Um homem bem-disposto, alegre e que amava a vida. É assim que Soraia Cristina da Silva lembra do pai, Nestor Francelino da Silva. O idoso de 77 anos morreu sábado após ser atropelado por um Fiat Uno na Rua 2 de Setembro, bairro Itoupava Norte, em Blumenau, na saída do trabalho. Chegou a ser encaminhado ao Hospital Santa Isabel, mas não resistiu aos ferimentos.

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Metalúrgico aposentado há mais de 20 anos, Nestor nunca pensou em parar de trabalhar. Durante os oito anos em que foi porteiro na empresa Cristais Blumenau, saía de casa, no bairro Água Verde, às 21h. Entrava às 22h e seguia até as 5h de segunda a sexta-feira. A folga vinha do sábado para o domingo, quando aproveitava a companhia da família – a esposa, com quem foi casado por 55 anos, os cinco filhos, 10 netos e seis bisnetos.

– Ele estava muito bem de saúde, dizia que ficaria doente se não trabalhasse. Adorava caminhar no Ramiro, fez muitos amigos lá. No trabalho se sentia importante, útil. Era muito comunicativo, vaidoso e brincalhão – lembra Soraia, que dividia a casa com os pais.

Além do emprego, a filha conta que Nestor era apaixonado pelos três canários que criava em casa. Também adorava jogar baralho com os filhos e amigos. Católico, era fiel da Catedral São Paulo Apóstolo. O velório ocorreu às 16h de sábado na Capela Mortuária da Escola Agrícola. O enterro foi na manhã de domingo no Cemitério da Rua Bahia.

Família quer punição

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O motorista de 23 anos que atropelou o idoso não tinha habilitação para dirigir e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele foi levado para a delegacia no sábado e, segundo informações do Presídio Regional de Blumenau, permanece detido. Para Soraia, o que importa é impedir que o caso se repita:

– Eu espero que ele seja punido para que tenha consciência do que fez com a gente.