Nesta quarta-feira, 14, o Diário Catarinense traz a quarta parte de uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Florianópolis com temas que devem nortear a discussão e a campanha eleitoral. O terceiro assunto abordado é a mobilidade urbana.
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Saiba quais são as propostas dos candidatos a prefeito de Floripa para a economia
A reportagem fez duas perguntas aos candidatos:
1) Qual é a sua principal proposta para a mobilidade urbana de Florianópolis, e como planeja executá-la?
2) Na pesquisa Ibope, 30% dos entrevistados apontaram o transporte coletivo como uma das áreas problemáticas da cidade. Qual é a sua proposta para o setor, e como planeja executá-la?
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Confira o que respondeu cada candidato, com as respostas em ordem alfabética:
Alexander Brasil (PRTB)

1) Esse é um problema que nenhum prefeito da atualidade conseguiu resolver. Nós vamos melhorar a mobilidade urbana com fluidez em todos os horários, identificação de gargalos e reordenação de horários de trabalho e semáforos. Além disso, vamos implantar o sistema binário na orientação do tráfego de veículos em certas regiões.
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2) Pretendo implementar a integração do sistema multimodal de transportes, com mais faixas exclusivas para o transporte público em vias rápidas e também a extinção dos monopólios de concessão de serviços públicos de transporte de passageiros aumentando a oferta. Vamos provocar o destravamento dos pontos de engarrafamento nos horários de pico por meio da construção de elevados, rotatórias, duplicação e alargamento de vias e rodovias, trazendo economia de tempo e combustível para o cidadão.
Ângela Amin (PP)

1) Em primeiro lugar, vamos recuperar o tempo perdido pela atual administração, que não realizou nenhuma obra estruturante nem apresentou sequer um projeto pensando a mobilidade urbana a médio e longo prazo. Vamos trabalhar em sintonia com Observatório de Mobilidade Urbana da UFSC, que coloca como prioridade a integração do transporte coletivo dos municípios da Grande Florianópolis, proposta que defendo desde de 1990. Vamos priorizar a infraestrutura para o transporte coletivo e retomar obras abandonadas pela atual gestão, como a Antônio Edu Vieira. Vamos executar com trabalho e planejamento.
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2) Sempre defendi que a mobilidade urbana não pode ser pensada e planejada de forma isolada, como se a Capital fosse uma ilha isolada no oceano. Vamos dialogar com os governos federal e estadual e com os municípios da região metropolitana, que
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são grandes geradores de tráfego, para planejar a mobilidade de forma integrada. O sistema de transporte metropolitano deve estar interligado às linhas continentais da cidade. Não podemos mais aceitar que uma pessoa que venha de Biguaçu para trabalhar no Estreito tenha que ir à Ilha trocar de ônibus, por exemplo. Vamos executar com trabalho e planejamento.
Elson Pereira (PSOL)

1) A mobilidade deve estar integrada ao planejamento urbano para garantir que todas e todos tenham acesso a qualquer parte da cidade. Nossa proposta é investir no sistema multimodal, integrando transporte coletivo, com ônibus e transporte marítimo, a ciclovias e calçadas com acessibilidade universal. Criaremos o Fundo Municipal de Mobilidade Urbana para financiar essas iniciativas de melhoria da mobilidade. Além disso, buscaremos junto aos demais municípios da região a integração do transporte coletivo metropolitano, única forma capaz de solucionar os problemas de mobilidade local e regional.
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2) Nossa prioridade para a mobilidade urbana é o transporte público com qualidade e acessibilidade. Propomos que seja financiado pelo conjunto da sociedade, na busca da implantação da Tarifa Zero, e por meio do fortalecimento do Fundo Municipal de Mobilidade Urbana. O município também deve assumir o comando da gestão, hoje terceirizada para um consórcio de empresas. Investiremos em calhas de uso exclusivo para ônibus e atracadouros para fazer a integração do transporte marítimo, coletivo e o território integrado. Como será confortável e mais ágil, será mais atrativo que o carro para a população.
Gabriela Santetti (PSTU)

1) Para solucionar o problema da mobilidade em Florianópolis é necessário criar um plano público de mobilidade, estatizar todo o sistema e acabar com as licitações. A empresa hoje privada que gere os ônibus da Capital recebe verba da prefeitura além da passagem paga pelo usuário, ou seja a prefeitura paga o dono da empresa de ônibus para aumentar seu lucro, quanto mais lotado o ônibus mais lucra o empresário. Os poucos horários de ônibus aos finais de semana e durante a noite são uma mostra de que o que a burguesia só quer que o trabalhador vá ao trabalho e volte para casa, sem direito ao lazer.
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2) O transporte coletivo precisa ser eficiente e isso não é possível enquanto estiver sob a lógica do lucro de seus donos. Precisamos acabar com a farra dos transportes. Estatizar a empresa do transporte coletivo da capital e colocá-la sob controle dos trabalhadores sem cargos comissionados, criando uma estatal receber dinheiro da prefeitura para custear a operação e os investimentos. Somos a favor do passe livre! Que todos, principalmente desempregados e estudantes possam utilizar o transporte coletivo!
Gean Loureiro (DEM)

1) Vias alternativas, estímulo ao uso da bicicleta, novos acessos, melhorias no transporte coletivo e serviços nos bairros. Pensar mobilidade em todas as ações. Começamos esse trabalho com 243km de pavimentação, alargamento da Admar Gonzaga, elevado do Rio Tavares, rotas alternativas para desafogar o trânsito. Dobramos a extensão de ciclovias. No transporte coletivo, ônibus mais modernos, aplicativo para planejar a viagem, corredores exclusivos e diminuição inédita do preço da passagem. Com a implantação da Marina Beira-Mar Norte, virá uma estrutura completa para receber o transporte marítimo.
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2) Além da redução inédita que fizemos no preço da passagem, a solução passa por mais linhas de ônibus, que também estão sendo possibilitadas com a pavimentação de vias antes intransitáveis. Estimular o transporte por ciclovias e o uso racional do carro, com mais pessoas por veículo. Intervenções no tráfego em pontos estratégicos, com mudanças no tempo de semáforos, reforço de sinalização, intervenções em pontos de conflito são algumas soluções para dar mais fluidez ao transporte coletivo, assim como mudança de horários para obras e da Comcap para deslocamentos de caminhõe, além das operações da Guarda Municipal.
Helio Bairros (Patriota)

1) Fiscalizar o transporte público no município, priorizando medidas para qualificar a mobilidade no município; Criar projeto de inclusão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no sistema de transporte público; programa de Humanização da cidade, criando campanhas de conscientização para o trânsito.
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2) É preciso conectar o sistema viário a mobilidade através do mar. Realizar conexões entre diferentes pontos da ilha e do continente. Uma cidade que possui 93% de seu território dentro da parte insular não pode depender apenas de um modal rodoviário, o qual possui apenas uma conexão em sua parte central.
Jair Fernandes (PCO)

1) O problema da mobilidade urbana passa pelo problema do transporte público. Para isso, é necessário uma intervenção da população. Porém, neste momento onde o povo passa fome, está desempregado, etc. este tema só servirá para jogar areia nos olhos da população. Devemos em primeiro lugar lutar contra os ataques feitos a todos os trabalhadores, derrubar a direita do poder, para assim discutir questões secundárias na vida da população.
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2) O transporte precisa ser 100% estatizado, e as empresas controladas por aqueles que efetivamente fazem o trabalho, ou seja, os próprios trabalhadores. Apenas assim, teremos condições dignas de trabalho. Com isto, poderá ser feito uma ampla criação de frotas de ônibus a serviço da população, algo não feito até o momento, devido aos interesses dos capitalistas que comandam estas mesmas empresas.
Orlando Celso da Silva Neto (Novo)

1) São três as principais propostas: implantação de corredores exclusivos de ônibus para que o transporte público se torne atrativo. Se você chegará mais rápido em casa de ônibus do que de carro, pegar o ônibus torna-se atrativo. Junto com isso, transporte marítimo entre hubs municipais (inicialmente São José e Florianópolis), interligados na rede de transporte municipal (ônibus), em terminais com estacionamentos e bicicletários acoplados. Por fim, a flexibilização do monopólio do transporte coletivo, com a permissão para que vans e outros modais operem na cidade, em regime de livre concorrência.
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2) Conforme mencionado acima, o transporte coletivo deve ser atrativo. Para isso, propomos a implementação de vias rápidas (corredores exclusivos) de ônibus e flexibilização do monopólio atual. Vamos deixar novos agentes operarem na cidade, oferecendo concorrência aos atuais prestadores de serviços. Haverá mais opções de transporte coletivo, e novas empresas que pretendam implementar novos serviços são muito bem-vindas.
Pedro de Assis Silvestre (PL)

1) Repactuar as metas do Plano Municipal de Mobilidade, bem como atender a micromobilidade nos bairros. Florianópolis possui problemas pequenos, mas que causam grandes transtornos, como semáforos não sincronizados. Somado a isso, temos que criar novas opções de modais, como o VLT e o tão sonhado transporte marítimo, que será implementado na nossa gestão ainda em 2021. É preciso buscar investimentos para grandes obras estruturantes e o bom relacionamento com o Governos Estadual, Federal e a iniciativa privada se torna vital para que Florianópolis consiga evoluir com seus túneis e pontes.
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2) Precisamos integrar o atual modelo de transporte coletivo via ônibus com outros modais. É fundamental que o ônibus esteja integrado com o transporte marítimo, com o VLT, assim como as bicicletas. Temos que fazer com que as pessoas tenham condições de se locomover de forma coletiva pela cidade para dar vazão a mobilidade. Também podemos pensar na colocação de novas empresas de ônibus no município, vans e outras diferentes opções de transportes coletivos. Afinal, Florianópolis não pode literalmente parar e precisamos de soluções definitivas, não paliativas, para a sua mobilidade.
Ricardo Camargo Vieira (Solidariedade)

1) Desenvolveremos as Centralidades do Norte e Sul da Ilha, para que a cidade não dependa tanto da área central e diminua a necessidade de deslocamentos. Além disto, criaremos incentivos fiscais para a ocupação mista das áreas da cidade (moradia e trabalho próximos).
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2) Traremos o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) pras áreas continental e central (que serão interligadas por uma Esteira rolante na passarela embaixo da ponte), Norte, Leste e Sul da ilha, integrado aos ônibus e ao Transporte Marítimo, que interligará áreas da cidade e com as da nossa região.