Santa Catarina teve o terceiro menor índice de abstenções na eleição deste ano entre todos os Estados brasileiros, com 13,01%. Apenas a Paraíba (12,28%) e o Piauí (11,75%) tiveram resultados menores, enquanto no outro extremo aparecem Rio de Janeiro (21,54%), Rondônia (20,99%) e São Paulo (20,73%). Os números são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram divulgados na tarde desta segunda-feira.
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Entre as capitais brasileiras, 12,25% dos eleitores não compareceram para votar em Florianópolis. O índice é o sexto menor em comparação com as outras capitais e o mais baixo das capitais da região Sul. Fica também abaixo dos 17,58% da média nacional em todas as cidades brasileiras.
No Estado, a menor abstenção (1,55%) foi em Presidente Castello Branco, no Oeste, onde apenas 25 dos 1.611 eleitores não foram às urnas. A maior ausência (22,68%) foi registrada em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, onde 20.736 dos 91.438 eleitores faltaram à votação.
— Isso equalizou o cadastro e trouxe a relação efetiva de habitantes e eleitores — avalia.
Mas Guerini pondera que, mesmo assim, os dados do TSE confirmam uma tendência clara de desmobilização popular em torno do pleito. Para isso, ele tem duas explicações:
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— É inegável que cidades com maior trânsito de trabalhadores e turistas, com mais sazonalidade, essa ausência na eleição acaba ocorrendo bastante. E também há abstenção por um certo desalento com o processo eleitoral, com o quadro político. É preciso que partidos e candidatos mudem a forma de fazer política, para que se vinculem mais aos anseios da comunidade — analisa.
Advogado, mestre em direito público e professor de Direito Constitucional e Eleitoral, Ruy Samuel Espíndola acrescenta que é preciso ainda repensar a forma de falar de política, por parte desde a imprensa até os candidatos. Para o professor, é preciso focar no assunto também de forma a atrair o cidadão para algo que é fundamental na vide dele, mesmo que não se dê conta disso:
— Temos que mostrar o outro lado também, não só os escândalos, porque isso desconstrói o imaginário de um jeito que não é positivo. Quem hoje diz pro filho ao completar 18, 20 anos, pra ele trabalhar pela República em um mandato popular de quatro anos outro? Quantos de nós estão dispostos a isso ou a acompanharmos o mandato de algum político? E nós dependemos da política. Quem não gosta de política é governado por quem gosta dela.