Roseli Kusster, 45 anos, viu a vida mudar através da educação. Estudante do último semestre de pedagogia, se apaixonou pela profissão ao trabalhar como auxiliar de serviços gerais em uma escola de São José, na Grande Florianópolis. E foi no corredor da instituição que onde hoje dá aula, que entendeu a importância do processo de aprendizado. Uma lição que carrega desde então, e que relembra neste sábado, dia 15. A data celebra nacionalmente o Dia do Professor.
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– A educação mudou a minha vida, mudou tudo ao meu entorno e me incentivou, inspirou. A educação é fundamental para mim. A gente repete muito isso, mas é verdade, muda a nossa vida e sem ela a gente não consegue realizar nossos sonhos – afirma Roseli.
Natural de Rancho Queimado, a estudante saiu da cidade com cerca de 2, 8 mil habitantes aos 32 anos após terminar um relacionamento que mantinha desde os 16. Ao chegar em Florianópolis, onde trabalhou como doméstica e, depois na escola de São José, tinha apenas até a 4ª série do ensino fundamental.
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Ao perseguir o sonho de avançar nos estudos “na cidade grande”, como relembra a mulher, foi matriculada com a ajuda de uma colega da escola na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Lá, finalizou o segundo grau através do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Logo depois, emendou a faculdade.
Chamada de Rose pelas colegas do Centro de Educação Infantil (CEI) Los Angeles, a estudante atualmente é auxiliar de sala. Responsável por dois alunos, trabalha com educação especial desde maio deste ano. Ela havia deixado a unidade em fevereiro deste ano, quando pediu demissão da empresa terceirizada que faz a limpeza das unidades escolares do município na Grande Florianópolis para começar um estágio em uma escola particular.
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Rose retornou cerca de três meses depois, ao passar pelo processo seletivo para a admissão de professores em caráter temporário.
– Sair como auxiliar de serviços gerais e voltar como professora é uma vitória – diz a mulher, ao destacar a ajuda e apoio que recebeu das colegas de trabalho e do companheiro.
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Paixão pela inclusão através da inclusão
O trabalho com alunos que possuem deficiência foi outra paixão que Rose descobriu ao dar os primeiros passos na carreira.
– Uma colega disse que eu tinha esse perfil, aí fui para esse lado – explica a mulher que também é mãe de um menino de 10 anos com diagnóstico autista.
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Apesar de voltar aos estudos quando mais velha, o fascínio e curiosidade de Rose com a escola vem desde a infância. A estudante de pedagogia ainda lembra do cheiro que a sala de aula da 4ª série revelava.
– Eu amava a escola, sempre amei. Era apaixonada pela professora, o giz no quadro, a borracha, era um lugar especial – comenta Rose.
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Antonieta de Barros criou Dia do Professor 15 anos antes da lei nacional
A data celebrada neste sábado é uma lembrança também de uma das grandes figuras públicas do Estado. Antonieta de Barros, primeira deputada negra do país, professora e jornalista catarinense, foi quem instituiu ainda em 1948 a data como o Dia do Professor no Estado. Somente 15 anos depois, um decreto federal foi assinado pelo então presidente da República João Goulart, em 1963.
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A data escolhida por Antonieta faz referência a 15 de outubro de 1827, quando o imperador D. Pedro I lançou o decreto que instituiu o Ensino Elementar no Brasil. O documento previa as diretrizes curriculares e as condições de trabalho dos professores.
Na justificativa para a criação da data, a catarinense enfatizou a importância do educador no desenvolvimento da sociedade: “Não há quem não reconheça, à luz da civilização, o inestimável serviço do professor”.
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Antonieta nasceu em 1901 na antiga Desterro, atualmente Florianópolis, e foi eleita deputada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1934.
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Conheça o professor Paulo Jubilut:
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