“Ele levou um choque quando chegou e viu que era a filha dele”, diz bombeiro

As vítimas do acidente que movimentou o Corpo de Bombeiros do Extremo-Oeste nessa quinta-feira já haviam sido atendidas e encaminhadas para os hospitais mais próximos quando o pai da adolescente que morreu com a colisão chegou ao local. Com pouco sinal de telefone e rádio nas proximidades da comunidade de Rio Verde (PR), na BR-280, os bombeiros que atendiam a ocorrência não sabiam que um colega que estava a caminho para socorrer as vítimas tinha acabado de perder a enteada.

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Os primeiros bombeiros começaram a chegar ao local pouco depois das 13h e os adolescentes do micro-ônibus foram sendo encaminhados ao Hospital Regional de Francisco Beltrão (PR) e para o hospital de Palma Sola (SC) conforme a gravidade dos ferimentos.

O atendimento envolveu profissionais do Paraná e de Santa Catarina. Quando a equipe de São José do Cedro chegou ao local, apenas o corpo de Anna Maria Oliveira Crisigiovanni, 14 anos, permanecia ali. A jovem era enteada do bombeiro e tratada por ele como uma filha. Os bombeiros cuidavam do trânsito na BR-280 e aguardavam a equipe do Instituto Médico Legal (IML).

– Não reconheci a filha dele. No momento, ela já apresentava sinais de óbito. Tentaram reanimá-la, mas foi sem êxito. Se a gente soubesse que era a filha dele, já teríamos o avisado antes de chegar – lamenta o sargento Jair da Veiga, do Corpo de Bombeiros de Palma Sola.

Segundo os colegas do Corpo de Bombeiros, o pai da garota já sabia que a chance de ela estar no micro-ônibus era grande, pois o veículo de transporte era de Barracão (PR), cidade vizinha à Dionísio Cerqueira, onde mora. O que ninguém sabia era a gravidade.

– Quando os bombeiros de São José do Cedro foram chamados, ele sabia que a menina estava no micro-ônibus, mas não sabia que ela havia morrido. Como ele estava de serviço, ele se deslocou preocupado. Ele levou um choque quando chegou e viu que era a filha dele – conta Veiga.

O enterro da adolescente foi realizado às 10h desta sexta-feira no Cemitério Municipal de Barracão (PR), na divisa com a cidade catarinense de Dionísio Cerqueira.

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