O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 19h de sexta-feira serão selecionados para publicação na edição impressa. Ao deixar comentário, informe nome e cidade.

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O Exame Nacional do Ensino Médio, que reúne neste final de semana cerca de 5,7 milhões de estudantes em todo o país, consolida-se não apenas como instrumento eficiente de avaliação da qualidade do Ensino Médio mas também como porta de acesso para o Ensino Superior em universidades públicas, além de bônus para a conquista de bolsas em instituições privadas.

Trata-se de avanço considerável para uma prova que foi implantada sob desconfiança da comunidade escolar, gerou boicotes, incorreu em erros, mas acabou encontrando o rumo certo – o de democratizar o ingresso de jovens na universidade.

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Criado em 1998 pelo Ministério da Educação, na gestão do gaúcho Paulo Renato Souza, com o propósito de aferir o rendimento dos estudantes e das escolas de Ensino Médio, o exame enfrentou resistências por parte de professores e estudantes, que temiam ser rotulados em caso de fraco desempenho. Aos poucos, porém, a prova foi sendo aceita, até se transformar em ferramenta valiosa para a formulação de políticas pontuais e estruturais de melhoria do ensino brasileiro.

Em 2009, o exame sofreu uma reformulação significativa e passou a valer como meio de acesso às universidades públicas, através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). A prova também começou a ser utilizada para a aquisição de bolsas de estudo parciais ou integrais em universidades privadas por meio do ProUni (programa Universidade para Todos) e para a obtenção de financiamento estudantil através do Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior). Serve, ainda, para certificar a conclusão do Ensino Médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos.

Com todas essas possibilidades, passou a significar uma vantagem efetiva para os jovens que pleiteiam a continuidade dos estudos e a busca de uma formação superior. Mesmo com alguns problemas de organização nas últimas edições, entre os quais o vazamento de informações sigilosas a respeito da prova, o Enem chega a 2012 em plena maturidade, proporcionando oportunidades a mais pessoas e avaliando de forma efetiva as competências adquiridas ao longo do Ensino Médio. Passou a ser, sem dúvida, um instrumento poderoso para a qualificação da educação no país.

Ao avaliar habilidades e competências, o Enem também está contribuindo para evidenciar a diferença de qualidade entre o ensino público e o particular, o que deixa governos estaduais e municipais mais pressionados para investir na qualificação de suas redes. O exame identifica também fatores sociodemográficos que influem no rendimento dos estudantes. Deixa, portanto, de ser apenas uma aferição das escolas e dos estudantes, transformando-se num instrumento de avaliação dos próprios governos.

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