O Diário Catarinense adianta o editorial que os jornais da RBS publicarão no próximo domingo para que os leitores possam manifestar sua opinião em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 18h de sexta-feira serão selecionados para publicação na edição impressa.
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TURISMO, QUESTÃO DE QUALIDADE
O turismo afirma-se como uma das mais importantes atividades em Santa Catarina, um dos pilares sobre os quais se assenta a dinâmica e multifacetada economia do Estado. Sua participação na formação do Produto Interno Bruto (PIB) catarinense está perto dos 13%. Até alguns anos, falar de turismo em Santa Catarina significava falar da temporada de verão e da beleza das praias que recortam o seu litoral. Hoje, é possível afirmar ser esta uma atividade capaz de movimentar o Estado nas quatro estações.
Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), que foi divulgada esta semana, mostrou que também em matéria de turismo de negócios Santa Catarina – e especialmente sua Capital – se destaca. Somente em Florianópolis, que já é o quarto destino nacional do turismo de eventos, este segmento da atividade movimentou R$ 200 milhões no ano passado. E ainda há um grande potencial a ser desenvolvido.
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Entretanto, é fundamental melhorar a infraestrutura e a qualidade dos serviços oferecidos aos visitantes para que, mais adiante, o Estado não venha a ser preterido por outros destinos. Para seguir surfando nessas boas ondas e para melhorar seu desempenho cada vez mais, é imperioso seguir à risca a orientação da Organização Mundial do Turismo (OMT), segundo a qual a atividade não pode ser dissociada do restante da economia.
Significa dizer que o turismo não terá boa qualidade e não proporcionará um retorno financeiro vantajoso e substancial se as cidades não forem dotadas de infraestrutura capaz de bem atender tanto aos visitantes quanto aos moradores; se a exploração das atrações naturais entrar em choque com o preceito da preservação ambiental, hoje um mantra planetário; e se os visitantes não se sentirem plenamente recompensados pelos serviços desfrutados e pelas experiência vividas.
Há que se levar em conta a advertência da OMT, pois em muitos dos nossos polos turísticos o que se constata, mormente na chamada alta temporada, é o compartilhamento de tribulações por parte de moradores e visitantes – trânsito caótico e sem mobilidade, falta de água, violência e assaltos nas ruas, e a persistente precariedade de inúmeros serviços. Para citar apenas alguns males. A situação do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, de Florianópolis, superado pela demanda – só agora as obras de reforma e ampliação terão início -, e a de outros terminais aéreos do Estado têm funcionado como óbices ao desenvolvimento do turismo regional.
Cabe lembrar que, em matéria de turismo, as cobranças não devem ser dirigidas apenas aos poderes públicos. Todos devem fazer sua parte e participar do esforço para novas conquistas, dos empresários que atuam na cadeia produtiva da atividade – hoteleiros, donos de restaurantes, bares, empresas de transporte etc. – aos simples moradores, estabelecendo-se uma verdadeira “cultura turística”.
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Pergunta-se: na opinião dos leitores, o que falta para incrementar o turismo na cidade ou região de cada um? A resposta pode ser o início desta necessária participação.