O ano de 2020 chegou e, com ele, as movimentações em Blumenau de olho nas eleições ganham força. Um levantamento do Santa com os 15 vereadores da cidade mostra que oito parlamentares cogitam a possibilidade de concorrer a prefeito ou vice neste ano. Adriano Pereira (PT), Alexandre Caminha (PP), Alexandre Matias (PSDB), Ito de Souza (PL), Jens Mantau (PSDB), Marcelo Lanzarin (MDB), Professor Gilson (PSD) e Zeca Bombeiro (SD) disseram à reportagem que há articulações e não descartam uma possível composição em chapa majoritária.
Continua depois da publicidade
O tucano Jens Mantau, porém, embora admita a possibilidade de concorrer a vice-prefeito, é o único que garante que não irá disputar a reeleição. No sétimo mandato como vereador, o peessedebista tenta construir outro futuro político e, por isso, vai abrir mão de pleitear a cadeira na Câmara. Já Sylvio Zimmermann (PSDB), Marcos da Rosa (DEM) e Cezar Cim (PP) alegaram que ainda irão definir o destino. Bruno Cunha (PSB), Jovino Cardoso (PROS), Almir Vieira (PP), Oldemar Becker (DEM) asseguraram que não têm interesse em disputar as eleições de 2020 em uma chapa majoritária.
Questionados sobre o partido em que disputarão o pleito deste ano, os vereadores que compõem a Câmara de Blumenau se dividem em três blocos idênticos: cinco dizem que não irão às eleições na mesma sigla em que estão hoje, cinco não sabem e cinco não mudarão a legenda. Bruno Cunha, Jovino Cardoso, Professor Gilson, Ito de Souza e Zeca Bombeiro garantiram que vão mudar de partido. Cezar Cim, Sylvio Zimmermann, Marcelo Lanzarin, Adriano Pereira e Alexandre Caminha ainda não sabem ou não revelaram à reportagem o futuro. Já Almir Vieira, Oldemar Becker, Marcos da Rosa, Alexandre Matias e Jens Mantau (este último caso esteja em chapa majoritária) permanecerão na sigla atual.
O porquê desse vaivém de siglas
Nas eleições deste ano, os partidos poderão fazer coligações de olho no cargo de prefeito e vice, mas elas não vão valer para a soma dos votos para vereador. Até o último pleito, todos os votos dados em uma aliança valiam no cálculo de distribuição de cadeiras no legislativo.
Essa é a principal justificativa do porquê desse possível troca-troca de siglas em 2020, já que os partidos precisarão indicar candidatos sólidos que, de fato, tenham condições de serem eleitos. Vale lembrar que há uma cota mínima de 30% para mulheres.
Continua depois da publicidade
Qual o prazo para trocar de partido?
A janela vai de 5 de março a 3 de abril, período em que é possível mudar de sigla para concorrer à reeleição sem que os vereadores sejam enquadrados em uma possível infidelidade partidária.
Um a um
Adriano Pereira (PT), enquanto petista, é hoje um dos pré-candidatos a prefeito do partido. O vereador, porém, já recebeu sondagens de legendas como PDT, PCdoB, MDB, PSD e PSB. Esse último é o que chegou mais próximo do parlamentar, por conta de uma aproximação do ex-PCdoB Arnaldo Zimmmermann.
Alexandre Caminha (PP) diz “não se sentir bem dentro do atual partido” e não descarta a construção de uma candidatura a prefeito ou vice-prefeito. “Recebi dois ou três convites”, afirma o vereador.
Alexandre Matias (PSDB) é o presidente do diretório municipal tucano. Ele afirma que por conta do protagonismo peessedebista nas últimas duas eleições, não é possível que o partido fique sem candidato à prefeitura. A ideia inicial é trazer Mário Hildebrandt (sem partido), mas caso o atual prefeito não queira, o PSDB terá de construir um nome para a disputa do Executivo.
Continua depois da publicidade
Almir Vieira (PP) é objetivo: perguntado se será candidato à reeleição, respondeu “sim”; se poderá concorrer a prefeito ou vice, respondeu “não”; se irá pelo PP, disse “sim”.
Bruno Cunha (PSB) já sinaliza a saída do atual partido há algum tempo. A ida ao Cidadania, antigo PPS, já está definida. Cunha diz não querer ir para siglas tradicionais para ter mais autonomia política. Sobre chapa majoritária, alegou “ainda não ser o momento”.
Cezar Cim (PP) ainda não definiu o futuro. Questionado pela reportagem, disse não saber se será candidato e se permanecerá no partido, mas garantiu que não tem interesse em pleitear uma cadeira no Executivo.
Ito de Souza (PL) é outro de saída da legenda em que está. Insatisfeito com decisões tomadas em nível estadual, o vereador está de malas prontas para outro partido. O parlamentar afirma que ao menos nove siglas o procuraram e que a mudança ocorre em março.
Continua depois da publicidade
Jens Mantau (PSDB) está no sétimo mandato e não irá concorrer à reeleição. Ele permanece no partido e aguarda as articulações da legenda para saber se estará, ou não, em uma chapa majoritária. Mantau almeja pelo menos concorrer a vice-prefeito.
Jovino Cardoso (PROS) também deixará o partido atual e definirá em março o futuro. O objetivo, segundo o vereador, é “ficar ao lado do atual prefeito”. Questionado sobre uma possível candidatura a prefeito ou vice, disse que não: “a experiência foi muito ruim”.
Marcelo Lanzarin (MDB) era, em 2016, pré-candidato a prefeito de Blumenau. Uma aliança emedebista com o então candidato à reeleição Napoleão Bernardes fez o atual presidente da Câmara recuar da candidatura. Em 2020, assim como quatro anos atrás, Lanzarin não descarta uma coalizão com Hildebrandt, em uma possível dobradinha. “Ou até cabeça de chapa, né”, diz.
Marcos da Rosa (DEM) também é objetivo. Se resumiu a dizer que “está à disposição do partido”.
Oldemar Becker (DEM) não tem segredos. Fica no Democratas, vai à reeleição e não tem interesse em concorrer a prefeito ou vice.
Continua depois da publicidade
Professor Gilson (PSD) é outro que deixará o atual partido. Ele vem conversando com “três ou quatro partidos” e define até março o futuro político. “Existe a possibilidade de alçar voos maiores”, resume Gilson ao ser questionado sobre uma possível candidatura a prefeito ou vice.
Sylvio Zimmermann (PSDB) diz que está tudo aberto e ainda não definiu se concorre ou não. Diz que tudo passa por uma conversa com o partido e com a família. “Família com mais ênfase” (risos), diz, bem-humorado, o parlamentar.
Zeca Bombeiro (SD) deixará o Solidariedade. Quatro partidos o procuraram para 2020 e, dependendo do que vier pela frente, concorrerá em uma chapa majoritária. Zeca, porém, diz que não irá para uma sigla para ser coadjuvante.