Santa Catarina ocupa posição confortável no recém-divulgado Atlas da Violência 2017, aparecendo com a segunda menor taxa de homicídios do país, atrás de São Paulo. Ainda assim, segue a tendência nacional no perfil das vítimas, com um elevado e preocupante índice de violência na faixa entre 15 e 29 anos de idade. A constatação indica que, mesmo em Estados com maior eficiência na área de segurança pública, a juventude continua a merecer mais atenção, para evitar que tantos adolescentes migrem para a criminalidade ou se transformem em vítimas precoces da violência.
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Em sua mais recente edição, o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que, depois de um período de estagnação, a violência contra meninas e meninos aumentou. A vitimização juvenil tem causas múltiplas e tende a afetar mais quem, além de jovem, é negro, tem baixa escolaridade e mora na periferia das grandes cidades. E isso demonstra, segundo o estudo, que não bastam apenas políticas repressivas para reverter o quadro. É preciso ênfase também em programas de prevenção social nas faixas de menor idade.
Quando um jovem deixa a escola por alguma razão, inclusive por se rebelar ou porque foi expulso, é preciso que mereça atenção especial por parte do poder público. Todo cuidado é pouco para evitar que brasileiros nessa condição acabem sendo cooptados pelo crime organizado e, de alguma forma, se transformem em vítimas.
Mesmo numa situação favorável em relação à imensa maioria dos demais Estados, Santa Catarina registra uma taxa de 25 cidadãos entre 15 e 29 anos vítimas de homicídios a cada 100 mil habitantes. O dado preocupa por demonstrar que muito ainda precisa ser feito para preservar as novas gerações. Maior incentivo à educação, permitindo que as crianças de hoje tenham um futuro melhor, é o caminho mais indicado para preservar os jovens dos efeitos da criminalidade.
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