O esvaziamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), determinado pelo corte nos investimentos em consequência da crise do setor público, é um ônus a mais a ser arcado pelos brasileiros. Com o governo federal sem recursos em caixa e com uma meta de déficit com sérios riscos de descumprimento, o orçamento do que seria o maior programa de investimentos do país deve cair praticamente pela metade neste ano. Já que não consegue investir como deveria, a União precisa acelerar o processo de concessões, o que também depende de um mínimo de estabilidade política, ainda distante no horizonte, para garantir os resultados esperados.

Continua depois da publicidade

É lamentável que, mais uma vez, os desacertos na condução da política econômica, potencializados em boa parte pela crise política, acabem prejudicando ainda mais a população. As consequências são visíveis em grandes obras inacabadas por todo o país, algumas delas faltando pouco para serem concluídas, e na deterioração em áreas como rodovias federais. Tudo isso é consequência do fato de o país estar fechando 2017 com a pior taxa de investimento dos últimos 15 anos.

Diante do cenário desolador sob o ponto de vista de verbas públicas, os brasileiros precisam ficar atentos à administração da crise pela equipe econômica, para que as consequências sejam reduzidas. Hoje, o que se constata é o governo federal tendo que optar entre cortar a liberação de recursos e praticamente paralisar os investimentos ou consentir com uma revisão na meta fiscal do ano, atemorizando os investidores.

Se não dispõe dos recursos necessários, é preciso que, cada vez mais, o governo federal aposte em alternativas como as concessões para o setor privado. Mas, para isso, precisará assegurar as condições necessárias para os investidores, incluindo estabilidade política e segurança jurídica.

Concorda com a opinião do Diário Catarinense? Quer publicar um artigo sobre o tema ou assunto correlato? Participe do Vozes!

Continua depois da publicidade