A dona de casa Ana Lúcia Batista, 44 anos, não desgrudava do telefone celular nesta quarta-feira. Tinha esperança que a qualquer momento receberia ligação avisando sobre o marido, o pescador Laureci Batista, que está desaparecido em razão do naufrágio do barco pesqueiro.

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Até 20h30min desta quarta, Ana Lúcia continuava sem nenhuma informação oficial, em casa, na comunidade Campos Verdes, em Laguna, Sul do Estado.

Ao lado de familiares, ela conversou com o DC. Disse que Laureci é pescador desde adolescente, corajoso, que estava empolgado com o barco. Confira os principais trechos:

Diário Catarinense – Quando a senhora falou com ele pela última vez?

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Ana Lúcia Batista – Foi às nove e meia da noite de terça. Ele tinha saído feliz de casa, porque estava num barco melhor. Era a terceira saída. Disse que estava ventando bastante. ‘Acho que vai dar para trabalhar’, me falou.

DC – Ele algum dia relatou medo nessas viagens a senhora?

Ana Lúcia – Nunca. Era a vida toda do mar, desde pequeno. Agora estava fazendo fotos no celular das ondas grandes e em casa quando chegava mostrava pra gente. Saiu em busca do ganha pão e acontece essa tragédia.

DC – Tem esperança que esteja vivo?

Ana Lúcia – Sim. Tenho muita fé. Ele é forte e vai dar força aos outros também.

DC – Quais as últimas notícias que teve?

Ana Lúcia – Fui em Itajaí à tarde e mandaram voltar, o dono do barco, porque não iria adiantar mais ficar ali e nada poderia ser feito.

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DC – Onde iriam trabalhar?

Ana Lúcia – Iriam pescar sardinha no Rio de Janeiro e descarregar em Itajaí. Ela estava como ajudante de convés.