Ninguém passa a ser melhor músico porque recebeu uma indicação ao Grammy, prestigiada premiação da música internacional, mas é sempre um reconhecimento e tanto para quem dedica a vida à música. Essa é a constatação talvez demasiadamente humilde de Edu Ribeiro, músico de Santa Catarina integrante do Trio Corrente, que concorre junto com o cubano Paquito D’Rivera ao Grammy de Melhor Álbum de Jazz Latino pelo disco Song for Maura. Os premiados serão anunciados neste domingo em Los Angeles.

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O Trio Corrente tem uma formação que era comum no jazz brasileiro no auge da bossa nova, com piano, baixo e bateria. Eram assim os grandes grupos da época, que se apresentavam com sucesso no mítico Beco das Garrafas, no Rio. Edu Ribeiro, 39 anos, é o baterista, que compõe a banda com o pianista Fabio Torres e o baixista Paulo Paulelli.

:: No site All Music é possível escutar trechos do álbum Song for Maura

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– É uma formação bem tradicional, mas a maneira de tocar o tradicional é diferente. Mexemos na harmonia, no ritmo, nos arranjos – explica.

Essa é a identidade do Trio, que em 2009 conheceu o saxofonista Paquito D’Rivera num festival e a amizade evoluiu para a parceria musical. Song for Maura foi gravado em 2012 e lançado no ano passado.

Destinado para a música

Edu nasceu em Florianópolis, mas mora em São Paulo há 22 anos. Filho do maestro Zezinho, da tradicionalíssima big band da Capital Stagium 10, virou músico ainda criança, quando ficava em casa com os irmãos e tocavam rock’n roll. Depois que a mãe morreu (ele ainda tinha nove anos), passou a frequentar os bailes em que o pai tocava.

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– Comecei também a ficar mais acordado à noite, dormia no camarim. Aos 12 assumi a bateria no grupo do meu pai – lembra.

Aos 17 anos mudou-se para São Paulo para estudar Música na Unicamp. De lá para cá trabalhou com grandes artistas, de Ivan Lins a Toquinho. Chegou a formar um trio com o violonista Yamandú Costa e Thiago Espírito Santo. Atualmente, além de tocar no Trio Corrente, integra o grupo de música instrumental Vento em Madeira.

– Sempre toquei bateria. Entre os meus irmãos, um tocava violão e o outro baixo, então sobrou para mim, que era o caçula – brinca.

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O instrumento, segundo Ribeiro, é rítmico. Ele o compara ao piano, que tanto pode ser tocado com tranquilidade quanto com bastante vigor.

– Exige técnica precisa, muito estudo e dedicação.

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