A agenda inicial do governador Raimundo Colombo em Joinville, com lançamento de duplicação de acesso ao Distrito Industrial como principal ação, não estava prevista audiência com o prefeito Udo Döhler, o que seria inimaginável um tempo atrás, dada a excelente relação entre os dois. Só que houve um fosso aberto na eleição municipal e a visita do governador começou a construir uma ponte entre eles, com elogios mútuos nas solenidades. Até teve a audiência. Abaixo, os principais trechos de entrevista concedida ao ¿AN¿ no início da tarde de ontem.
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Em dois anos do segundo mandato, foram 20 visitas a Joinville e agora abriu um hiato. O que houve? Foi o distanciamento com Udo?
Raimundo Colombo – Não. O final do ano foi um período duro para fechar as contas. Não houve excesso de arrecadação e houve falta de dinheiro aqui e lá. Eu não viajei praticamente para lugar nenhum. A exceção foram as viagens a Brasília. E em janeiro e fevereiro foi momento de ajuste interno, não tinha noção de que como seria a arrecadação, não queria fazer convênios, não queria gastar. Agora, estou começando a sair mais.
E a relação com Udo?
Colombo – Essa questão da eleição de Joinville está totalmente superada, vamos somar forças. Eu vou passar depois no gabinete dele (Udo), já estivemos juntos em várias solenidades, vou ouvir o que ele quer. Mas peço desculpas se talvez eu tivesse que ter vindo mais vezes, mas foi um período em que tive que mergulhar na questão administrativa, para ter um 2017 melhor. Não tinha nenhum cabelo branco, olha agora.
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Depois da Santos Dumont e do anúncio da duplicação no acesso ao Distrito Industrial, qual é o novo pedido, já que a fila anda?
Colombo – Essa obra (Distrito Industrial) vai deslanchar. A obra em Jaraguá, já licitada, vai ter ordem de serviço (duplicação de trecho urbano da BR-280, recebido da União). Estamos trabalhando no Fundam, não adianta o Estado ir bem e as prefeituras, não. Vou repassar um recurso significativo do Fundam para todos os municípios, inclusive Joinville. Nesta semana, vamos liberar um recurso para Joinville do primeiro Fundam (R$ 5,2 milhões para a rua Piratuba, hoje com as obras paradas).
Ainda há uma reforma estrutural a ser feita no Estado, na área de previdência, por exemplo?
Colombo – Não, já fizemos. Mas neste momento estamos extinguindo um grupo de estatais.
Quantas candidaturas competitivas vão aparecer na disputa pelo governo do Estado em 2018?
Colombo – Acredito que novas lideranças precisam surgir, mas tem que dar espaço, não pode um coronel chegar dizer ¿você não será candidato porque já temos compromisso com outro¿. Deixa as pessoas defenderem suas ideias. E temos que considerar que a eleição mais importante no ano que vem é a de presidente, vai ter grande influência nos Estados. O candidato tem que correr o Estado. Vai na rádio, dá entrevista às seis da manhã, conhecer novas pessoas, não ficar nas panelinhas. Mas no mínimo serão três candidaturas (referência aos maiores partidos).
O governo do Estado tem como ajudar o Hospital São José?
Colombo – Eu tenho que tentar o equilíbrio, o governo do Estado gasta R$ 22 milhões com três hospitais estaduais em Joinville (Infantil, Regional e Maternidade). Em Blumenau, não tem nenhum hospital estadual, o pessoal fala muito. Mas eu vou ajudar no que puder, eu passei R$ 14 milhões para o São José.
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Depois daquele desabafo em março sobre a possível citação em delação, surgiu alguma informação nova?
Colombo – Não, não tenho confirmação. A empresa citada é a Odebrecht. Fui atrás, pesquisei e não tem nenhum contrato com o governo do Estado, não foi pago nenhum serviço à empresa. Daí tinha a questão da Casan. Mas não vendemos nenhuma ação da Casan, que tinha grandes dívidas. Do que posso ser acusado? Não foi feito nenhum negócio. Pedi para um advogado olhar, e contra mim não tem nenhum processo. Tem que esperar levantar o sigilo (da delação), ver o que há e então explicar.
A candidatura será ao Senado?
Colombo – Eu tenho que ser candidato.Na hora que você tem mais maturidade, você poderá ajudar em um debate que terá no Congresso Nacional, porque as reformas importantes vão ficar para 2019. Seria um ato de covardia dizer ¿cansei, agora não quero mais¿. Tenho que pelo menos me colocar à disposição.
A saída do governo será em dezembro ou abril de 2018?
Colombo – Nem pensei nisso, mas pela legislação é em abril.