Ser médico é o sonho do menino de 11 anos que virou notícia e deixou muita gente emocionada após escrever uma mensagem de agradecimento a um juiz de Joinville, responsável por autorizar a prisão domiciliar para a mãe dele, uma presidiária que estava gravemente doente. Médico infectologista, diga-se de passagem.
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Quem conta sobre os planos do garotinho e o tem ajudado a realizar seus sonhos é a avó dele. Ela e o neto chegaram de mãos dadas ao gabinete do juiz João Marcos Buch no dia em que apelaram para que a mãe do menino pudesse deixar o hospital ao receber alta – com a autorização do magistrado, ela passou os últimos dias de vida em casa, até morrer no mês passado.
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Antes e depois de a mãe dele partir, diz a avó, o neto tem sido um “guerreirinho”.
– Ele cuidou da mãe com uma maturidade incrível. Quando ela veio para casa, ficava no sofá. Ele ficava no chão esperando que ela precisasse de alguma coisa. Dava banho, cuidava dela, dava comida – conta a avó.
O pai da criança também esteve preso até o fim do ano passado, mas ganhou liberdade condicional e hoje trabalha como servente de pedreiro. Tem deixado o filho orgulhoso ao chegar em casa suado e cansado pela lida nas obras. Agora, mora com os dois filhos: o autor da mensagem ao juiz e o irmão caçula dele, de nove anos.
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A mensagem para o juiz, diz a avó, partiu da vontade do neto em agradecer pela chance de passar ao lado da mãe os últimos dias de vida dela.
– Ele falou assim: “eu ainda queria agradecer esse juiz um dia”. Falei que ele poderia fazer agora, mandar uma mensagem para ele. Aí ele escreveu a mensagem, foi bem pessoal – lembra.
Como o menino é soropositivo desde o nascimento, os medicamentos fazem parte da rotina. Nada agradável para um garoto de 11 anos, claro, mas ele entendeu cedo que poderá continuar jogando bola, indo ao cinema e brincando com os amigos se tomar todos os remédios. Vem daí, portanto, o interesse precoce do pequeno pela infectologia.
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Aliás, o comportamento precoce não se revela só na escolha da futura profissão. Ele é quem recebe o dinheiro do pai e paga as contas da casa, conta a avó.
– Ele quer ser honesto, digno, independentemente dos traumas dele. Ele teve a maturidade de crescer com isso, não de se abater – destaca.
Para preservar a identidade da criança, os nomes na mensagem foram omitidos.
Confira a mensagem do menino encaminhado ao juiz: