A estreia internacional do presidente egípcio, Mohamed Mursi, irritou os representantes do regime sírio em uma reunião em que o presidente Bashar al-Assad ganharia apoios de governos aliados.

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Declarações de Mursi na 16ª Cúpula do Movimento de Países Não Alinhados, porém, fizeram com que a delegação síria se retirasse da sala.

Sentado ao lado do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o egípcio afirmou hoje no primeiro dia do evento que é “uma obrigação ética” apoiar o povo sírio em sua luta contra o “regime opressor” de Al-Assad.

Mursi era uma das estrelas do encontro por ser o primeiro governante egípcio a visitar o Irã desde que ambos os países romperam suas relações diplomáticas após a revolução islâmica de 1979.

– O derramamento de sangue na Síria é uma responsabilidade de todos nós e devemos saber que não pode ser detido sem uma interferência efetiva de todos nós – afirmou o presidente egípcio, integrante do grupo Irmandade Muçulmana (organização que lutou na década de 1970 e 1980 na Síria contra o partido Baath, de Hafez al-Assad, pais do atual ditador).

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Mursi afirmou que a Síria precisa de uma transição pacífica para a democracia e o fim do “regime opressor” atual. Segundo o jornal americano The New York Times, os meios de comunicação do Irã não divulgaram as declarações.

Até então, Mursi não tinha se manifestado abertamente em favor de nenhum dos lados do conflito, que segundo organizações de direitos humanos, já matou entre 17 mil e 23 mil pessoas desde o início da repressão aos movimentos da Primavera Árabe no país, em março de 2011.

Ao abandonar a sala para protestar contra as palavras de Mursi, o chefe da diplomacia síria, Walid Muallem, acusou o o egípcio de interferir nos assuntos internos do país e de “incitar o prosseguimento do banho de sangue na Síria”.

O Egito foi o segundo país do Oriente Médio a conseguir a saída de um ditador do poder na Primavera Árabe. Além da Síria e Egito, os movimentos tiveram reflexo no Bahrein, no Iêmen e na Líbia.

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