O momento de desespero vivenciado por um casal joinvilense durante a queda de um trapiche na zona Sul da cidade se transformou na dor da perda. Lupércio Luiz Costa, 63 anos, morreu depois que a estrutura caiu no último sábado (17) no Morro do Amaral. 

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Ele e a esposa, Darci Millnitiz Costa, 63 anos, aproveitavam o fim de semana de sol para admirar a paisagem do local, como de costume. 

– Ele não me largava por nada. A gente ia juntos em todos os lugares – lembra Darci.

Quando se preparavam para ir embora, o casal percebeu algo diferente na estrutura. Mas foi tão rápido, que não deu tempo de correr do local. 

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– Eu fiz uma cirurgia na coluna recentemente e não conseguia andar rápido. Acho que ele foi tentar me acudir, não sei, e não conseguiu sair. Acho que se ele tivesse se jogado na água, estaria vivo agora. Foi horrível – lamenta a esposa. 

Darci conta que percebeu um tremor no trapiche segundos antes da queda. Após o marido sugerir para que saíssem do local, a estrutura desabou. 

– Ele só disse “socorro” – conta. 

Darci ficou presa pela cabeça por cerca de 45 minutos e conta os momentos de desespero que passou. 

– A maré estava subindo e tinha risco de eu morrer afogada. O bombeiro falava para eu falar com ele o tempo todo. Eu só pedia para me tirar dali. Eles batiam e a estrutura podia desabar mais ainda – detalha. 

Darci fraturou a clavícula e teve rompimento de ligamentos. Ela optou por não permanecer internada no hospital porque queria se despedir do marido. 

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– Não quis ficar no hospital porque não ia ver o marido pela última vez. Foram 46 anos de casado – conta emocionada. 

A família aguarda, agora, a investigação da Polícia Civil e justiça pela morte de seu Lupércio. 

– Nunca que a gente desceria lá se a gente soubesse que corria risco de vida – pontua. 

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (19). O órgão confirmou que irá iniciar as investigações nesta semana.

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