Deputados situacionistas e opositores se prenderam hoje em uma forte discussão, aos gritos, por um pedido de intervalo para escutar as palavras do papa Jorge Bergoglio, que foi rechaçado pelo bloco da Frente para a Vitória.

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– São uns mal-educados – disparou o deputado Omar de Marchi, aliado macrista do Partido Democrata de Mendoza, que havia pedido a palavra para pedir uma parada de meia hora na homenagem que a Câmara Baixa realizava ao falecido presidente venezuelano Hugo Chávez.

O argumento oficial do Frente para a Vitória para rechaçar a moção foi a falta de quórum na sessão, ainda que o deputado Horacio Pietragalla, kirchnerista e filho de desaparecidos na ditadura militar, tenha deixado entrever descontentamento com a figura do arcebispo de Buenos Aires, ao sustentar que o mesmo foi “um colaborador da ditadura”.

Contudo, o titular da Câmara Baixa, Julían Domínguez, confirmou que, ao final da sessão, o corpo aprovaria uma expressão de beneplácito pela eleição de Francisco.

A notícia, que foi conhecida simultaneamente em todo o mundo, chegou ao recinto às 16h18min, quando falava Patricia Bullrich, deputada da União por Todos, que felicitou a Bergoglio pelo papado.

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Nesse momento, a peronista dissidente Claudia Rucci abraçou-se nos corredores do recinto com alguns colegas em sinal de alegria pela eleição do cardeal argentino.

A também opositora Graciela Camaño tentou, em vão, convencer Domínguez de suspender momentaneamente a sessão:

– Nós, que professamos a fé católica, queremos participar deste feito histórico que, para este país, é um orgulho.

De sua parte, o chefe do bloco radical, Ricardo Gil Lavedra, expressou “grande satisfação” de sua bancada pela eleição de Bergoglio e pediu ao corpo de deputados que aprove uma declaração de beneplácito para o cardeal.

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O chefe da bancada da Frente para a Vitória, Agustín Rossi, esclareceu que a situação recebeu com “grande aprovação” a notícia da chegada do arcebispo metropolitano ao escalão máximo da Igreja e afirmou que seu bloco estava de acordo com o pedido da oposição:

– É um feito histórico ser o primeiro Papa latino-americano, e desejamos a ele o melhor – afirmou Rossi.