Diferente da subcutânea, a gordura visceral se esconde entre os órgãos. Mas uma solução simples e sensata promete combatê-la. A chave não está em dietas radicais, mas em hábitos sustentáveis. Entenda como pequenas mudanças no dia a dia podem transformar a saúde masculina.

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Ben Rowell, jornalista do The Telegraph, vivenciou esse desafio. Após um problema cardíaco pós-Covid, ele não podia se exercitar. A gordura visceral começou a acumular. Foi então que descobriu a “dieta de bom senso”. Uma abordagem prática, sem restrições impossíveis, focada em equilíbrio e consistência. Sua jornada mostra que é possível reverter o quadro.

O que é a gordura visceral e por que ela é perigosa?

O tecido adiposo visceral (TAV) é a gordura que se acumula profundamente na cavidade abdominal. Ela envolve órgãos vitais como o estômago, fígado e intestinos. Geralmente é vista como a gordura abdominal localizada na barriga, a famosa “barriguinha de chopp”.

Mais perceptível em homens, porque o corpo feminino tende a acumular gorduras em outras partes, seu excesso é um alerta vermelho. Essa gordura não é inócua; ela é metabolicamente ativa. Libera substâncias inflamatórias que podem prejudicar o organismo. Ignorá-la é um risco que nenhum homem deve correr.

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Os riscos reais para a saúde do homem

O acúmulo de gordura visceral vai muito além da estética. Ele está diretamente ligado a problemas de saúde graves. Entre as principais condições associadas estão diabetes tipo 2, doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).

Ela também pode contribuir para resistência à insulina e aumento da pressão arterial. O perigo é seu caráter oculto. Um homem pode não parecer obeso e ainda assim ter níveis perigosos de TAV. Por isso, a atenção deve ser redobrada, especialmente após os 40 anos.

Apesar dos riscos, há um lado positivo e motivador. A gordura visceral é mais fácil de queimar do que a subcutânea. Esta fica embaixo da pele em outros pontos do corpo e é mais teimosa. A visceral responde melhor às mudanças de estilo de vida.

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Em que consiste a “dieta de bom senso”?

Para perder a densa camada de TAV, Ben foi aconselhado por uma nutricionista a adotar uma dieta com déficit calórico de 1.700 calorias por dia. O conceito central é a moderação e a praticidade, longe de regras complexas.

Existem vários tipos de dieta. O jejum intermitente está na moda entre homens por fazer bem ao intestino, mas “não há evidências de que seja melhor do que qualquer dieta com controle calórico”, escreveu Rowell. A dieta mediterrânea também é excelente, mas pode ser custosa.

O problema das dietas da moda e caras

Esta foi a gênese da solução pensada por Rowell e sua nutricionista: uma dieta de bom senso.

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Dietas restritivas ou que exigem ingredientes caros e exóticos raramente são sustentáveis a longo prazo. Elas criam uma sensação de privação que pode levar à desistência. O “bom senso” propõe justamente o oposto: adaptabilidade e acesso fácil aos alimentos.

Como colocar a dieta do bom senso em prática

Use o bom senso. Sem cair em dietas super restritivas e difíceis de seguir, foque em cozinhar em casa gastando pouco (Rowell mantinha o limite de 10 libras por dia) e comendo o máximo de salada que você puder. É sobre fazer escolhas inteligentes, não perfeitas.

Ao invés de passar várias horas sem comer, e depois recuperar todas as calorias comendo besteira e tomando cerveja, a recomendação é comer menos e mais espaçadamente durante o dia. Isso mantém o metabolismo ativo e evita os picos de fome que levam aos exageros.

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A importância da flexibilidade e do “dia do lixo”

Uma comida parece gordurosa demais? Uma refeição parece te fazer sair do limite calórico? Evite, mas não se prive para sempre. A rigidez excessiva é uma das principais causas de fracasso em dietas. A flexibilidade é crucial para a adesão a longo prazo.

Alguns nutricionistas recomendam o “dia do lixo”, um dia da semana em que você pode sair das comidas preparadas para comer algo saboroso e nada saudável. Esta estratégia pode funcionar como uma válvula de escape psicológica, ajudando a manter o foco no resto dos dias.

Os resultados impressionantes de Ben Rowell

Ben Rowell adotou o bom senso em sua dieta e perdeu 5 kg em apenas 2 meses, e 80% dessa gordura toda queimada era tecido adiposo visceral. Ele passou de 169 para 131 nos testes de TAV. Uma mudança significativa em um curto espaço de tempo.

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Essa transformação não veio de uma solução milagrosa, mas da aplicação consistente de princípios básicos. A lição que fica? Para quem busca emagrecer e se livrar da pochete, mais importante que dietas profundamente restritivas é adequar a rotina.

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