A fase mais vulnerável da vida

*Por Carmen Lucia Thomé

(Presidente do núcleo de segurança escolar da Acij e coordenadora dos cursos técnicos do Colégio Cenecista José Elias Moreira)

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A preocupação com a vulnerabilidade das crianças e dos jovens na escola sempre tirou o sono de pais e gestores. Todas as unidades escolares de Joinville se preocupam com a segurança. Independentemente da localização, tanto as unidades localizadas no que os especialistas chamam de áreas de risco, quanto as escolas situadas em bairros considerados seguros ou no Centro da Cidade, sofrem com o temor de furtos, vandalismo, danos ao patrimônio e abordagem dos alunos por traficantes.

Internamente, cada unidade escolar cria mecanismos de proteção, tais como colocar grades e cadeados, instalar câmeras de segurança, criar salas de plantão onde os pais deixem seus filhos pequenos e os busquem posteriormente e colocar guardas vigiando as entradas e monitores circulando pelo pátio, principalmente no horário do recreio. Tudo isso para garantir que a escola seja um espaço de construção de novas possibilidades para os estudantes. Contudo, apesar de essas medidas darem a sensação de proteção e serem importantes em alguns casos, se tomadas isoladamente tornarão a escola refém do próprio entorno.

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A maior preocupação dos gestores é o entorno das escolas, onde acontecem furtos de carros e assaltos à mão armada, visando principalmente telefones celulares, tênis de marca, mochilas e outros itens de valor. Isso precisa acabar. Os pais e os estudantes precisam se sentir seguros ao vir para a escola. Para tanto, precisamos contar com a ajuda do poder público. Além disso, é importante envolver a equipe da escola e a comunidade em debates permanentes sobre o assunto e criar um grupo representativo de todos os públicos da escola para mapear os pontos mais frágeis e discutir as possíveis soluções em conjunto.

Já houve em Joinville uma ação que contribuía muito para a segurança no entorno da escola, o Projeto Aluno Guia, cujo principal foco era a segurança no trânsito, mas também inibia outras ações no entorno do estabelecimento escolar. Esse projeto, infelizmente, foi interrompido por falta de patrocínio da inciativa privada na aquisição de uniformes (camisetas) para os alunos utilizarem durante a ação.

O Núcleo de Escolas de Educação Profissional da Acij, constituído por doze escolas que oferecem educação profissional em Joinville, discute constantemente assuntos pertinentes a uma educação de excelência e a segurança é um tema que nos inquieta muito. Entendemos que há necessidade de mais recursos para a segurança pública, pois o contingente militar é o mesmo da década de oitenta, apesar da expansão da cidade e do crescimento populacional.

Apenas assim, com uma atuação constante, cuidando dos nossos iguais e com ações funcionais ao lado da comunidade, é que poderemos manter o joinvilense, principalmente nossas crianças e adolescentes, seguros e longe dos caminhos tortuosos.

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