Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nega suas manobras, sua tropa de choque nega a interferência do deputado e o Palácio do Planalto nega qualquer socorro ao timoneiro do Centrão. Todos negam, e o Conselho de Ética não resolve o caso das contas secretas do presidente afastado da Câmara por intrometimento divino. As negativas zombam da inteligência alheia. Amanhã, o Conselho tenta votar o parecer sobre o futuro de Cunha: cassação, suspensão ou anistia. A tropa do peemedebista só deixará votar se tiver certeza da vitória no colegiado ou no plenário, sempre com a bênção de Michel Temer. Como Cunha dirige uma bancada grande, o interino precisa de seu apoio nas votações.

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Curioso que o PT não faz força para derrubar seu algoz. Ganha fôlego a opinião de que a impunidade beneficia o partido, pois desmoraliza a Câmara que ajudou a afastar Dilma Rousseff. Neste jogo, cada lado tem seu interesse: sobrevivência, maioria parlamentar ou argumento de vítima. Quem sabe, só o Supremo Tribunal Federal resolverá o que a política não resolve por gosto.

AFASTADOS

Dilma Rousseff e Edinho Silva (PT-SP) estão distantes. Ministro do núcleo palaciano de Dilma e tesoureiro de sua campanha em 2014, Edinho retornou a São Paulo e não tem falado com a presidente afastada. A relação dos dois já não era boa na véspera da despedida do Planalto.

NO ATAQUE

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Lula defende que petistas de alta proa entrem nas disputas por prefeituras. Teme que o partido fique acuado e não responda às críticas. Lula deseja que Humberto Costa concorra em Recife e Patrus Ananias em Belo Horizonte. Em Porto Alegre, sua preferência era por Olívio Dutra.

SAIA JUSTA

O Itamaraty teme uma saia justa caso Dilma Rousseff queira comparecer à abertura da Olimpíada, em 5 de agosto. Ela estará como presidente afastada, enquanto Michel Temer será presidente em exercício. Diplomatas consideram um risco barrar a petista.

ESCALADOS

Três deputados gaúchos estão entre os titulares da CPI que vai apurar eventuais irregularidades em repasses de dinheiro público à União Nacional dos Estudantes. Mauro Pereira (PMDB) e Onyx Lorenzoni (DEM) farão o enfrentamento com Maria do Rosário (PT), na tropa de choque da defesa da UNE.