, da participação da comunidade escolar e da sinergia entre os diferentes atores sociais. Vamos investir na qualificação e valorização constante dos profissionais da educação. Para isso, vamos desenvolver um sistema de reconhecimento para professores e diretores baseado no resultado da aprendizagem.

Para que os professores tenham acesso às inovações de ensino criaremos um Centro de Formação, para oferecer desenvolvimento profissional e garantir que os professores estejam preparados para promover novas estratégias de aula e o domínio dos conceitos-chave de cada disciplina. É papel da prefeitura facilitar o aperfeiçoamento contínuo dos professores, coordenadores e diretores para estimular novas práticas de aprendizado.

Nosso plano de governo prevê também, implantar o programa “Escola é mais” para desenvolver o contraturno com disciplinas de reforço escolar, língua inglesa, esportes, artes, empreendedorismo, tecnologia, brigada de primeiros socorros, trânsito e prevenção de acidentes.

2. Para atender o déficit das vagas nos CEIs faremos uma análise da necessidade de construir novos centros, mas priorizaremos as parcerias com escolas particulares por meio de vouchers. Entendemos que essa medida é mais eficaz se considerarmos a oscilação de demanda que hoje é alta, mas em alguns anos, poderá reduzir drasticamente. Isso criaria um novo problema para o futuro, com CEIs subutilizados ou fechados por falta de demanda. Além disso, a medida flexibiliza a escolha da escola pela logística dos pais, podendo ser perto do trabalho e não, necessariamente, próximo ao endereço residencial.

Continua depois da publicidade

> Com mudança na matriz improvável nesta semana, Joinville toma decisão sobre volta às aulas nesta quarta

> Joinville estuda a compra de futuras vacinas contra coronavírus

Assis (PT/ Coligação Joinville que Cuida da sua Gente)

1. Para além das questões estruturais da educação mais a longo prazo, a nossa prioridade será a implementação de protocolos sanitários que garantam a segurança de nossas crianças, de professores e professoras e dos demais trabalhadores em educação. O retorno às aulas, como está sendo feito agora, com a prefeitura jogando a responsabilidade para os pais, é um crime. Nosso protocolo será debatido com toda a comunidade escolar. Vamos envolver diretores, professores, representantes dos pais e técnicos das secretarias municipais de saúde, educação e assistência social. Esse plano vai fazer valer os protocolos sanitários como materiais de higiene e limpeza disponíveis. Será um processo gradual que garantirá a proteção das pessoas e o aprendizado dos alunos.

2. Em relação à educação básica, nossa prioridade é a retomada do atendimento em período integral nos Centros de Educação Infantil de Joinville, como era quando governamos a cidade. Além disso, vamos rever os convênios com CEIs privados considerando o aporte financeiro e pedagógico e construir novos Centros de Educação Infantil, de acordo com a demanda, garantindo equipes administrativas e pedagógicas completas.

Comandante Nelson Coelho (Patriota/ Coligação Joinville Acima de Todos)

1. Uma das nossas prioridades é evitar que tenhamos, nas séries iniciais, a questão de ideologia de gênero. As crianças têm que ir para a escola para aprender e se tornarem bons cidadãos, não para serem estimuladas a questões sexuais que devem ser passadas mais tarde. Também temos que entender como o nosso aluno quer ser formado. Existe um Plano Nacional de Educação, que não depende do município e que em alguns momentos temos que seguir. Porém, precisamos falar de algo que ninguém fala, que é ter alguém que aborde as novas tecnologias de forma que crianças e jovens as compreendam. E quando você fala de tecnologia, fala em exatas. Não adianta dar ênfase para a área de humanas nesta fase quando tudo que vem por aí está ligada a área de exatas. Sociologia e Filosofia vêm num outro momento. Temos uma criança numa fase em que ela ainda não tem todas as estruturas cognitivas formadas para divagar sobre questões filosóficas e sociológicas.

Continua depois da publicidade

2. Os dados que temos indicam a necessidade de mais vagas. Temos déficit em relação aos CEIs, que já possuem um modelo que deve ser ampliado, que é a terceirização de vagas. Precisamos pensar nisso não só quanto a necessidade dos pais, mas como um fomentador da economia. Então é um serviço que vou entregar ao cidadão de duas formas: uma, vagas em creche e CEIs; outra, fomentar a economia, um dos setores que mais sofreu com a pandemia e esses decretos absurdos. Queremos, já no primeiro ano, diminuir esse déficit fazendo uma reavaliação da quantidade de vagas, e penso que aí já teremos disponíveis quase 2 mil vagas. O que temos que fazer também é uma revisão de zoneamento junto à Secretaria de Educação. Precisamos entender qual a necessidade do cidadão, onde temos que ter mais CEIs. Vou dar o exemplo do Paranaguamirim, um bairro que hoje necessita de uma estrutura bem melhor. É um bairro jovem, que está crescendo, tem muitas crianças e as pessoas precisam trabalhar. Está para sair lá um condomínio industrial, então haverá um boom populacional, e o município precisa se antecipar.

> Quer receber notícias de Joinville e Norte de SC por WhatsApp? Clique aqui e entre no grupo do A Notícia

Darci de Matos (PSD/ Coligação Joinville é Agora)

1. No pós-pandemia teremos um problema ainda maior de falta de vagas nas escolas públicas de Joinville, pois muitas crianças estão migrando do particular para o público. Vou dar uma atenção especial para a falta de vagas. Vamos especialmente acabar com o déficit da educação infantil de mais de 7 mil vagas, através de construção de CEIs e compras de vagas das escolas comunitárias e particulares.

2. Vamos construir CEIs, vamos incentivar e voltar a fazer parcerias com CEIS comunitários e comprar vagas dos particulares. O projeto existia há muitos anos e a atual gestão pagou um preço muito baixo por vaga, não valorizou e perdemos esses convênios. Hoje há um déficit de mais de 7 mil vagas na educação infantil e a corda sempre estoura no mais fraco, são crianças, filhos de trabalhadores que precisam trabalhar para sustentar a família e que não tem onde deixar as crianças. Vamos fazer do déficit de vagas nossa prioridade.

Continua depois da publicidade

Doutor Dalmo (PSL)

1. Valorizar e qualificar profissionalmente, de forma contínua, os professores e educadores; priorizar a qualidade do processo de aprendizagem, incrementar o processo de implantação das escolas municipais em tempo integral de ensino fundamental, reestruturar as escolas em seus aspectos físicos e ambientais, e, implementar programa de manutenção contínua dos prédios públicos, ampliar as bibliotecas das escolas, equipando com o aparato tecnológico necessário, aprimorar o transporte escolar mediante um serviço que garanta segurança, comodidade, bem-estar e maior abrangência do sistema, assegurar acesso da população às creches por intermédio de parcerias com o setor privado e ONGs, em complemento à rede pública, a fim de dar integral cumprimento ao que determina o PNE quanto ao atendimento na educação infantil, ampliar a tecnologia nas escolas, mediante disponibilização de computadores e ferramentas de tecnologia da informação, com acompanhamento e treinamento dos professores e servidores.

2. Vamos dar prioridade para vagas para a educação infantil, com investimento próprio e em parcerias com ONGs, associações comunitárias, para garantir vagas. Não é mais possível que os pais sofram com falta de vagas.

> Joinville tomará decisão sobre volta às aulas nesta quarta-feira

Drico do PSTU (PSTU)

A realidade encontrada nos hospitais e escolas demonstra que a prioridade dos governantes não têm sido esses setores. Você não pode considerar que Saúde e Educação sejam prioridades do governo e da classe dominante. São as áreas mais importantes para a classe trabalhadora, sem dúvida, mas para ‘os de cima’ não! O Orçamento Público nacional destina às áreas citadas em torno de 4% para cada (e ouvimos inúmeras vezes o quanto estão empenhados em cortar esses investimentos). Já a Dívida Pública consome em torno de 40% do orçamento. São dez vezes mais. Então se houvesse alguma prioridade em saúde e educação, como classificar a Dívida Pública? Aliás esse tema merece uma explicação à parte. Se contraímos uma dívida que consome quase metade do que é produzido no país, onde esse dinheiro foi investido? E quem são os credores? Temos as respostas, e são desagradáveis, esse esquema de dívida é usado para manutenção da subserviência dos países periféricos ao imperialismo capitalista. Os administradores (desde Juscelino Kubitscheck, passando pelos militares, até o atual presidente) corruptos até a medula, se beneficiaram e beneficiam seus asseclas jogando a conta nas costas da classe trabalhadora. Por isso somos apoiadores da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, e a suspensão imediata do pagamento da dívida. Aí poderemos falar em saúde e educação de qualidade.

(O candidato optou por responder em apenas um texto)

Eduardo Zimmermann (PTC)

1. A prioridade na educação é a implantação de escolas cívico-militares nos bairros, para alcançarmos ensino de qualidade diatribuído pela cidade.

Continua depois da publicidade

2. Com relação à falta de CEIs, temos que construir mais, buscar a compra de vagas em unidades privadas também, PPPs, mas sobretudo, implementar um modelo de creche em tempo integral, que é a maior demanda das mães e pais.

Fernando Krelling (MDB/ Coligação Vamos pra Frente, Vamos com Fé)

1. Quero investir na “Educação 4.0”, com oficinas de tecnologia, experiências e projetos de linguagem de comunicação. Iniciar o “Projeto Educação 5.0” aliando tecnologia e o lado socioemocional das crianças e adolescentes, que incentiva a mentalidade empreendedora, preparando o aluno não apenas para ser bem sucedido na vida, mas também realizado emocionalmente.

Vamos fortalecer o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) com foco na qualificação e encaminhamento ao mercado de trabalho e parceria com a iniciativa privada, e oportunizar a inclusão no atendimento e na socialização às pessoas com deficiência (PCDs).

Outro compromisso é criar o “Complexo Educapark” no Ginásio Ivan Rodrigues, com atividades de arte, esporte, cultura e inovação para o contraturno escolar. Permanecer com as escolas abertas para o contraturno escolar nos bairros.

Continua depois da publicidade

2. Minha prioridade é avançar na integralidade dos períodos nos ensinos infantil e fundamental. Vou criar 2 mil novas vagas na educação infantil com a entrega de 7 novos CEIs nos bairros Cubatão, Boehmerwald (residencial Trentino), Paranaguamirim (Loteamento Canaã), Comasa, Nova Brasília, Bom Retiro e Boa Vista. Além disso, vamos dobrar o número de vagas em CEIs particulares conveniados.

James Schroeder (PDT)

1. Criar um Departamento de Projetos e Convênios para habilitar a Prefeitura de Joinville na captação de recursos junto à Ministérios e Agências de Fomento no Brasil e no Exterior, promover um diagnóstico das causas da nossa criminalidade e centralizar no Gabinete do Prefeito uma gestão por metas de iniciativas preventivas nas áreas de educação básica, educação profissionalizante, cultura, esporte, lazer, saúde, infraestrutura, saneamento, assistência social e habitação, articulando e concentrando esforços em regiões prioritárias, e implantar um Centro de Formação Continuada de Professores que será um ambiente para a atualização permanente para o uso competente das novas tecnologias, para articular a política educacional com as necessidades locais e para tornar nossos professores em experts no trato de questões ligadas à produção da leitura e da escrita.

2. Implantar Escolas de Tempo e Educação Integrais, inspiradas nos CIEPS, que serão o cerne da uma estratégia de resgate social das áreas mais carentes de nosso município, atrair e fortalecer a oferta de educação voltada às necessidades da nova economia e da nova cidadania, desde a educação infantil até a pós-graduação, consolidando Joinville como polo educacional.

Ivandro de Souza (Podemos/ Coligação Aliança por Joinville)

1. Podemos abrir inúmeras vagas por meio de convênio com os Centros de Educação Infantil (CEIs) comunitários e privados. A prefeitura paga um valor justo às unidades conveniadas e permite a crescente de vagas porque hoje Joinville possui um déficit de aproximadamente 6,2 mil vagas, mas há fontes que citam número que chega a 9 mil. Com pandemia e consequências na economia das famílias, tivemos inúmeras crianças que deixaram as escolas privadas e, para o próximo ano letivo, tende a aumentar a procura por unidade públicas. 

Continua depois da publicidade

2. A construção de novos CEIs também é possível com recursos do Fundo de Desenvolvimento e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que neste ano a União sancionou o aumento dos valores destinados à educação infantil a partir de 2021. Também vamos acabar com a escolha de diretores de escolas por meio de indicação política, faremos um concurso interno entre os professores com o perfil de administrador ou que almejam gerir escolas. E também vamos abrir as unidades de ensino aos finais de semana com atividades esportivas e culturais.

Levi (DC)

1. Minha prioridade para Educação é o investimento na estrutura dos equipamentos públicos na área da educação, valorização dos profissionais para termos um ensino de excelente qualidade a todos os alunos.

2. Vamos construir novos CEIs, retomar o programa Creche Domiciliar para resolver o problema das faltas de vagas.

Marcucci (Republicanos)

Defendemos eleição direta para diretores de escola e reavaliação dos requisitos; salas de aula com equipamentos básicos e que funcionem; investigação rigorosa em CEis, em famílias ou pessoas de padrão médio e alto que ocupam vaga em detrimento de famílias carentes.

Continua depois da publicidade

(O candidato optou por responder em apenas um texto)

Mayara Colzani (PSOL)

1. A prioridade na educação passa pela defesa de todo o dinheiro público necessário para a educação, centros de educação infantil para todas as crianças, educação básica para todos, nenhum jovem ou adulto analfabeto. Defendemos também vagas para todos no ensino, do maternal ao superior público e fim do vestibular.

2. Sobre os CEIs, defendemos a construção de mais escolas e CEIs públicos, Também somos contra o retorno presencial às aulas enquanto não houver vacina para a Covid-19 e defendemos a garantia do acesso de todos os estudantes e professores aos recursos que garantam educação no período de quarentena.

Tânia Eberhardt (Cidadania/ Coligação Joinville é o que nos Move)

1. Joinville ainda tem cerca de 5.200 crianças sem acesso à educação infantil. E dos alunos matriculados na faixa etária de 0 a 5 anos, a grande maioria é atendida apenas meio período. Isso é danoso às crianças e injusto com as famílias cujas mães são o suporte da renda. Temos uma meta ousada, mas viável: zerar as crianças sem escola até 2024. No total serão 27 mil vagas em tempo integral, implantadas gradativamente por ordem de prioridade social. A atuação conjunta entre as secretarias de Assistência Social e Educação permitirá que isto seja feito de maneira mais rápida e eficiente, evitando deixar na fila de espera aqueles que realmente devem ser priorizados. Também vamos estender de forma gradativa a educaçap integral (oficinas e cursos práticos, cultura, esportes, atividades tecnológicas, reforço escolar, entre outros), com pólos regionais para atender os estudantes em contraturno por meio de parceria com instituições de cunho social e privadas. Acreditamos que dar aos nossos pequenos atividades complementares significa assegurar a integridade da formação de cada um deles, evitando que fiquem nas ruas. Olhar para frente, para o futuro é fazer com que as crianças não só estejam na escola, mas usufruam de tudo o que a deles, evitando que fiquem nas ruas. Olhar para frente, para o futuro é fazer com que as crianças não só estejam na escola, mas usufruam de tudo o que a educação envolve.

2. Participei da criação dos projetos CERIs (Centros de Educação e Recreação Infantil) em 1974. Atendíamos as crianças de 0 a 12 anos. Com o passar do tempo, a fim de atender uma determinação legal, o município foi aumentando o atendimento das crianças de 3 a 5 anos que é obrigatório, tirando as vagas de período integral de 0 a 3 anos.
Nossa proposta é oferecer estas vagas novamente. Num primeiro momento, priorizando mães trabalhadoras de famílias em condição de vulnerabilidade social. Para isto, vamos buscar parcerias nas creches comunitárias e estabelecer convênios com creches privadas. Recentemente nos reunimos com representantes destes dois segmentos para entender quais são as demandas que têm e as possibilidades que nos oferecem.

Continua depois da publicidade