Superada a etapa de instabilidade gerada pela primeira denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, o Planalto promete pressa na votação da reforma da Previdência e, ao mesmo tempo, da tributária. É o mínimo que o país poderia esperar em meio a turbulências que não cessam na área política, prejudicando a área econômica. Entre um episódio e outro, como o examinado agora pela Câmara, o país precisa andar, para que as consequências da crise econômica não venham a prejudicar ainda mais os brasileiros.

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Mesmo com as reformas, que chegam tarde mas são inadiáveis, o setor público dificilmente escapará de uma revisão no déficit previsto para este ano, e provavelmente para o próximo, o que pode implicar inclusive mais impostos e até mesmo atraso no repasse de reajustes salariais para os servidores federais. Por mais que reformas como a da Previdência esbarrem em rejeição, o certo é que, diante da gravidade da crise, o ônus para a sociedade tende a ser menor com as mudanças.

Como o próximo ano será de campanha eleitoral e como a situação política tende a ficar mais tensa pela frente, o país precisa andar rápido para fazer o que não tem mais como ser adiado. Por isso, o Planalto age certo ao concentrar esforços na votação da Previdência, a que mais tem potencial para contribuir na redução do déficit. E acerta também ao definir que, se as mudanças previdenciárias atrasarem, as atenções se voltarão para a reforma tributária.

Infelizmente, os últimos governantes não se preocuparam o suficiente em aprovar reformas que já deveriam ter sido colocadas em prática há muito tempo. Ao mesmo tempo, não se preocuparam, como deveriam, com a observância do rigor fiscal, particularmente em períodos eleitorais. Agora, é preciso correr contra o tempo, cortando ainda mais os gastos para não estourar o déficit e acelerando as reformas para fazer com que o setor público retome logo uma perspectiva de equilíbrio nas contas.

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