O sobrenome Bornhausen, um ícone do liberalismo no Brasil, a partir desta sexta-feira faz parte do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Deputado federal licenciado e secretário estadual, Paulo Bornhausen assume à tarde o comando do diretório catarinense do PSB em evento prestigiado pela presença do governador pernambucano e presidenciável Eduardo Campos, que passa o dia em Florianópolis com uma agenda da candidato.

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Campos cumpre uma promessa. Em maio, esteve em Joinville e disse que voltaria para assinar a ficha de filiação de Bornhausen. Na época, o secretário de Desenvolvimento Econômico ainda desconversava sobre seu futuro político, mas dava indicações de que deixaria o PSD por causa da decisão do governador Raimundo Colombo de apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

A saída foi negociada para evitar o constrangimento de apoiar uma candidatura petista, já que Paulo e o pai, o ex-senador Jorge Bornhausen, sempre foram ferrenhos adversários do partido.

Além da filiação de Bornhausen, Campos programou encontros com o prefeito de Florianópolis, Cesar Junior (PSD), e com dirigentes de sindicatos rurais ligados à Fetaesc. Ele almoça com Colombo na Casa d’Agronômica, em encontro que vai reunir políticos de diversos partidos – como o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Joares Ponticelli (PP).

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À tarde, o governador pernambucano realiza uma palestra para a Faesc, no auditório da Associação Catarinense de Medicina. No mesmo local acontece a posse da nova executiva da executiva estadual do partido e a novas filiações.

O perfil de filiações neste momento é o de lideranças sem mandato – como o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Roque Pelizzaro Junior. O partido ainda negocia a filiação de políticos eleitos, que espera anunciar no final de setembro em Joinville, quando Campos voltará ao Estado. Sondagens foram feitas a deputados pessedistas como Jean Kuhlmann e Maurício Eskudlark, o ex-prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, mas não avançaram. A saída de Bornhausen e o flerte com nomes do PSD, não significam ruptura com Colombo.

– Antes de tudo, estamos fechados com o Colombo. Temos quatro secretários estaduais mesmo sem participação na Assembleia. Se ele apoiar Dilma, nós faremos a campanha do Eduardo sem problemas – diz Murilo Flores, secretário de Planejamento do Estado e vice-presidente do PSB atualmente.

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Mesmo no PSD há certa compreensão com a saída de Paulo Bornhausen, pela incompatibilidade com o projeto do PT. Ficando, ela abriria uma disputa interna no partido. Mesmo assim, é ironizada a escolha pelo PSB, que atualmente tem quatro ministérios no governo Dilma.