Em entrevista ao Diário Catarinense, os 10 concorrentes para comandar a prefeitura da Capital falam dos planos para o sistema público de saúde da cidade. Nesta sexta-feira, 9, dia em que a propaganda eleitoral começa a ser divulgada na TV e no rádio, o Diário Catarinense abre uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Florianópolis, com temas que devem nortear a discussão e a campanha eleitoral.

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O primeiro tema a ser abordado é a saúde. A reportagem fez duas perguntas aos candidatos:

1) Qual é a sua principal proposta para a saúde de Florianópolis, e como planeja executá-la?

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2) A marcação de consultas é um problema crônico no atendimento básico de saúde, com muitas pessoas tendo que madrugar nas filas para conseguir. Qual é a sua proposta para solucionar esse problema?

Confira o que respondeu cada candidato, com as respostas em ordem alfabética:

Alexander Brasil (PRTB)

Alex Brasil (PRTB)
Alex Brasil (PRTB) (Foto: Divulgação)

1) A ação mais urgente na área da saúde diz respeito ao combate à Covid-19, vamos disponibilizar em todos os postos de pronto atendimento os medicamentos para tratamento precoce da doença e em casos de suspeita do vírus. Em parceria com o governo federal, pretendemos resolver o problema e diminuir o índice de mortalidade provocado pelo coronavírus. Fim do uso obrigatório de máscaras e respeito à liberdade será a nossa prioridade. Não iremos multar pessoas que sentirem desconfortáveis com o uso de máscaras.

Também vamos investir na prevenção em saúde bucal, atenção ao atendimento primário e centros de especialidades odontológicas.

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2) Atender e dar prioridade aos casos de urgência, implementar o agendamento digital para evitar filas, além do aumento no quadro de funcionários para melhorar o atendimento.

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Ângela Amin (PP)

Ângela Amin (PP)
Ângela Amin (PP) (Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados)

1) Durante minha primeira gestão criamos o Capital Criança, programa que erradicou a desnutrição e diminuiu a mortalidade infantil para índices do primeiro mundo. Criamos uma rede de apoio à gestante e à criança. Vamos utilizar nossa experiência para criar o Capital Saúde, que vai alcançar toda família. Queremos dar atenção e cuidado às crianças aos idosos. Se antes tínhamos um problema de mortalidade infantil e desnutrição, hoje temos doenças como hipertensão e diabetes, que comprometem a saúde de todos. Com trabalho e planejamento, não vamos deixar ninguém sem um serviço de saúde de qualidade.

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2) Mais ação concreta e menos marketing com a saúde pública é o que defendemos. Com a tecnologia disponível hoje, é inaceitável que as pessoas ainda tenham que ir ao centro de saúde de madrugada, pegar uma senha num pedaço de papel e ficar horas esperando para ver se conseguem marcar uma consulta. Além da longa espera no agendamento de consultas e exames especializados. Vamos otimizar o atendimento com mais tecnologia, mais recursos financeiros, equipe de saúde capacitada e motivada. Com essas e outras medidas, vamos garantir uma saúde de qualidade às pessoas.

Elson Pereira (PSOL)

Elson Pereira (PSOL)
Elson Pereira (PSOL) (Foto: Sergio Vignes / Divulgação)

1) Queremos revisar o processo de territorialização e regionalização da Estratégia de Saúde da Família, garantindo que 100% da população tenha uma unidade de saúde próxima à sua residência. Hoje a cobertura é menor que 75%. Também criaremos mais 40 equipes de saúde da família, com a imediata contratação dos profissionais já concursados. Com a ampliação da atenção primária, ações de prevenção de doenças serão otimizadas, reduzindo a pressão sobre o nível ambulatorial de especialidades. Ampliaremos os Núcleos de Apoio à Saúde da Família e qualificaremos o sistema de informações em saúde.

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2) Nossa proposta para o agendamento de consultas é se antecipar às necessidades das pessoas, priorizando a promoção da saúde e a prevenção de doenças. No mês de aniversário, cada cidadão cadastrado em alguma unidade de saúde será convidado a visitar a Equipe de Saúde da Família já com consulta agendada. Nela, será definido o programa de acompanhamento segundo as necessidades da pessoa, e incluirá desde a avaliação do calendário vacinal a prevenção de doenças crônicas. No caso de necessidades não programadas, a unidade fará o encaminhamento imediato conforme o problema identificado. 

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Gabriela Santetti (PSTU)

Gabriela Santetti (PSTU)
Gabriela Santetti (PSTU) (Foto: PSTU / Divulgação))

1) Defendemos o fim da saúde privada, com a estatização dos hospitais particulares e o fortalecimento e ampliação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) com o SUS 100% público e estatal, sob controle dos conselhos populares! Equipar e ampliar as UBS, com salários dignos para os trabalhadores da saúde. Para isso é preciso investir pesadamente na saúde o dinheiro que hoje é destinado às grandes empresas em forma de isenções e no pagamento da falsa dívida do município, e formar conselhos populares dos trabalhadores da saúde para definir sobre as políticas e o destino da verba.

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2) A pandemia mostrou o abismo da desigualdade social, quem tem grana pode se tratar nos hospitais mais caros, mas quem depende da saúde pública encontrou uma rede superlotada e sucateada. No capitalismo quem tem mais dinheiro, tem mais direito de viver. Não concordamos com isso. Defendemos uma alternativa socialista para que a vida de todos tenha o mesmo valor e para que o lucro nunca fique acima da vida de ninguém! Destinando a verba que hoje vai para o bolso dos empresários para as áreas sociais e estatizando os hospitais e laboratórios privados é possível investir para ampliar as UBS, hospitais e UPAs.

Gean Loureiro (DEM)

Gean Loureiro (DEM)
Gean Loureiro (DEM) (Foto: Arquivo Pessoal)

1) Trabalhamos muito e nos tornamos a melhor capital em saúde do Brasil. Além de reformar todos os Centros de Saúde, abrir a UPA Continente e entregar novas unidades, focamos na qualidade do atendimento com contratação de mais de 180 médicos. O Alô Saúde, promessa da campanha de 2016, é realidade e atende 24h. Nosso próximo passo é incluir ainda mais serviços no Alô Saúde, investir forte em exames especializados para melhorar o tempo de resposta e aumentar a capacidade da rede com ampliações das UPA Norte e Sul, novas unidades do Capivari, Alto Ribeirão, Jurerê e do Trabalhador, no Centro.

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2) O programa Alô Saúde, implantado neste ano, permite que o usuário possa marcar a consulta sem precisar sair de casa. Seja através do 0800 ou pelo número de WhatsApp de uma das mais de 150 equipes de saúde da família de Florianópolis. É um serviço inédito no país, está sendo copiado por outras cidades e tem um alto grau de satisfação. Mas sabemos que em saúde a demanda é sempre crescente e precisamos evoluir. Por isso, vamos continuar aumentando a capacidade da rede e, consequentemente, de atendimentos. Em Florianópolis, conseguir uma consulta com um médico da família demora, em média, 48h.

Helio Bairros (Patriota)

Hélio Bairros (Patriota)
Hélio Bairros (Patriota) (Foto: Patriota/Divulgação)

O candidato optou por abordar as duas questões em uma única resposta:

1) Estimular a prevenção das doenças (custa mais barato que o tratamento) por meio de campanhas educativas e aperfeiçoar o atendimento nas UPAs e postos de saúde, e de consultório médico e odontológico itinerante nas comunidades efetuar triagem para distensionar o sistema.

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Jair Fernandes (PCO)

Jair Fernandes (PCO)
Jair Fernandes (PCO) (Foto: PCO/Divulgação)

1) Precisamos lembrar que o principal culpado por tudo que está ocorrendo é o governo de Bolsonaro em primeiro lugar, assim como nos governos de Moisés e Gean, onde não foram criados hospitais, e a população sequer teve alguma possibilidade de ser auxiliada com materiais básicos de proteção.
Para o PCO, a saúde precisa ser completamente estatizada, sem ficar a mercê do interesse da burguesia. A reabertura precisa acabar, o trabalhador não pode morrer em nome do lucro dos empresários. Além disso, mais profissionais precisam ser contratados, uma maneira de controlar a pandemia e diminuir o desemprego.

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2) É visível a necessidade da construção de mais estruturas da área da saúde e a contratação de mais médicos. Contudo, nada disso será conseguido sem organizarmos a população e a mobilizarmos em defesa dos seus interesses. O PCO está nos bairros populares formando conselhos populares e organizando os trabalhadores, pois temos a consciência que nada será resolvido por promessas, mas sim pela organização e mobilização do povo.

Orlando Celso da Silva Neto (Novo)

Orlando Celso da Silva Neto (Novo)
Orlando Celso da Silva Neto (Novo) (Foto: Divulgação)

1) Temos quatro eixos centrais para a saúde: 1) ampliação e atendimento por telemedicina com especialistas; 2) marcação de consultas pelo aplicativo, com a advertência de que, em caso de não comparecimento injustificado, haverá um período de carência até a marcação da próxima consulta eletiva; 3) realização de exames na rede privada e com o uso de horários alternativos, visando a zerar a fila de exames, e 4) a ampliação do programa de saúde da família, com acompanhamento domiciliar.

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2) A principal proposta para facilitar a vida das pessoas no que diz respeito à saúde é a marcação de todos os atendimentos em um aplicativo, que, inclusive, será integrado com o prontuário eletrônico unificado do paciente, visando resolver um grande entrave atual. Por outro lado, o sistema fica sobrecarregado com o grande número de ausências nas consultas, e implantaremos um período de carência para marcação da próxima consulta eletiva ao paciente que não comparecer e não justificar a falta. É preciso respeito com o paciente, mas o paciente também precisa ter respeito com o dinheiro público.

Pedro de Assis Silvestre (PL)

Pedro de Assis Silvestre (PL) ao lado do vice
Pedro de Assis Silvestre (PL) ao lado do vice (Foto: Divulgação)

1) No Plano de Governo, uma das principais ações previstas é o programa Saúde 4.0, que traz várias tendências ligadas à transformação digital. Sabemos que quando se trata de saúde, tempo é vida. E a tecnologia ajudará a agilizar processos como agendamento de consultas via internet ou aplicativo, acompanhamento das filas de exame e cirurgias, além do controle de estoque dos medicamentos. Também será possível saber, por exemplo, se tem médico no posto de saúde, evitando deslocamentos à toa. Vivemos em um polo tecnológico e a execução estará diretamente ligada às parcerias com empresas da capital.

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2) Justamente pensando nesta realidade, que é uma falta de respeito com quem não tem tempo a perder, que a tecnologia será importante ferramenta para acabar com os absurdos de passar as madrugadas nas filas, muitas vezes sem conseguir o atendimento. Além do uso do georreferenciamento, a telemedicina permitirá realizar consultas de forma on-line, agilizando atendimentos e evitando o deslocamento de quem se encontra impossibilitado de sair de casa. Vamos alinhar a inovação e o cuidado, que são duas vocações dos manezinhos. O programa Saúde 4.0 permitirá uma atuação mais personalizada e eficiente.

Ricardo Camargo Vieira (Solidariedade)

Ricardo Camargo Vieira (Solidariedade)
Ricardo Camargo Vieira (Solidariedade) (Foto: Reprodução NSC TV)

1) Resgate da Estratégia de Saúde da Família nos Centros de Saúde (CS). Temos 350 médicos na prefeitura e 110 nas equipes. Vamos inverter essa lógica: teremos 250 equipes de Saúde da Família no primeiro ano, com reestruturação da saúde mental e bucal, dos NASF’s, Saúde da criança e do trabalho dos Agentes de Saúde. 

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2) Reestruturaremos o acesso às especialidades. UPA´s e Emergências hospitalares serão vocacionadas. Cidadãos sem acesso aos CS’s ficam desumanamente nas suas filas. CS’s s sem estrutura e pessoal suficientes não resolve os problemas da população e deixa os profissionais de saúde doentes.

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