O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL–SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos. Segundo informações do g1, o deputado também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito que investiga o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Continua depois da publicidade
Receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
Apesar de fazer críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo não é alvo da investigação de tentativa de golpe de Estado.
Segundo a colunista Natuza Nery, do g1 e da GloboNews, “Eduardo foi impedido de assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara por decisão de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, seu partido.”
De acordo com dados apurados por Natuza, no domingo (16), Valdemar disse a Eduardo que ele não assumiria a comissão. A decisão teria deixado o deputado “sem discurso político para justificar a perda do cargo, o que teria motivado sua decisão de tirar uma licença e viajar aos Estados Unidos.”
Continua depois da publicidade
O anúncio de Eduardo foi feito em uma rede social, uma semana antes do julgamento no STF que pode tornar seu pai réu por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo afirmou que a licença é temporária e que vai abrir mão de receber o salário de R$ 46.366,19.
Segundo dados do g1, na eleição de 2022, o deputado foi o terceiro mais votado em São Paulo com 741.701 votos, atrás apenas de Guilherme Boulos (PSOL) e de Carla Zambelli (PL).
Quem assume a comissão da Câmara
O parlamentar informou que a administração do cargo da Comissão de Relações Exteriores ficará com o deputado Luciano Zucco, colega no PL e líder da oposição na Câmara.
“No meu lugar, será nomeado o deputado federal gaúcho Zucco para a comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ele irá me ajudar institucionalmente a manter essa ponte com o governo Trump e o bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos”, disse.
Continua depois da publicidade
No PL, Eduardo Bolsonaro atua como secretário de relações internacionais, cargo que foi utilizado como justificativa para alguns parlamentares defenderem e indicarem o deputado para a comissão da Câmara. A proximidade com aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também era usada como argumento.
Segundo o g1, a “possibilidade de Eduardo Bolsonaro presidir o colegiado foi contestada por parlamentares aliados do governo e abriu uma disputa na Câmara.”
O Partido dos Trabalhadores (PT) já havia pedido que o STF apreendesse o passaporte do parlamentar por um suposto atentado à soberania nacional.
Para os adversários políticos, havia a possibilidade de Eduardo usar a comissão na Câmara como palanque para críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe e outras investigações que miram seu pai e aliados.
Continua depois da publicidade
“Perseguição” e temor de prisão
No anúncio que fez nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro disse que durante a licença, ele irá “focar em buscar as justas punições a Alexandre de Moraes e a sua ‘gestapo’ da Polícia Federal”.
O parlamentar também afirmou que teme ser preso por ordem do STF e não informou por quanto tempo pretende viver nos EUA.
“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão. Irei me licenciar, sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, afirmou Eduardo.
Leia mais
PGR rejeita pedido de Bolsonaro para tirar Dino e Zanin de julgamento sobre denúncia de golpe
Continua depois da publicidade
Bolsonaro reúne apoiadores em Copacabana em ato pela anistia aos presos do 8 de janeiro

