Por volta de 16h30min de 29 de janeiro de 2006, vigas, pilares e o telhado da quadra poliesportiva da Escola Básica Municipal Professor Fernando Ostermann vieram ao chão. Era um domingo, os alunos estavam em férias, mas, uma hora antes, um grupo de seis crianças jogava bola no local. Quando já estavam na rua, ouviram o estrondo do desabamento. Nove anos se passaram e, entre improvisos para levar adiante as aulas de educação física, só no dia 9 a nova quadra coberta foi entregue à comunidade.
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A demora não é exclusividade dos estudantes do Boa Vista. Outras cinco instituições da rede municipal enfrentam burocracia para ter uma quadra coberta. Há caso em que a construção foi parar na Justiça, como o da Almirante Tamandaré, na Ponta Aguda. Em outras, a rescisão de contrato com empresas atrasou tudo. Já houve até um episódio em que a prefeitura perdeu dinheiro federal disponível para áreas esportivas.
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Uma quadra custa cerca de R$ 500 mil, pouco perto de outras obras públicas. Mas, em Blumenau, construir uma estrutura dessas é mais complexo do que parece.
– No nosso governo o único problema foi a rescisão do contrato. Quando assumimos havia cinco obras paradas. Foram processos que começaram errado, mas agora temos a certeza de entregar obras de qualidade – argumenta a secretária de Educação, Helenice Luchetta.
O atual diretor da escola Fernando Ostermann, Francisco de Oliveira Filho, lembra que do desabamento à inauguração foi uma longa história. Depois do incidente, o local ficou interditado por cerca de um ano e meio, até que os entulhos foram retirados e os estudantes começaram a usar a quadra, mesmo que em condições precárias. Sem espaço adequado à prática esportiva, a escola aproveitou recursos da Associação de Pais e Professores (APP) e construiu duas quadras: uma de cimento e outra de areia. O problema foi apenas amenizado, porque em dias de sol forte ou de chuva as aulas tinham de ser improvisadas em outros ambientes.
– Foi um estresse, um cansaço. E a comunidade nos cobrava – lembra o diretor.