Há 10 dias, o meteorologista Leandro Puchalski vem alertando, por meio dos veículos da NSC Comunicação, para o aumento da estiagem em Santa Catarina. Ontem, chegou a comentar que “o tempo bom para o Estado hoje é chuva”. Baseava-se no fato de que pelo menos 22 estações oficiais de medição de água estão registrando rios com níveis abaixo dos considerados normais. Esta época do ano costuma registrar volumes menores de chuva, mas não nos níveis atuais. Em nove das estações de medição, a situação é considerada crítica.
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Reunidos ontem no Fórum Climático Catarinense, meteorologistas de todo o Estado buscaram um alinhamento sobre a previsão do tamanho da estiagem para os próximos três meses. Vislumbraram algum alívio entre o fim de setembro e o começo de outubro, mas também sinalizaram o surgimento do fenômeno La Niña até o fim do ano, o que agravaria a condição dos rios catarinenses e, por consequência, poderia causar reflexo no abastecimento de água. Independentemente do La Niña se confirmar, a conclusão é de que, de fato, haverá menos chuva no período.
Às portas do verão, a notícia é pouco animadora. Ninguém espera passar outra vez pela escassez de água que moradores de Santa Catarina e turistas enfrentaram no final de 2013 e no começo de 2014, quando, no auge da temporada, uma série de fatores – que foi do excesso de consumidores e do desperdício de água à deficiência dos sistemas de abastecimento – impactou a vida de muita gente, principalmente nas cidades litorâneas.
É relevante reconhecer que empresas de abastecimento como a Casan responderam de forma positiva às críticas e às cobranças da sociedade, investindo pesado em busca de soluções que prevenissem novos colapsos como o daquele verão. O bom resultado vem sendo testemunhado nos últimos anos, em que foram mínimos os registros de problemas com o abastecimento de água. Mas a própria empresa, que hoje responde pelo fornecimento em 195 cidades catarinenses e lida diretamente com a captação e distribuição, trabalha com a possibilidade de enfrentar o maior período de estiagem dos últimos 15 anos. Sinal de que o que vem pela frente é preocupante.Por isso, é senso comum o reforço nos pedidos para que os catarinenses colaborem dentro do possível com a economia de água, já que respondemos por uma larga fatia da responsabilidade. Levar a sério os alertas para evitar desperdício e atender com rigor às orientações de consumo consciente de água são os primeiros e fundamentais passos para evitar que a estiagem que hoje enfrentamos tenha reflexos nas torneiras logo ali na frente.
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