O pior que pode acontecer no momento é o país estender a indefinição sobre quem vai governá-lo. Esse estado permanente de suspense atrasa investimentos, prejudica a tomada de decisões e, consequentemente, a recuperação do nível de emprego. Por isso, é importante os deputados darem uma resposta hoje, manifestando-se a favor ou contra a continuidade de processo por crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). Para a questão ser examinada, basta que os parlamentares não se omitam, que assumam sua responsabilidade e assegurem um mínimo de 342 presenças em plenário.

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O Brasil tem dado mostras de solidez de sua democracia e de estabilidade institucional. Esses aspectos foram reafirmados particularmente a partir de um período politicamente traumático que culminou num processo de impeachment presidencial e numa sucessão tumultuada pela polarização política e por denúncias envolvendo o núcleo do poder. O presidente da República avançou em reformas estruturais importantes, como a trabalhista, mas vem esbarrando em níveis elevados de impopularidade. Além disso, ainda não conseguiu se livrar das dificuldades que herdou na área econômica.

Nesse cenário, que se agrava com o passar do tempo, os efeitos econômicos das incertezas atingem particularmente os mais necessitados – em especial os mais de 14 milhões de desempregados. O país não pode viver em estado permanente de suspense. Os parlamentares precisam decidir logo sobre a denúncia contra o presidente da República, apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Qualquer que seja o resultado, haverá consequências. Ainda assim, nada pode ser mais grave do que a falta de uma resposta neste momento tão decisivo para o país sob o ponto de vista político e econômico.

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