O grupo extremista Estado Islâmico (EI) expulsou as Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos, de seu último reduto no leste da Síria, informou neste domingo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
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Um comandante das FDS, formadas por combatentes curdos e árabes, confirmou, na condição de anonimato, a retirada do reduto de Hajin, sete semanas após o início de uma ofensiva para expulsar o EI desta região próxima da fronteira com o Iraque.
As FDS, apoiadas pela coalizão internacional anti-EI dirigida por Washington, iniciaram em 10 de setembro a última etapa de uma ofensiva destinada a acabar com a presença do grupo extremista em seu último reduto na província de Deir Ezor.
As FDS começaram ganhando terreno, mas na semana passada a situação se tornou complicada, entre outras coisas porque uma tempestade de areia dificultou a cobertura aérea durante os combates em terra.
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Na sexta-feira, o EI executou vários contra-ataques que obrigaram as FDS a abandonar todas as posições que haviam ocupado.
“Com seus contra-ataques entre sexta-feira à noite e a madrugada de domingo, o EI arrebatou das FDS todas as posições conquistadas no reduto de Hajin”, afirmou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
De acordo com a ONG, 72 combatentes das FDS morreram nos ataques executados com cinturões de explosivos e carros-bomba. O OSDH citou 24 jihadistas mortos.
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O comandante das FDS atribuiu as derrotas ao desconhecimento do terreno e às tempestades de areia.
Ao contrário do EI, “nossas forças não conhecem a região e não podem deslocar-se em condições de visibilidade nula”, explicou à AFP.
“Enviamos reforços militares e armas pesadas à frente e algumas unidades foram substituídas por outras mais experientes”, completou o comandante.
“Vamos iniciar uma nova campanha militar quando os reforços chegarem”, disse.
Desde 10 de setembro, os combates provocaram quase 500 mortos entre os extremistas e 300 nas FDS, segundo o OSDH.
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O EI conquistou em 2014 amplas zonas do território sírio, mas perdeu quase tudo.
Desde 2011, a guerra na Síria deixou mais de 360.000 mortos e obrigou quase metade da população a fugir de suas casas.
* AFP