*Bruna Viesseri
Após receber duras críticas sobre sua declaração, feita na segunda-feira (28) e publicada nesta quinta-feira (31) no canal da jornalista Leda Nagle no YouTube, de que "uma resposta (a protestos no país) pode ser via um novo AI-5", o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de desculpou na tarde desta quinta.
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O pedido foi feito em entrevista ao programa "Brasil Urgente", da Band, depois que o parlamentar foi questionado pelo apresentar Datena se estaria "pedindo desculpas como o seu pai (o presidente Jair Bolsonaro) aconselhou":
— Eu peço desculpas a quem por ventura tenha entendido que eu estou estudando o retorno do AI-5 ou achando que o governo de alguma maneira, mesmo eu não fazendo parte do governo, estaria estudando qualquer medida nesse sentido. Essa possibilidade não existe. Agora, muito disso é uma interpretação deturpada do que eu falei. Eu apenas citei o AI-5, eu não falei que ele estaria retornando. Não existe retorno do AI-5.
Ele reiterou as afirmativas em um vídeo postado no Facebook.
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O parlamentar afirmou ainda que a sociedade "vive sob a constituição de 1988" e que é a favor de manifestações, "independentemente de serem a favor ou contra o governo Jair Bolsonaro, desde que sejam pacíficas".
Eduardo disse também que colaborou para o impeachment da presidente Dilma "sem quebrar sequer uma janela".
— Não é agora que vou radicalizar. Isso é desinteressante para mim — disse. — A oposição e a esquerda vão se utilizar dessa minha fala para tentar me pintar como ditador, independentemente dos esclarecimentos que eu venha a fazer.
— Eu talvez tenha sido infeliz, porque não existe qualquer possibilidade de retorno do AI-5, mas nesse cenário (de protestos que ocorrem no Chile), o governo tem que tomar as rédeas da situação, não pode simplesmente ficar refém de grupos organizados.
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Pouco antes, no mesmo programa, o Jair Bolsonaro também havia conversado com Datena. Na saída do Palácio do Alvorada, após repercussão negativa da fala, o presidente já havia desautorizado a declaração de Eduardo.
— Não existe. AI-5 no passado existiu em outra Constituição, não existe nessa aqui, esquece. Quem quer que seja que fale de AI-5 tá falando…tá sonhando! Tá sonhando! Não quero nem que dê notícia nesse sentido aí — afirmou o presidente.
Na entrevista, questionado sobre qual seria, então, a saída para possíveis protestos violentos no país, Eduardo afirmou:
— Tem que ver as possibilidades. Sou deputado federal, o que eu posso fazer é propor projetos de leis. Então, de repente, uma pena mais dura para quem pratique esse tipo de coisa, uma criminalização, um regime fechado para quem venha a tocar fogo em ônibus, para que essa pessoa não saia para a sociedade tão facilmente e volte a tocar fogo em outros ônibus colocando em risco a vida do trabalhador. Poderia ser uma dessas medidas — defendeu.
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