O El Niño, fenômeno que trouxe instabilidades e chuvas acima da média para Santa Catarina, pode estar entrando na reta final. Ao menos até março, no entanto, o fenômeno segue influenciando o clima no Estado, com um verão escaldante, como o NSC Total já havia antecipado.
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Janeiro, fevereiro e março devem ter um período em que as chuvas ficam dentro ou até abaixo da média, dependendo da região do Estado. Já as temperaturas devem ficar acima da média para todo o trimestre.
Nessa segunda-feira (8), Santa Catarina chegou a registrar sensação térmica acima dos 55ºC em Criciúma, na região Sul, onde a temperatura real chegou aos 39ºC. Em Joinville, na região Norte, a sensação ficou na faixa dos 50ºC, embora os termômetros atingissem o máximo de 36,9°C, conforme a Epagri/Ciram.
Já na terça (9), a cidade de Schroeder, no Norte catarinense, foi a que registrou maior temperatura batendo os 38,5°C. Em sequência, os municípios de Águas Mornas (38,3°C), Camboriú (37,8°C), Antônio Carlos (37,5°C) e Santo Amaro da Imperatriz (37,3°C) completam a lista dos cinco mais quentes nesta terça. Os dados são da Defesa Civil do Estado.
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— A partir de março, abril, a gente começa a entrar já na estação do outono. É esperado que algumas frentes frias, algumas massas de ar frio comecem a ingressar e a influenciar o tempo aqui no nosso Estado. A partir desse período já é normal que tenhamos uma diminuição das temperaturas com relação aos meses anteriores e partindo para o outono e para o inverno, com as massas de ar ficando inclusive mais frequentes — explica o meteorologista-chefe da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, Felipe Theodorovitz.
El Niño x La Niña
Theodorovitz explica que o El Niño e a La Niña são fenômenos de escala global que trazem algum tipo de impacto para todas as regiões do globo terrestre. Isso mexe com padrões de temperatura e de chuvas. O El Niño age tornando as águas do Oceano Pacífico Equatorial mais aquecidas e também altera o padrão de circulação dos ventos na atmosfera.
— Já na La Niña ocorre justamente o contrário: as águas do Oceano Pacífico Equatorial ficam mais frias do que o normal e esse resfriamento também altera o padrão de circulação dos ventos na atmosfera. E aqui em Santa Catarina, a tendência é que a gente tenha uma frequência menor das chuvas e também a intensidade desses volumes tendem a diminuir — explica. Isso não quer dizer que as chuvas não ocorram, mas representa períodos mais longos de estiagem.
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Foi o que aconteceu nos últimos anos: entre 2019 e o começo de 2023, a La Niña favoreceu um período longo de estiagem, principalmente no Oeste catarinense.
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— Ao longo de 2023 nós passamos por um período de transição em que as águas do Oceano Pacífico Equatorial voltaram ao período de neutralidade, voltaram ao normal. E a partir do mês de junho, julho, os oceanos voltaram a ficar mais aquecidos e a influência aqui para a região Sul do Brasil e Santa Catarina começou a ser sentida já no segundo semestre de 2023. Não por acaso, no mês de outubro e novembro nós tivemos grandes volumes de chuva sendo observados durante um período prolongado de quase dois meses de chuvas bastante volumosas e frequentes no nosso Estado — finalizou o meteorologista.
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