É inegável que o Brasil passa por um período onde diariamente lemos nos jornais e revistas ou assistimos nos noticiários das TVs a descoberta de mais um escândalo de corrupção, desvios de verbas e a verdadeira farra com o dinheiro publico. Nunca se viu tanta investigação e tantas apreensões vinculadas ao desvio de dinheiro público. Por outro lado, também nunca se viu neste país, tantas entidades e movimentos sociais se autodenominando e se auto-atribuindo a missão de combater a corrupção, quase sempre tendo como foco os poderes executivo e legislativo nas três esferas.

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Por mais nobre e necessárias que sejam essas entidades e movimentos, há de se avaliar a qualidade moral e ética das pessoas que lideram ou participam ativamente dessas organizações, conferindo se realmente estão interessadas no combate à corrupção ou apenas conseguindo espaço na mídia para promoção de seus líderes ou dirigentes.

Antes de eleger a corrupção como ato exclusivo de pessoas detentoras de poder ou de cargos eletivos, faz-se necessário investigar se bem perto de cada um de nós não existe uma pessoa disposta a corromper ou ser corrompida.

Não existe e nunca vai existir um político que não foi abordado por um eleitor fazendo promessas de voto e pedindo em troca algum benefício particular.

Existem então dois momentos para o político. Durante a campanha eleitoral, quando é coagido a se curvar às exigências do eleitor se quiser se eleger. Neste momento é corrupto e corruptor ao mesmo tempo. O outro momento é após ser eleito, quando acaba sucumbindo às ofertas das pessoas ou empresários que, desejando manter negócios ou negociatas com o poder público, oferecem vantagens financeiras.

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Se as entidades e os movimentos desejam realmente reduzir essa condenável prática, precisam mais do que fazer manifestações e discursos. Precisam encarar a missão de promover a educação para a cidadania.

Conscientes dessa missão, entidades fundaram o Observatório Social, já atuando em 12 estados e em aproximadamente 100 municípios brasileiros.

É considerável a economia que os Observatórios Sociais têm proporcionado aos cofres públicos nos municípios onde já atuam. Paraná e Santa Catarina são os Estados com maior número de Observatórios Sociais, promovendo a educação cidadã e acompanhando o desempenho e aplicação dos recursos públicos nos municípios.

O lema é: Indignar-se é importante. Atitude é fundamental.

Antonio Cotrim – presidente do Observatório Social de Balneário Camboriú