Quatro variantes do coronavírus — Alfa, identificada pela primeira vez no Reino Unido; Beta, na África do Sul; Gama, no Brasil; e a Delta, na Índia — são consideradas as mais preocupantes pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de serem mais contagiosas, uma das principais preocupações é a eficácia das vacinas contra elas.
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Veja o que já se sabe sobre a relação entre as variantes mais perigosas e as quatro vacinas aplicadas atualmente no Brasil.
Coronavac
A Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, é feita com o vírus inativado contendo todas as partes. Isso pode gerar uma resposta imune mais abrangente e pode proteger contra as variantes.
Segundo dados divulgados pela Sinovac recentemente, o imunizante tem eficácia entre 80% e 100% contra casos graves de pacientes infectados pela variante Gama, após a aplicação das duas doses.
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A Fiocruz concluiu em julho deste ano um estudo com pessoas a partir dos 60 anos que tomaram Astrazeneca e Coronavac. Os números confirmam a efetividade de ambos imunizantes.
Para quem foi vacinado com as duas doses da Coronavac, os índices foram de 79,6% de eficácia de pessoas entre 60 a 79 anos, e 68,8% acima dos 80 anos.
Não há resultados oficiais confirmando a eficácia da vacina contra a variante Beta e a Alfa. Também não se tem certeza se a Coronavac é eficaz contra a Delta. Conforme a Sinovac, resultados preliminares baseados em amostras de sangue dos vacinados mostraram uma redução de três vezes no efeito neutralizante contra a cepa.
A empresa disse que uma injeção de reforço após as duas doses poderia provocar uma reação de anticorpos mais forte e duradoura contra a Delta, mas não forneceu mais detalhes.
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Astrazeneca
O imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânico-sueca Astrazeneca e produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é eficaz contra a variante Gama em pessoas de todas as idades.
O estudo da Fiocruz feito com as duas vacinas mais aplicadas no Brasil apontou que a Astrazeneca tem 93,8% de eficácia em pessoas de 60 a 79 anos, e 91,3% acima dos 80 anos.
Na África do Sul, o Ministério da Saúde informou que um estudo com a Astrazeneca indicou proteção limitada contra forma leve da Covid-19 causada peloa variante beta.
Recentemente, a Universidade de Oxford anunciou que começou a testar em voluntários uma nova vacina desenvolvida com o laboratório AstraZeneca contra essa mesma variante. Devem participar do estudo cerca de 2.500 voluntários no Reino Unido, África do Sul, Brasil e Polônia.
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Uma pesquisa publicada no no New England Journal of Medicine, em julho mostrou que as duas doses da vacina Astrazeneza têm eficázia de 67% contra a Delta e 74,5% contra a Alfa.
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Pfizer
Mesma pesquisa britânica que a da Astrazeneca mostrou que o imunizante produzido pela farmacêutica americana Pfizer é 88% eficaz contra a variante Delta após a segunda dose e 93,7% eficaz contra a variante Alfa.
Não há dados oficiais publicados pela farmacêutica sobre a eficácia contra as variante Beta, que surgiu na África do Sul e a brasileira, Gama. No entanto, a Pfizer começou estudos clínicos para avaliar a aplicação de uma terceira dose. Segundo a empresa, o reforço garantiria maior imunização contra as variantes.
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Terceira dose da vacina contra Covid será necessária?
Janssen
A empresa americana Johnson & Johnson anunciou que um estudo feito em abril de 2021 com a vacina Janssen de dose única, constatou uma eficácia global de 66,9%. Na época que os dados foram coletados, a variante Beta já circulava na África do Sul, portanto o imunizante protegeria contra essa mutação.
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A empresa também destacou que a vacina manteve sua ação protetora durante a realização dos testes no Brasil, onde a variante Gama é predominante.
Um estudo mais recente divulgado pela Johnson & Johnson afirma que a vacina protege contra as variantes alfa e delta por até oito meses. O estudo, entretanto, ainda não foi revisado por outras revistas científicas. Um segundo estudo realizado em Israel teve resultados parecidos.
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