Fazer uma cobertura eleitoral voltada para o mundo real. É isso que participantes do Conselho de Leitor pediram na semana passada, durante reunião na Redação do Diário Catarinense, em Florianópolis. Na opinião deles, de modo geral, o acompanhamento da mídia sobre a disputa pelos cargos eletivos tende a ser chata. E justificaram: os veículos de comunicação não conseguem “apertar” os candidatos quanto deveriam.

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Sustentam, e com razão, que os leitores/eleitores não querem saber só de propostas genéricas. Querem detalhes. Não basta, por exemplo, o candidato dizer que vai construir ciclovias. Tem que explicar como vai fazer isso, quais as características dos corredores exclusivos para bicicletas e, além disso, esmiuçar de onde vai tirar o dinheiro.

Tornar concretas as promessas teóricas, apresentadas pelos candidatos ao longo de poucos mais de três meses de jornada em entrevistas, debates e comícios deve ser, portanto, prioridade absoluta para quem cobre uma campanha eleitoral. Isso significa dizer que a lógica é focar no eleitor, aquele que tem, realmente, o poder de decidir os rumos de uma cidade, um Estado ou um país. É prestar atenção no que ele deseja, e no que é, de fato, interesse público.

O caderno especial produzido pelo DC, encartado na edição de sexta-feira, dia em que a propaganda eleitoral começou a ser permitida, está nesse tom. No material de 12 páginas, o personagem principal é aquele que personifica o perfil médio do eleitorado catarinense. E, também, aquele que não é obrigado a votar, por lei, mas faz questão de exercer a cidadania: o jovem de 16 e 17 anos e o idoso com mais de 70 anos. Os protagonistas, portanto, são quem vão às urnas para escolher prefeitos e vereadores em 295 cidades catarinenses, duas a mais do que na eleição passada. Em Pescaria Brava e Balneário Rincão, municípios recém-criados, usar o título terá um gostinho especial de ineditismo.

Outra iniciativa da Redação, dentro do mesmo espírito, é o acompanhamento das propostas feitas pelos candidatos, com a reedição do Promessômetro criado em Santa Catarina na cobertura das eleições municipais de 2008. E que prevê também um Teste de Realidade, bem na linha do que defendem os nossos conselheiros. Para mostrar quais promessas efetivamente sobrevivem ao mundo real, e as que não passam apenas de discurso populista e eleitoreiro.

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A tradição do DC, em consonância com as diretrizes do Grupo RBS para as coberturas eleitorais – conforme aponta a página ao lado -, é a de estimular um debate propositivo, detalhando propostas e discutindo temas relevantes para as nossas cidades. Essa troca de ideias, fundamental para o processo político, só está começando.

Nos acompanhe, e participe deste desafio, nos 90 dias que nos separam da votação de 7 de outubro.