A Prefeitura de Joinville entrará novamente em ritmo de eleições. Desta vez é para a escolha do novo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Joinville (Sinsej).
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Enquanto a atual gestão, que busca a reeleição, enfatiza pontos como a filiação à Central Única de Trabalhadores (CUT) e a abertura de escritórios em Itapoá e Garuva para atender aos servidores daquelas cidades, a chapa desafiante deseja encerrar o vínculo com a organização sindical e fechar os escritórios em municípios vizinhos.
As posturas opostas marcarão o pleito que ocorre nos dias 18 e 19 de março e poderá ter a participação de até 6,3 mil servidores – é necessário ser funcionário de carreira e estar filiado à entidade sindical há mais de um ano para votar.
A eleição decidirá quem representará o funcionalismo público nos próximos três anos.
Enquanto na última disputa cinco chapas concorreram, desta vez a escolha será entre
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o grupo da professora Rita de Cássia, terceira colocada no último pleito em 2010, e a chapa do atual presidente, Ulrich Beathalter, responsável por conduzir o funcionalismo público há duas greves no período – incluindo a mais longa da história da cidade.
Desde a quinta-feira da semana passada, quando foram homologadas as candidaturas, as chapas já podem fazer campanha. Integrantes das duas opções passam de setor em setor para explicar as propostas aos servidores.
– Estamos concorrendo por não concordar com uma série de posturas da atual direção do sindicato. O escritório em cidades vizinhas não nos trouxe ganhos. Apoiamos que essas cidades tenham seus próprios sindicatos. Não há porque querermos fazer sindicalismo de Joinville para Garuva e Itapoá -, crítica Rita de Cássia.
Para Rita, uma das principais metas de um mandato à frente do órgão é a criação de um piso salarial global para todos os servidores. Enquanto isso, a chapa de Ulrich, ligado ao movimento Esquerda Marxista do PT, alega que a concorrente é um movimento apoiado pelo prefeito Udo Döhler para ter o controle do sindicato – fato negado por Rita.
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Mantendo promessas de seu primeiro mandato, como a recuperação das perdas salariais dos últimos 20 anos, Ulrich também quer a revisão do estatuto dos servidores e do plano de carreira.
– Já mostramos aos servidores do que somos capazes. Eles sabem que nossa chapa luta para ampliar e melhorar os direitos dos servidores. Não podemos deixar a entidade ficar na mão do patrão -, fala Ulrich.
Busca por mais participação
Quem conquistar a vitória precisará superar um obstáculo: aumentar o número de funcionários que votem no mês que vem. Nas últimas eleições, dos 5,5 mil eleitores, apenas cerca de 3 mil foram às urnas. Com uma taxa de abstenção que ultrapassa
os 30% nos últimos pleitos, os dois candidatos agora buscam formas de conscientizar
o servidor a votar.
– Todo trabalhador tem que entender a necessidade que o voto dele terá. O sindicato luta pela categoria, briga pelos reajustes salariais e tenta manter a classe unida. Tentamos mostrar isso para eles para que votem em nós -, disse Ulrich.
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Enquanto isso, Rita de Cássia aposta na vontade de mudança para conseguir que mais eleitores acabem indo às urnas.
– Há muita gente insatisfeita com os desmandos feitos nos últimos anos. Precisamos de mudança, e o servidor entende isso. Acreditamos que eles irão às urnas.
Quem vencer as eleições terá seu primeiro desafio já em maio, quando será discutido o reajuste anual do funcionalismo público com a Prefeitura de Joinville.