Nesta quinta-feira, 15, o Diário Catarinense traz a última parte de uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Florianópolis com temas que devem nortear a discussão e a campanha eleitoral. O último assunto abordado é a infraestrutura.

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A reportagem fez duas perguntas aos candidatos:

1) Qual é a sua principal proposta para a infraestrutura de Florianópolis, e como planeja executá-la?

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2) Na pesquisa Ibope, 22% dos entrevistados apontaram a rede de esgoto como uma das áreas problemáticas da cidade. O que você pretende fazer nessa área?

Confira o que respondeu cada candidato, com as respostas em ordem alfabética:

Alexander Brasil (PRTB)

Alex Brasil/PRTB
Alex Brasil/PRTB (Foto: Divulgação)

1) Estamos focados em resolver a imensa gama de problemas estruturais que nossa cidade tem hoje. Vamos Implementar o Aerotrem em parceria com uma empresa alemã e estudar a possibilidade de construir a 4ª ponte ligando o Sul da Ilha à BR-101. Queremos revitalizar a orla da Beira Mar Sul e implementar o transporte marítimo, integrado ao transporte rodoviário.

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 2) Queremos expandir o tratamento de esgoto para 100% da população e Despoluição efetiva da orla de Florianópolis.

Ângela Amin (PP)

Ângela Amin (PP)
Ângela Amin (PP) (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

1) O primeiro passo é o planejamento. Projetar o crescimento da população para as próximas décadas e a partir daí planejar as obras que no futuro próximo serão de fundamental importância para a manutenção da qualidade de vida. Atualmente percebemos que o município corre atrás dos números, não tem um plano de ações nem pensa a médio e longo prazo. O elevado Francisco Dias Velho, que dá acesso à ponte Colombo Salles, por exemplo, inauguramos 19 anos atrás, em 2001. Naquele tempo, muitos questionaram a necessidade da obra. Hoje eu digo para essas pessoas: já imaginou o trânsito sem o elevado?

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2)O saneamento básico está diretamente ligado à saúde da população, devendo ser prioridade para qualquer gestão. Nesse contexto, o papel da prefeitura é fundamental. Quando prefeita trouxemos para a cidade o primeiro robô para fiscalizar ligações clandestinas na Ilha e no Continente, conscientizando o morador sobre a necessidade da correta ligação. Caso necessário, a prefeitura vai subsidiar o trabalho para aqueles que não têm condições. Paralelamente, vamos cobrar com energia da Casan os investimentos e as obras necessárias para a universalização do sistema de coleta e tratamento de esgoto. 

Elson Pereira (PSOL)

Elson Pereira (PSOL)
Elson Pereira (PSOL) (Foto: Sérgio Vignes)

1) Não adianta apenas impermeabilizar as ruas com asfalto acreditando que isso é modernidade, como faz a gestão atual. Precisamos trazer Florianópolis para o século 21 em termos de infraestrutura e planejamento urbano. O transporte público é um dos gargalos para a democratização do acesso ao território. Nós não podemos permitir desenvolvimento territorial, com aumento de densidade, sem que isso seja orientado pela infraestrutura do transporte coletivo de massa. Isso implica distribuição adequada de infraestrutura e equipamentos públicos, favorecendo lugares com maior desigualdade social. 

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2) Precisamos mudar a forma que a gestão pública aplica seus recursos. O investimento praticado é regressivo, ou seja, injetar milhões em regiões que já contam com infraestrutura. É o exemplo da Beira-Mar Norte, área atendida pela rede de coleta e tratamento de esgoto, mas que recebeu uma unidade de despoluição milionária. O problema ali são as instalações irregulares, que precisam mesmo é de fiscalização. Investiremos onde mais precisa, com a ampliação da rede, de forma a atender todas as localidades, e reforçaremos a capacidade da prefeitura de fiscalizar e cobrar ações da Casan.

Gabriela Santetti (PSTU)

Gabriela Santetti (PSTU)
Gabriela Santetti (PSTU) (Foto: Divulgação)

1) Florianópolis precisa de um Plano de obras públicas organizado por desempregados dos bairros que garanta de imediato a construção de moradias, creches, hospitais, corredores de ônibus e saneamento básico para todos. E de um plano de expansão dos serviços públicos com concursos públicos e valorização dos trabalhadores. Gerando emprego e melhoria da qualidade de vida da população. Para isso é preciso investir o dinheiro que hoje é destinado às grandes empresas em forma de isenções e no pagamento da falsa dívida do município, e formar conselhos populares nos locais de trabalho, moradia e estudo.

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2) Para os empresários e os políticos é um bom negócio a privatização e a terceirização dos serviços de saneamento prestados pela Casan e a Comcap, os empresários lucram e os políticos conseguem fontes de financiamento para suas campanhas, por isso sucateiam cada vez mais para nos convencer de que precisam ser privatizados. Enquanto isso a população arca com as altas tarifas e com a falta de sanemento pois o serviço só chega nas regiões da cidade onde o lucro para os empresários é garantido. Precisamos ampliar o investimento e garantir Casan e Concap públicas e de qualidade.

Gean Loureiro (DEM)

Gean Loureiro (DEM)
Gean Loureiro (DEM) (Foto: Arquivo Pessoal)

1) Infraestrutura também reduz desigualdades, não se pode falar em justiça social sem estrada, escola, sem centro de saúde, sem praça. Por isso investimos tanto nessas estruturas, começando pelas comunidades que estavam esquecidas pelo poder público. Nossa proposta é trabalhar e seguir realizando obras que já eram consideradas lendas pela população, como o elevado Rio Tavares e oferecer cada vez mais espaços públicos, a exemplo do que fizemos no Maciço do Morro da Cruz, que não tinha uma simples praça, e agora tem seis; na Tapera, que não tinha uma escola municipal, agora tem a melhor do Brasil.

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2) Com a URA da Beira-Mar, Florianópolis se tornou a 1ª do país comprometida com o tratamento de drenagem que, devido ao esgoto clandestino, chega bastante contaminada à unidade. Ainda assim, a carga de esgoto está reduzindo a índices superiores a 95%. Já foram detectados pontos de balneabilidade própria. Também, o Estudo de Concepção do Esgotamento Sanitário, feito pela Prefeitura e apresentado à concessionária do serviço, aponta alternativas técnicas para disposição final de efluentes e reuso em cada sistema de esgotamento sanitário, colocando o sistema descentralizado como solução possível.

Helio Bairros (Patriota)

Helio Bairros (Patriota
Helio Bairros (Patriota (Foto: Patriota/Divulgação)

O candidato optou por abordar as duas questões em uma única resposta:

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Saneamento básico é fundamental para qualidade de vida e a sua cobertura em cem por cento é essencial para uma cidade turística como a nossa. Vou estabelecer metas para Casan para coleta e tratamento de esgoto e água tratada. Caso não sejam cumpridas, irei romper o contrato de concessão. 

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Jair Fernandes (PCO)

Jair Fernandes (PCO
Jair Fernandes (PCO (Foto: Divulgação)

1) O PCO luta por uma ampla criação de obras públicas a serviço da população, esta questão, serve tanto como uma maneira do Estado empregar a população, hoje fora do mercado de trabalho, como também fornecer aos trabalhadores uma melhor condição de vida na cidade. Porém, frisamos novamente, tal conquista não poderá ser adquirida sem antes lutarmos contra o principal inimigo da população. Pelo Fora Bolsonaro, e na defesa de Lula candidato, como uma forma de chamar o povo a lutar e garantir seus direitos.

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2) Assim como na infraestrutura em geral, o problema das redes de esgoto, praticamente inexistentes na cidade, deve-se a falta de interesse dos capitalistas em investirem -se não tem lucro, não há investimento- por isso é necessário uma intervenção do Estado. Para isso, o PCO intervém nas eleições para mobilizar a população em defesa de seus direitos, pois apenas com as próprias mãos, os trabalhadores conquistaram o poder e poderão assim, garantir a si uma vida melhor.

Orlando Celso da Silva Neto (Novo)

Orlando Silva Neto, Partido Novo
Orlando Silva Neto, Partido Novo (Foto: Novo/Divulgação)

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1) Temos que reconhecer que o município tem baixíssima capacidade de investimento próprio. As finanças de Florianópolis estão devastadas e a dívida é significativa. Quem disser o contrário, está mentindo. Por isso, é preciso ser criativo e fazer parcerias público privadas. Um dos projetos é obter a doação, da União e do Estado, dos aterros da Baía Sul, dos dois lados do túnel, e buscar a iniciativa privada para parcerias. Por exemplo, a urbanização do lado sul do aterro pode ser feita exclusivamente com recursos privados, em troca da alienação/cessão de partes da área para a construção civil.

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2) É inadmissível que a cidade que tem um dos melhores IDHs do país, e que pretende ser a ilha do Silício brasileira, tenha em 2020 menos de metade de suas casas ligadas à rede pública de esgoto. Mantido o atual ritmo de investimento de expansão da rede pela atual concessionária, somente em 2070 chegaremos à universalização do esgotamento sanitário. Nossa proposta é a revisão do contrato com a CASAN e, naquelas áreas ainda não atendidas, implementar, mediante um novo contrato com um outro agente econômico, metas de investimento que permitirão atingir a universalização do serviço em 7 anos.

Pedro de Assis Silvestre (PL)

Pedro de Assis Silvestre (PL)
Pedro de Assis Silvestre (PL) (Foto: Divulgação)

1) Em relação a infraestrutura, a nossa principal proposta é fazer em quatro anos 100% do tratamento de esgoto no município de Florianópolis através da cobrança e da execução pela Casan das metas previstas do Plano Municipal de Saneamento. Também haverá contratação de empresas da iniciativa privada para executar o tratamento de esgoto em locais onde a Casan ainda não opera. Florianópolis precisa evoluir neste quesito de forma muito rápida. Outro ponto que também daremos seguimento é a continuidade da Beira Mar do Estreito, a beira-mar Continental, até o trevo de Barreiros. 

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2) O tratamento de esgoto necessita de ampliação da rede e construção de mais estações de tratamento. Em bairros onde a Casan não opera, vamos buscar a iniciativa privada. Nas áreas onde a Casan já opera, vamos cobrar a qualidade do tratamento e a totalidade de casas ligadas corretamente na rede. Em comunidades onde não há investimento previsto, iremos usar alternativas idealizadas junto à Universidade Federal, como os biodigestores individuais, onde o próprio esgoto produzido se transforma em gás utilizado na cozinha. É um modelo reconhecido internacionalmente, mas ainda não usado no município.

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Ricardo Camargo Vieira (Solidariedade)

Ricardo Vieira (Solidariedade)
Ricardo Vieira (Solidariedade) (Foto: Solidariedade/Divulgação)

O candidato optou por abordar as duas questões em uma única resposta:

Reforma Urbana! A reciclagem dos resíduos da construção civil da cidade nos trará insumos para projetos habitacionais, obras de caráter público e pavimentações. Tanto os Resíduos sólidos (lixo) quanto os efluentes de esgoto serão tratados em Florianópolis com tecnologia de Gaseificação não poluente. Nos livraremos do gasto do aterro sanitário e dos odores esgotos.

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Transformaremos as intendências em Escritórios de Urbanismo para auxiliar corretamente a população a edificar suas casas e para operacionalizar a acupuntura urbana (equipamentos urbanos nos bairros para a qualidade de vida).

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