Menina, delicada e que desde cedo se destaca pela coragem e habilidade nas manobras de skate. A trajetória de Rayssa Leal, de apenas 13 anos, que nesta segunda-feira (26) resultou em uma medalha de prata para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020, começou de forma semelhante à jornada de algumas meninas catarinenses.
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Rayssa Leal em Blumenau teve cama improvisada, miojo e vaquinha para bancar viagem
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Em um universo ainda muito masculino, mas que tem cada vez mais tido o protagonismo dividido com as atletas mulheres, elas têm em comum a mais nova medalhista olímpica brasileira a dedicação desde criança, o talento e o amor pela modalidade.
O presidente da Federação Catarinense de Skate, Ramon Bagnara, acredita que o exemplo de Rayssa inspira não apenas as meninas, mas todos que andam de skate. Segundo ele, ter uma medalhista de prata em Olimpíadas tem um peso gigantesco para a categoria e motiva sobretudo o skate feminino, que precisa deste tipo de reconhecimento.
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– Torço para que a nova geração se inspire em ser como a Rayssa, que torce pelo próximo, se diverte em cima do skate, transmite uma felicidade que só quem já acertou uma manobra depois de tanto tentar sabe o sentimento que isso tem. As meninas que estão iniciando no skate agora podem saber que é possível, sim, viver e sonhar através do skate – conta.
Confira abaixo três jovens atletas de SC que buscam seguir os passos da ‘fadinha’ Rayssa no skate:
Bia Godoi (@biagodoi_sk8)

A pequena Bia Godoi, de 9 anos, é um exemplo de jovem skatista catarinense que trilha passos semelhantes aos do início da carreira de Rayssa Leal. Aos quatro anos, os pais levaram a pequena a uma loja de artigos esportivos para comprar um par de patins. Mas ao chegar ao lugar, Bia já deu sua primeira manobra.
– Quando ela viu o skate, colocou no pé e saiu ‘remando’ pela loja como se já tivesse um ano de experiência. Foi amor à primeira vista – lembra o pai Leandro Godoi.
De lá para cá, a relação com o skate só ficou mais forte. Nomes como o de Rayssa Leal, que já até curtiu uma postagem de Bia nas redes sociais, e também de Letícia Bufoni, também competidora do Brasil na estreia do skate como modalidade olímpica, em Tóquio, são verdadeiras inspirações.
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Os pais acompanham de perto cada manobra e até ganharam novos amigos e novas experiências em função dos treinos e competições de Bia no skate. Leandro conta que o universo do skate é composto por muita ajuda e parceria entre os participantes, e que as meninas têm cada vez conseguido ocupar um espaço maior na modalidade.
– O sonho dela é ser skatista profissional, e nomes como a Rayssa e a Letícia são inspirações, sim. Ontem ela competiu durante o dia e não conseguiu assistir à final, mas quando acordou a primeira coisa que perguntou foi: “quem ganhou?” Nós damos suporte, apoiamos, mas não pressionamos e a deixamos à vontade para fazer somente o que ela tiver desejo – afirma o pai.
Rayssa Leal, a Fadinha, conquista medalha histórica nas Olimpíadas
Cecilia de Souza Menegaz (@cecimenegaz)

A relação de Cecília de Souza Menegaz, 6 anos, com o skate começou ainda cedo. Com apenas 4 anos, durante um passeio de carro com os pais em Balneário Camboriú, ela viu uma pista de skate e pediu para conhecer. A convite do professor, deu uma voltinha com um skate emprestado ali mesmo. Foi o primeiro contato com a modalidade que ela não largaria mais nos dois anos seguintes.
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Atualmente Cecília faz aulas de skate no projeto social Skate Ensina, em Balneário Camboriú, e também aulas particulares da modalidade. Já participou de algumas exibições e também tem nos principais nomes do skate do país, como Rayssa Leal e Letícia Bufoni, as principais inspirações.
Se Rayssa virou a ‘fadinha’ depois de aparecer em um vídeo fazendo manobras fantasiada, Cecília adotou um laço rosa sobre o capacete como acessório personalizado para as manobras nas pistas.

A mãe, Fernanda de Souza Sacavem, diz que a união que existe entre as atletas e o espírito de superação que a modalidade proporciona ajudam muito na formação de Cecília. Ela conta que a família busca dar suporte à filha para ela praticar o esporte em segurança e escolher se desejará continuar essa trajetória no futuro ou não. Apesar disso, ver Rayssa Leal no pódio olímpico nesta segunda-feira mexeu com o sentimento de quem acompanha de perto a evolução, e os tombos, que fazem parte do skate.
– O prazer de ver a sua filha superando os medos, se desafiando a encarar uma grande pista ou uma nova manobra, e vencendo, não tem como descrever. E a conquista da Rayssa é o sonho de tantas mães que acompanham filhas em trajetórias como essas. Acho que essa medalha pode ajudar a tirar o preconceito sobre o skate, de que “skate é coisa de menino”, ou que está associado a drogas. Não, skate é para todo mundo – conta.
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Trajetória de Rayssa Leal até as Olimpíadas teve momento decisivo em Blumenau
Cacá da Brava (@cacadabrava)

Catarina Zanin Gerecht, a Cacá da Brava, começou a andar de skate com 5 anos de idade. Participou de competições e rapidamente foi acolhida pelas principais skatistas do circuito nacional, como Letícia Bufoni e Pâmela Rosa, da categoria street, e Yndiara Asp, do bowl, que sempre foi a grande inspiração de Cacá por ser da mesma modalidade. Yndiara também se classificou para as Olimpíadas de Tóquio e ainda não estreou.
Nessas experiências, também conheceu pessoalmente Rayssa Leal e foi destaque de reportagens nacionais por ter se tornado um xodó dos principais skatistas do país. O capacete rosa e as “asinhas” nas meias se tornaram até marcas registradas da skatista mirim que virou ‘amiga’ dos principais nomes da modalidade.
Hoje com 8 anos, Cacá deu um tempo no skate. A dificuldade de encontrar locais para treinar durante a pandemia de Covid-19 fez com que ela optasse por conhecer outras modalidades, como basquete e natação. A mãe, Graziele Gerecht, conta que a família respeitou o tempo e a vontade da filha e estimula a filha a praticar ao menos alguma modalidade esportiva, da preferência dela, mas com foco na saúde, e não em competições.
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Nesta segunda, no entanto, quando viu as meninas do Time Brasil competindo em Tóquio e a jovem Rayssa Leal conquistar a medalha de prata, pareceu novamente se empolgar com o skate.
– Ontem (domingo) à noite, assistindo à Rayssa, ela falou: “mãe, preciso comprar equipamento novo porque quero voltar a andar”. Quando viajávamos para os campeonatos, ela podia entrar nos backstages, conheceu todas as meninas, então para ela é muito legal ver as “amiguinhas” dela, entre aspas, disputando as Olimpíadas – conta a mãe.
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