É impressionante o descolamento dos cenários nacional e catarinense quando se vislumbram as movimentações pré-eleitorais. Quando se olha para a disputa presidencial do ano que vem, é como se ainda estivesse por surgir um nome de fora para política para completar o tabuleiro e dar opção a quem não quer Lula, Bolsonaro ou os postulantes de sempre. No Estado, ao contrário, todos os nomes ventilados integram o velho cardápio partidário aparentemente imune a mudanças.

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Não se trata certamente de uma situação de contentamento absoluto do eleitor catarinense em relação a sua classe política – embora ela esteja muito menos afetada pela crise política nacional. O desgaste das lideranças e partidos é uma situação que envolve todo os brasileiros. A diferença talvez seja que em Santa Catarina as legendas ainda conseguem a exclusividade na montagem do cardápio. O restaurante eleitoral catarinense serve amins, merisios, marianis, bauers, décios, rodrigues, jorginhos. Está servidor, eleitor?

Mesmo as opções de renovação no Estado surgem dentro dos quadro dos partidos – entre aqueles que disputaram poucas eleições e que tem atributos que os tornam menos desgastados. A trajetória empresarial do prefeito joinvilense Udo Döhler (PMDB) e a juventude do prefeito blumenauense Napoleão Bernardes (PSDB) são os exemplos mais vivos das novidades que os partidos têm a oferecer. Fora deles, citações vagas ao empresário Luciano Hang (Havan) e ao presidente da Fiesc, Glauco Côrte. Muito pouco.

Ao contrário, a política nacional – e muitos políticos nacionais – buscamfora do batido circuito partidário um nome que empolgue o eleitorado. O apresentador Luciano Huck é apenas o mais recente balão de ensaio. Apesar de aparecer com bons números iniciais em algumas pesquisas, ele dá sinais de que não vai encarar a disputa. Confirmando-se o cenário, a pré-candidatura se esvazia antes mesmo de descobrirmos se sua proposta para reforma da previdência prevê acertar oito cestas em dez – como desafiava um popular quadro assistencialista de seu programa de televisão.

Descolamento pessedista

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A mobilização do PSD do Sul do Estado em torno da pré-candidatura de João Rodrigues (PSD) em evento no sábado, em Braço do Norte, mostra a vitalidade da pretensão do parlamentar. Júlio Garcia e o deputado estadual Ricardo Guidi (PSD) fizeram incisivos discursos de apoio — devem estar juntos como candidatos à Alesc e à Câmara Federal, respectivamente.

Ali perto, em Criciúma, o outro pré-candidato pessedista, o deputado estadual Gelson Merisio, participou de filiações ao PSB do aliado Paulo Bornhausen. Nos próximos meses base e as lideranças do PSD vão mostrar quem tem o partido na mão.

Prestigiando o grande evento do PSB, em Criciúma. Obrigado @bornhausen e a todos do PSB pela recepção. #PSB #PSDSC #MerisioPeloEstado

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