Se não fosse por causa do bom feijão, a alegria, a simpatia e o bom papo já seriam suficientes para manter a clientela do Restaurante do Zé. Conhecido com Zé da Feijoada, José Pereira de Medeiros Kowalski, de 71 anos, esbanja bom humor e modéstia quando o assunto é o seu tradicional prato.
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– A minha feijoada é muito boa. Acordo às 5h30 e já começo a preparar. Às 11 horas, isso aqui está lotado -, comemora.
O restaurante, localizado na rua Marquês de Olinda, tem uma porta pequena. Mal dá para enxergar, mas quando se entra no local é possível ver que o espaço, mesmo pequeno, é muito aconchegante.
Tem a cara de seu Zé, afinal, nos fundos do estabelecimento é a sua casa. Algumas flores para alegrar o ambiente e quadros na parede. Tudo bem cuidado. A cozinha, o coração do estabelecimento, é aberta para quem quiser verificar como anda a culinária de seu Zé.
Ele é enfático quando fala que seu restaurante é uma casa de amigos, até porque já são 22 anos com o local aberto. Antes, ele ganhou experiência em outros restaurantes de Joinville, onde mora há 40 anos.
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– Aqui é um coração enorme. Sempre cabe mais um. Vou de mesa em mesa, falo com as pessoas, pego as crianças no colo, ofereço sobremesa, pergunto como é que estão. Aqui é nossa casa, por isso todos se sentem à vontade.
Para preparar o tradicional feijão, Zé conta com a ajuda de sua “patroa”: dona Dora. Na sexta à noite, ele mesmo começa a picar as carnes que serão usadas na feijoada – costelinha, copa, charque, linguiça e carne de porco.
O feijão fica pronto na sexta mesmo. Já no sábado, às 5h30, seu Zé acorda e pica os temperos, coloca as carnes na cumbuca feita de barro e logo em seguida vai tudo para a chapa.
– Eu faço isso com amor. Restaurante é para quem gosta e não para quem quer. Por isso, aqui fica sempre lotado, porque eu amo o que faço e faço bem.
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Seu Zé, além de preparar a feijoada com um molho especial – isso é segredo da casa -, corta cerca de cem laranjas à francesa para servir com o prato principal. Tem também o vinagrete, a farofa e, claro, a couve refogada com bacon. É de dar água na boca. Aos sábados, dia de feijoada no restaurante, seu Zé serve cerca de 70 a 80 pratos.
– Tem gente que liga durante a semana e reserva para levar -, diz.
O motivo de fazer uma boa feijoada e de ter uma clientela fiel não é só a aptidão e o amor que seu Zé tem com a comida. Ele conta que é o conjunto que faz do local o sucesso.
– Eu me cuido. Sei comer, beber. Faço minha sauna, ando de bicicleta e trabalho muito. Que Deus me ajude a chegar aos cem anos e conseguir trabalhar aqui ainda.