Começa nesta quinta-feira, no Senado, o julgamento final do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, acusada de ter cometido crime de responsabilidade em duas situações: na abertura de crédito suplementar, sem aprovação do Congresso, para garantir que as metas de superávit do orçamento fossem atingidas, e nas chamadas pedaladas fiscais, que são operações ilegais de crédito com bancos públicos.
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As razões jurídicas do impeachment podem ser de difícil compreensão para pessoas que têm pouca familiaridade com a administração pública, mas os motivos políticos são suficientemente claros: a inépcia da governante para resolver ou atenuar as crises econômica, política e moral que se abatem sobre o país, com recessão, desemprego, um escândalo de corrupção interminável e descrença crescente dos cidadãos nos seus representantes políticos. O impeachment, portanto, afora ter o respaldo das instituições democráticas o ponto de vista jurídico, é visto também como solução política para um governo que levou o país ao desastre.
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Depois que a Operação Lava-Jato escancarou a corrupção sistêmica e institucionalizada, que ganhou maior dimensão nas administrações petistas, o governo Dilma não apenas perdeu a maioria parlamentar como também o apoio de parcela expressiva da população. Manifestações de rua e pesquisas de opinião demonstraram inequivocamente tanto a rejeição da população aos governantes e políticos em geral quanto o desejo de mudanças no comando do país.
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O governo interino, que assumiu o poder há menos de quatro meses, ainda não mostrou a que veio e continua enfrentando altos índices de desaprovação. Se for confirmado, o que vai depender da aprovação do impeachment, terá legitimidade constitucional para enfrentar o grande desafio de tirar o país da crise.