A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) deu posse definitiva a Eduardo Pinho Moreira (PMDB) como governador do Estado às 10h45min desta sexta-feira, em sessão solene no plenário da Casa. A cerimônia ocorre após a renúncia de Raimundo Colombo (PSD) para disputar as eleições de outubro e o mandato de Pinho Moreira termina em 31 de dezembro de 2018.

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O ato de posse começou pontualmente às 10h30min e foi rápido. Após o presidente da Assembleia, deputado Aldo Schneider (PMDB), abrir a sessão, foi lida a carta de renúncia de Colombo, declarado vago o cargo de governador e, em seguida, lido o termo de posse de Pinho Moreira. O peemedebista fez o juramento e na sequência discursou por cerca de 15 minutos.

Na fala, lembrou de sua origem no Sul do Estado (nasceu em Laguna e fez carreira política em Criciúma), citou a importância de Luiz Henrique da Silveira e Ulysses Guimarães, duas figuras históricas do PMDB e destacou ações em saúde e segurança desde que assumiu o governo em fevereiro, com a licença de Colombo.

Também comentou as dificuldades que enfrentará com o gasto da máquina pública, prometendo austeridade, e informou que o Fundam II foi negado pelo BNDES e que decidiu manter a Secretaria de Turismo ativa. Inicialmente a pasta seria extinta, mas Pinho disse que mudou de ideia diante da relevância da área para o Estado, reforçada em pesquisas recentes, e da iminência do catarinense Vinicius Lummertz ser nomeado ministro do Turismo.

Terminou o discurso afirmando que está inteiramente à disposição do Estado e fez ainda elogios a Colombo, declarando que o ex-governador ainda tem muito a contribuir para o país:

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— Quando o mar está agitado, com ondas grandes, não se entrega o barco a um marinheiro inexperiente. Se entrega a alguém com experiência para levar o barco a um bom porto. Por isso espero ter a experiência adquirida para levar Santa Catarina a um bom porto, e desejo que o governador Colombo possa ter muito sucesso na vida pessoal e na vida pública e que ele continue a servir SC e ao Brasil.

Posse prestigiada por lideranças do PMDB

Além dos deputados estaduais, a cerimônia foi prestigiada pelos deputados federais do PMDB Mauro Mariani, Celso Maldaner, Valdir Colatto e Rogério Peninha Mendonça, pelos ex-governadores peemedebistas Paulo Afonso Vieira e Casildo Maldaner, pela viúva do ex-governador Luiz Henrique, Ivete Appel da Silveira, pelo prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (PMDB) e pelo senador Dário Berger (PMDB).

Com a posse de Pinho Moreira, o agora ex-governador Raimundo Colombo deixa oficialmente de contar com todo o aparato que cerca o cargo, como veículo oficial.

Na manhã deste sábado, em Lages, ocorre um evento para celebrar os sete anos de Colombo no governo. Eduardo Pinho Moreira deve participar e fazer um breve discurso no início do ato.

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“No momento minha responsabilidade é administrar SC”

Logo após a posse, Pinho Moreira concedeu coletiva à imprensa. Confira os principais trechos:

Na posse o senhor afirmou que manterá a Secretaria de Turismo, que inicialmente seria extinta. Como se definiu isso?

É uma secretaria que tem um contencioso judicial importante, tem liberação de recursos ao longo do período (do mandato, até 31 de dezembro), uma série de questões que têm que ser encaminhadas. Não pode simplesmente deixar de existir. Aliado ao fato da importância do turismo para SC e agora também com a busca por podermos ter um catarinense (Vinicius Lummertz, prestes a ser nomeado) como ministro do Turismo. É um momento que praticamente isso se consolida, é uma parceria extremamente importante. E o turismo tem também a maior obra do Estado nesse momento, que é o Centro de Eventos de Balneário Camboriú, que precisa ser concluído. Mas reduzirei a secretaria de forma significativa no número de servidores comissionados, cargos de confiança. E a Fundação de Cultura e a Fesporte continuarão junto à secretaria neste momento.

Já tem nome para o cargo de secretário?

Não tem ainda. Deve ser alguém com vocação do turismo, mas com conhecimento jurídico. É extremamente complexa a situação jurídica da secretaria

O senhor também falou sobre o Fundam 2. Ele realmente não será mais executado?

É bom que se esclareça, que muito claro porque há uso politico e eleitoral dessa questão. Por respeito ao governador Colombo, eu não encaminhei nenhuma carta consulta ao BNDES para mudar o que ele tinha estabelecido. Mas várias vezes o banco respondeu dizendo que não havia produto para atender programas nos moldes do Fundam. Em 9 de fevereiro o governo de SC recebeu uma correspondência do presidente do BNDES informando que o Estado tinha R$ 723 milhões para buscar, desde que para programas adaptados ao fornecimento de financiamento pelo banco. Vieram repetições que não há produto (para o Fundam). O que vocês querem que eu faça? Que insista e perca os recursos? Passamos então ao encaminhamento, com uma carta consulta há uma semana mais ou menos solicitando e incluindo recursos para obras estruturantes em todo o Estado. A partir do momento que o Fundam deixou de ser possível, vou usar esses recursos em obras estruturantes e em ações para a segurança pública.

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Agora como governador, o senhor é pré-candidato ao governo?

Essa questão de candidato tem um papel secundário nesse momento, acredite. No momento minha responsabilidade é administrar a dificuldade que vivemos em Santa Catarina. Não temos mais recursos novos, temos que cortar e priorizar. Recursos antes investidos em áreas menos nobres, não serão mais investidos. Vocês vão ver e vão ouvir reclamações de que não tem mais dinheiro para aquela feira, para aquele evento. Mas não há recurso! São ações importantes, mas não posso deixar de pagar a folha e de investir em saúde e em segurança pública. O PMDB tem um pré-candidato posto, que é o Mauro Mariani. Claro que não vou me excluir, que não quero e não posso, mas o partido é que vai decidir. Lá na frente, dependendo das composições, pode ser que o PMDB vá de chapa pura e tenha as quatro vagas (na majoritária). Tudo depende. Luiz Henrique da Silveira dizia que até a eleição vai passar um rio Amazonas inteiro por baixo da ponte. E se recordarmos as últimas eleições, em todas elas nenhum jornalista acertou a previsão com seis meses de antecedência. E não vão acertar nessa de novo.

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