Elefantes da Reserva de Caça Selous, na Tanzânia, poderão ser dizimados dentro de seis anos, se a caça ilegal continuar sendo praticada com a frequência atual – alertou a organização World Wildlife Fund (WWF) nesta quarta-feira.
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A maior reserva natural da Tanzânia e segunda maior da África era o lar de 110.000 elefantes na década de 1970. Hoje, restam apenas 15.000 elefantes, que estão ameaçados pela “caça ilegal em escala industrial”, denunciou a WWF em um relatório.
A Selous “pode ver sua população de elefantes dizimada até 2022, se não forem tomadas medidas urgentes”, disse a organização.
Mais de 30.000 elefantes africanos são mortos por caçadores a cada ano para abastecer um mercad0o ilegal controlado por gangues criminosas, o qual alimenta a demanda no Leste Asiático.
A Tanzânia é um dos países mais afetados. Um censo feito em 2014 indicou que a população de elefantes do país caiu 60% em cinco anos.
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A reserva de Selous é uma atração turística que contribui com cerca de seis milhões de dólares por ano para a economia da Tanzânia, de acordo com um estudo encomendado pela WWF e realizado pela empresa de consultoria Dalberg.
O local leva o nome de Frederick Selous, um explorador e caçador britânico, que inspirou o personagem Allan Quatermain do livro “As minas do rei Salomão”, de Henry Rider Haggard.
“No início de 2022, poderíamos ver o último dos elefantes de Selous sendo morto a tiros por redes criminosas fortemente armadas e bem treinadas”, completa o relatório.
A reserva de 55.000 quilômetros quadrados no sul da Tanzânia foi nomeada Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1982.
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Em 2014, o local foi colocado em uma lista de vigilância após registrar um pico de caça ilegal, com seis elefantes mortos por dia e com as atividades industriais, como a exploração de petróleo e a mineração, ameaçando seu meio ambiente.
O diretor da WWF na Tanzânia, Amani Ngusaru, disse que o valor da Selous “é dependente de suas grandes populações de animais selvagens e ecossistemas puros”.
“Alcançar a caça ilegal zero de elefantes é o primeiro passo para colocar a Selous no caminho certo para cumprir seu potencial para o desenvolvimento sustentável”, sugeriu Ngusaru.
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